O conto escolhido para análise é “Peru de natal” de Mário de Andrade. A escolha desse texto parte da minha intenção em colocar em evidência a tensão entre criador e objeto criado, ou, entre autor e obra. Porém, de uma perspectiva diferente de Antonio Cândido quando se vê a obra como efeito da inerência entre contexto e autor. Mesmo com essa intenção, não deixarei de lado o método de análise de Cândido, devido a incoerência de fazer uma análise em um curso baseado em sua análise crítica – que não contraponho, apenas adiciono. Portanto, a leitura desse trabalho terá duas interpretações, sem conflitos e sem tensões, para mostrar a diversidade de perspectivas de uma crítica e demonstrar minha capacidade analítica que foi instigada ao ler as concepções de Antônio Cândido.
O texto tem sua estruturação própria a partir de elementos sociais retirados da sociedade. Não se trata de um texto reflexo do social, pois, quando entramos na leitura do texto, estamos entrando no mundo do texto, com sua vida própria. Segundo Cândido, o texto é uma representação especial da realidade exterior; ou seja, quando os traços retirados da sociedade são introduzidos no texto, pertencem ao sistema específico desse texto.
Neste caso, deparei-me com um texto que tem como objeto central a relação do filho e de seu pai falecido recentemente; e, em torno deles, estão os personagens, o contexto e as manifestações simbólicas fundamentais para o esclarecimento e entendimento da temática.
Em relação aos