Criminologia ônibus 174
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Texto para o trabalho da aula de criminologia da UFOP – fevereiro 2013O texto relaciona o documentário de José Padilha com o livro “Justiça” de Luiz Eduardo Soares e o capítulo (também escrito por ele) do livro “Cabeça de Porco” intitulado “Invisibilidade e Reconhecimento”.
“Bandido bom é bandido morto”
É essa a frase na orelha de capa do livro de Luiz Eduardo Soares (Justiça). E parece que foi a essa conclusão que a maioria chegou no final/ápice do incidente do ônibus 174; quando uma multidão enfurecida debandou pela rua para linchar o homem que, depois de um dia inteiro com vários reféns dentro do ônibus, finalmente havia saído do veículo (levando um tiro e atirando em uma das reféns que estava com ele)
Mas quem era esse homem? …exibir mais conteúdo…
Mas mesmo isso, só pediu depois... No começo, ao negociar, ele não sabia o que queria. Não formulava pedidos para o negociador, não sabia o que pedir em troca dos reféns. Ele estava agindo como o rótulo que a sociedade lhe impôs. Se sempre foi chamado de marginal e caso perdido; então é isso que seria.
Mas era isso que queria ser? O primeiro refém que ele libera, (sem ter pedido nada ainda) é um estudante. “Você aí de mochila! Você é estudante, né?! Deve tá atrasado pra aula já. Pode sair.” Foi simples assim.
Uma das reféns achou que Sandro estava muito drogado. Isso por suas atitudes: ele contava histórias, dizia que não tinha família, que não tinha nada a perder, cantava músicas demoníacas e falava que ia matar todo mundo. Mas isso já era o início de um show! Ele queria se mostrar alí. Queria ser visto!
Ninguém isolou a área. Tinha repórteres e civis ao redor durante toda a ocorrência. De novo fica evidente o despreparo da polícia. Com tantas câmeras em volta Sandro passou a interpretar um teatro dramático para o mundo todo!
Mesmo que fosse como o bandido ele queria aparecer! Queria que prestassem atenção nele! Queria deixar de ser invisível. De ser só mais um menino de rua pelos quais passamos todos os dias sem prestar o mínimo de atenção, sem nos importar, sem ver!
“Sandro é um exemplo dos meninos invisíveis que eventualmente tomam a cena em um grito desesperado e impotente. Nossa dificuldade em lidar com os nossos dramas, com a exclusão