Analise do livro O Quinze
Vol. 1, agosto de 2009 – ISSN 2175-4128
06 e 07 de agosto de 2009
UFS – São Cristóvão, Brasil
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O PERTECIMENTO FEMININO EM O QUINZE
Jandira Cravo Barbalho Neta1
O QUINZE
O título O quinze, se analisado superficialmente, pode indicar a marca das memórias de
Raquel de Queiroz em relação à grande seca que assolou o sertão cearense e todo o nordeste no ano de 1915, ou ainda que se trata do relato dos problemas da década de 30 entre eles as migrações internas de centenas de nordestino fugitivos da seca. Essa análise, no entanto, não conduz o leitor ao que há de mais instigante na obra: as personagens femininas.
A narrativa de Raquel, contudo, vem atender as expectativas de determinados leitores que buscam a representatividade e importância dessas personagens.
Em O quinze, a autora
compõe um grande painel que revela não só a sociedade patriarcal brasileira e seus impasses, mas sobretudo, a performance feminina dentro de um espaço que enfrenta as transformações ambientais, modernizantes e excludentes, por que o país passa.
O enredo constrói-se em dois planos, os quais envolvem ora a representação do traço forte e marcante de Conceição, protagonista da narrativa, ora a figuração da coletividade, da família, da qual fazem parte Cordulina, Mocinha e as outras personagens. Todo o enredo é pontuado pelo deslocamento dos retirantes para a capital do Ceará, fato que enfatiza as marcas da origem e do lugar do qual essas personagens