As novas expressões da questão social
BRASILEIRAS: REFLEXÕES PARA O SERVIÇO SOCIAL
Rita de Cássia Santos Freitas1 e Adriana de Andrade Mesquita2
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo problematizar as novas expressões da
“questão social” e o papel das famílias na gestão e superação da crise de (mal) bemestar social que se vive hoje, no Brasil, refletindo sobre as práticas cotidianas desenvolvidas pelos assistentes sociais na garantia dos direitos cidadãos. Assim, temos como eixos: em primeiro lugar, problematizar acerca das múltiplas expressões da
“questão social” no Brasil contemporâneo; em segundo, discorrer sobre proteção social, políticas sociais e as famílias brasileiras; e, por fim, realizar …exibir mais conteúdo…
Nas palavras de Netto (2006), isso acontece
“em nome da racionalização, da modernidade, dos valores do Primeiro
Mundo etc., vem promovendo (ao arrepio da Constituição de 1988), a liquidação de direitos sociais (denunciados como ‘privilégios’), a privatização do Estado, o sucateamento dos serviços públicos e a implementação sistemática de uma política macro-econômica que penaliza a massa da população” (p.18-19).
Vivenciamos, assim, um quadro de retração e liquidação dos direitos sociais dos cidadãos, ocasionando no aumento do número de indivíduos, famílias e comunidades que vivem em condições precárias por causa da grande desigualdade social e da redução da qualidade de vida. Com isso, temos o crescimento das desigualdades dos direitos básicos – civis, políticas e sociais – de massa significativa da sociedade brasileira.
Deste modo, no atual contexto de retração dos direitos cidadãos, principalmente dos direitos sociais, outros atores – dentre eles, indivíduos, a família e a comunidade – são chamados a intervir e são responsabilizados por todos os problemas que estão fora da ação do estado. Segundo Iamamoto, “a contrapartida tem sido a difusão da idéia liberal de que o ‘bem-estar social’ pertence ao foro dos indivíduos, famílias e comunidades” (2006, p.3). Assim, a privatização dos sistemas de proteção social