No último capítulo do livro, Japiassu esclarece que não tem a intenção de negar o valor ou a utilidade social da psicologia, sim questioná-la, enquanto “ciência” do subjetivo. O questionamento de Japiassu pode ser notado de forma clara e objetiva na citação abaixo, que no livro, inicia o capítulo:
“O que os psicólogos nunca entenderam, é que de forma alguma são capazes de revelar, no fundo, o “segredo” dos fatos humanos. Porque esse “segredo” não pertence à ordem psicológica. É a filosofia que lê, na história, o movimento da consciência humana.”
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De ciência oculta, a psicologia passou ao estado de ciência reconhecida, conquistando seu direito de cidadania. No entanto, ela corre o risco de ser absorvida ou “recuperada” por aqueles que dela se utilizam. Neste sentido, ela já revela sinais de “cansaço”, pois é utilizada, não tanto em função de suas exigências próprias, mas a partir de seus conflitos e contradições; Se olharmos objetivamente para as realizações da psicologia atual, talvez possamos constatar facilmente que sua primeira preocupação, tal como a determinam a sociedade e suas instituições, seja a de adaptar e integrar sempre mais o homem, tanta ao trabalho, quanto ao psicológico, e ao espiritual, etc. Se ela tem a necessidade de adaptar o homem ao meio e o meio ao homem, é porque este está desadaptado relativamente às estruturas tecnológicas, científicas, econômicas e culturais da sociedade atual. Ela viria preencher este vazio