A sociedade de consumo
Nova arte de viver, nova maneira de viver, dizem as publicidades, o ambiente quotidiano que se respira: pode fazer shopping agradável no mesmo local climatizado, comprar de uma só vez as provisões alimentares, os objetos destinados ao apartamento e à casa de campo, os vestidos, as flores, o último romance ou a última quinquilharia, enquanto marido e filhos vêem um filme ou almoçam todos ali mesmo, etc” …exibir mais conteúdo…
(cf. BAUDRILLARD 2008:50)
Os objetos de consumo corrente torna-se cada vez menos significados da categoria social, e até mesmo os rendimentos, na medida em que as maiores disparidades se vão atenuando, vêem diminuir o seu valor como critério distintivo. É mesmo possível que o consumo (tomando no sentido de despesa, de compra e de posso de objetos visíveis) perca progressivamente o papel eminente que desempenha hoje na geometria variável do estatuto, em proveito de outros critérios e de outros tipos de conduta. Em ultima análise, será apanágio de todos, quando já nada significar. (BAUDRILLARD 2008:61)
Desde já se vê a hierarquia social a adotar critérios mais sutis: o tipo de trabalho e de responsabilidade, o nível de educação e de cultura (a maneira de consumir bens correntes pode constituir uma qualidade ‘muito rara’), a participação nas decisões. O saber e o poder são ou irão ser os dois bens mais raros das sociedades de abundância. (BAUDRILLARD 2008:61)
Nunca se consome o objeto em si (no seu valor de uso) – os objetos (no sentido lato) manipulam-se sempre como signos que distinguem quer filiando-o no próprio grupo tomado como referência ideal quer demarcando-o do respectivo grupo por referência a um grupo de estatuto superior. (BAUDRILLARD 2008:66)
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