CONTRIBUIÇÕES DE BAKHTIN ÀS TEORIAS DO DISCURSO
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CONTRIBUIÇÕES DE BAKHTIN ÀS TEORIAS DO DISCURSOSob as luz do princípio dialógico de Bakhtin, Diana Luz Pessoa de Barros aponta para duas partes nas atuais análises do discurso e do texto: uma sobre a concepção do texto como objeto das ciências humanas e outra sobre o princípio dialógico e seus desenvolvimentos em diferentes teorias do discurso e do texto, evidenciando a existência do diálogo tanto entre interlocutores, quanto entre discursos.
Segundo Bakhtin, o objeto das ciências humanas é o texto porque é por ele que o homem se constrói e se revela, dependendo do objeto. Exemplo disso é a diversidade que ocorre entre a história pautada em registros e outros discursos, como o organizado nos livros didáticos sob encomenda ou sob …exibir mais conteúdo…
Outra marca é que a intersubjetividade antecede a subjetividade e é na relação entre interlocutores que a linguagem se constrói e o texto ganha significado, processo que torna os próprios sujeitos produtores do texto. Para Bakhtin, a sociabilidade ocorre com a relação entre sujeitos e a dos sujeitos com a sociedade. Isso fortalece aquela concepção do texto como objeto das ciências humanas.
Quanto ao dialogismo entre discursos, como anunciou o teórico, é fundamental na constituição da linguagem e no sentido do discurso, visto que este não ocorre sem pelo menos dois interlocutores, que mantém diálogo com outros discursos. E é assim, nas abordagens internas e externas, que o texto estabelece o objeto linguístico, discursivo, social e histórico.
Vale ressaltar que merecem verificação as relações do discurso com a enunciação, com o texto sócio-histórico e com o “outro”; o dialogismo como determinante da existência de muitas vozes, muitos textos ou discursos internos do texto, bem como a influência do caráter ideológico, que reforça de novo a teoria bakhtiniana do texto como objeto que revela o homem, ao mesmo tempo em que comprova a existência do diálogo entre discursos e entre textos.
Tal reconhecimento evidencia a possibilidade do caráter monológico e neutro da língua, mas Bakhtin, para contrariar isso, aposta no dialogismo da linguagem e na complexidade da