As aventuras de robinson crusoé
Daniel Defoe
as aventuras de robinson crusoé
Adaptação de Rodrigo Espinosa Cabral
2ª edição
Capítulo 1
marinheiro de primeira viagem
Quando nasci na cidade de Iorque, Inglaterra, em 1632, fui registrado como Robinson Kreutznaer. Porém, à medida que crescia, meus amigos foram me chamando de Robinson Crusoé, já que o sobrenome alemão Kreutznaer era de difícil pronúncia para eles. Meu pai tinha nascido na Alemanha, em Bremen, mas imigrara para Inglaterra, onde fez uma pequena fortuna como comerciante na cidade de Hull. Quando reuniu dinheiro suficiente, decidiu se aposentar e foi morar em Iorque, onde conheceu minha mãe. Antes de mim eles tiveram dois filhos. O mais velho seguiu carreira militar …exibir mais conteúdo…
Esse vento demorou sete dias, mas quando surgiu veio enérgico e nosso barco começou a se mover rio acima com rapidez. Algumas horas depois aquele vento se transformou numa forte tempestade que inclinou nosso navio a BOMBORDO. Eu estava trancado em minha cabina com o medo a me fazer companhia. Quando a tempestade inclinou o barco, cadeiras, mesas, livros, garrafas, barris e bugigangas em geral foram ao chão, copos se quebraram e eu fui jogado no assoalho. Quando tentava me levantar vi a janelinha da minha cabina coberta pela água. Precisava ir ao convés. O navio navegou inclinado por um minuto ou dois e, quando começava a voltar à sua posição normal, foi colhido por uma nova rajada de vento. Desta vez ele pendeu tanto para esquerda que, além da lateral, parte do convés também entrou na água. Uma enxurrada invadiu o porão do navio, deixou-o pesado, levando-o lentamente para baixo. Com dificuldade, desviando de ratos, objetos espalhados pelo chão e da água que entrava por todos os lados, cheguei ao convés. Tivemos a sorte de ser socorridos por um pequeno barco que passou por ali algumas horas depois. Fomos recolhidos por um bote salva-
vidas que nos levou até a margem do largo Tâmisa. Nosso navio terminou de afundar horas depois. Chegamos à cidade de Winterton Ness na condição de náufragos. O prefeito nos deu comida, teto e dinheiro para que seguíssemos viagem. Por um lado queria voltar para Iorque, afinal eu já havia tido boas