Da Alteridade ao Etnocentrismo para “Lugar Nenhum na África”
O primeiro conceito que deve ser estabelecido para uma discussão no âmbito antropológico do filme “Lugar Nenhum na Africa” é o de Alteridade e as consequências subsequentes. Segundo, Prof. Fred Lucio:
“Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem social interage e interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais afirmam, a existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).”
Estabelecendo um “eu” e um “outro” também se estabelece o conceito de diferenciação e similaridade. Desta forma grupos de indivíduos similares podem ser formados. Colocando de forma muito simplificada culturas e grupos etnográficos só podem se estabelecer com o conceito de Alteridade em mente.
Infelizmente a existência de diferenças e diversidade possibilita o surgimento de grupos e “eus” que se consideram superiores aos “outros”. Levando-nos ao conceito de etnocentrismo o qual o filme retrata em duas perspectivas diferentes, o etnocentrismo ariano nazista, e o europeu judeu. Dada a definição de etnocentrismo:
et·no·cen·tris·mo
(grego ethnós, -eos, raça, povo + centrismo) substantivo masculino
Visão ou forma de pensamento de quem crê na supremacia do seu grupo étnico ou da sua nacionalidade.
(PRIBERAM. Dicionário Priberam de Língua