FICHAMENTO Os anos 60: contexto para mudanças disciplinares
Capítulo 1
Os anos 60: contexto para mudanças disciplinares
A década de 60 via surgir às primeiras críticas e protestos generalizados sobre a qualidade do ambiente urbano que vinha sendo produzido, tanto pelo poder publico quanto pela iniciativa privada. Criticava-se tanto o impacto dos empreendimentos sobre o meio ambiente e a vida das comunidades quanto à própria qualidade dos espaços urbanos e da arquitetura. Essas críticas surgiram, principalmente, da população afetada, além de pesquisadores e acadêmicos de ponta e da imprensa em geral. (pág. 19)
Vamos destacar as cinco questões básicas na origem dos debates e que, no nosso entender, passariam a caracterizar a produção de conhecimento dos anos 60 e 70, como um pensar …exibir mais conteúdo…
Estas politicas seriam conhecidas como do “bulldozer” (trator) ou “urbanremova” (remoção urbana), ou até “negro removal” (remoção de negros), por seus viés preconceituosos e elitista (CASTELLS 1971, GOODMAN 1971). (pág.21)
Por todo mundo iriam implementar-se politicas e programas do tipo “arrasa quarteirão”, inclusive no Brasil. O Rio foi palco de diversos deles, inaugurados por Pereiras Passos na virada do século, para serem retomados depois, na época do milagre. Ainda hoje sentem-se os efeitos de intervenções modernistas traumatizantes, como as da esplanada de Santo Antônio (Av. Chile e adjacências), do Catumbi, do Estácio e da Cidade Nova, além de violentas remoções de favelas. Alguns destes casos estão bem cobertos por literatura existente no Brasil (PERLMAN 1976, VALLADARES 1978, SANTOS 1981). Hoje ainda ronda o fantasma desta ideologia, que se utiliza do discurso de ser o “remédio para as doenças patológicas dos centros decadentes”, como no caso recente de São Paulo e o prefeito Jânio Quadros. (pág. 21)
Poderíamos, sem dúvida, destacar como pioneiro nesta conscientização o livro da jornalista americana Jane JACOBS (1961) em que critica profundamente as ideologias dos planejadores de então, seu distanciamento do mundo real e o produto de seus trabalhos. Elas destacavam fatores e qualidades urbanas totalmente ignorados pelos planos modernos, como a variedade