A greve negra de 1857 - ideias centrais
Graduando em História pela UNEB.
Reis, João José. em “A greve negra de 1857 na Bahia” Revista USP, 18, 1993.
RESUMO
Em meados do século XIX a grande maioria dos negros de Salvador, escravos ou libertos, africanos ou crioulos, trabalhavam no serviço de ganho urbano. Eram eles que garantiam a locomoção de mercadorias de todos os portes por toda a cidade, especialmente da cidade baixa para a cidade alta. Porém na primeira manhã de julho de 1857, uma segunda-feira, as ruas amanheceram paradas, nenhum negro saiu para transportar mercadoria, muito pelo contrario, eles decidiram cruzar os braços em repudio a uma nova lei criada pela câmara municipal que valia a partir daquela data.
IDÉIAS CENTRAIS
A lei criada em março de 1857 atingia principalmente os carregadores, fossem esses de gente ou de cargas, no entanto o edital era bem abrangente, segundo as suas clausulas estariam inclusos no decreto “os mais que fazem profissão habitual de ganhar”. A postura estabelecia que todos os ganhadores deveriam, a partir daquela data, adquirir uma licença concedida somente pela câmara municipal, concessão essa que custaria 2 mil réis, além de uma taxa adicional de 3 mil réis por uma chapa de metal contendo o número de inscrição, este objeto seria de uso obrigatório sempre que o trabalho de ganho estivesse sendo exercido. A postura visava especialmente controlar mais eficientemente as atividades dos negros no espaço público da cidade, essa era uma preocupação