Breve histórico do autismo infantil

3334 palavras 14 páginas
Grinker, R. R. (2010). Autismo: um mundo obscuro e conturbado. São Paulo: Larousse do Brasil.

“Cientistas agora constatam que o autismo acomete 60 de cada dez mil crianças” (p. 11).

“Informações divulgadas pela mídia e especulações sobre as possíveis causas do autismo têm levado muitos pais ou aqueles prestes a se tornarem pais a se preocupar. Um número crescente deles deixa de recorrer às tão necessárias vacinas, por medo de que os filhos possam contrair autismo, embora nunca tenha sido realmente estabelecida qualquer conexão entre vacinas e autismo” (p. 11).

“As estatísticas do autismo que temos hoje são mais acuradas do que nunca. São diagnosticadas como autistas mais pessoas do que em qualquer outra época da história” (p.
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Entretanto, não foi Kanner que inventou a palavra “autismo” nem o primeiro a usá-la na psiquiatria (p. 54).

Proveniente do grego autos, que significa “eu mesmo”, o termo foi usado como adjetivo pelo médico suíço Eugen Bleuler em 1912 para descrever o comportamento de algumas pessoas posteriormente diagnosticadas como esquizofrênicas, as quais eram desapegadas de tudo, exceto de seu mundo interno. Antes de Kanner, a palavra “autista” referia-se a um sintoma e não uma síndrome. Sigmund Freud também usou o termo. Ele contrastava o “social” com o que chamava “narcisista”, mas rapidamente ressaltou que “narcisista” queria dizer o mesmo que autista – “nos quais a satisfação dos instintos independe parcial ou totalmente de outros indivíduos”. Freud não gostava nem um pouco da palavra “autista”, mas não está claro por quê. Talvez ele se opusesse ao fato de que, no início dos anos 1920, alguns médicos começaram a usar a palavra para se referir a devaneios ou fantasias; Freud achava que o termo, se é que deveria ser usado, tinha de se relacionar a uma deficiência no comportamento social. É incrível como Freud já era perceptivo, tanto tempo atrás” (p. 54-55).

“Embora muitas outras características do autismo viessem a ser introduzidas na literatura psiquiátrica nas décadas que se seguiriam, a maioria das descrições de Kanner ainda é relevante na

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