A UTILIDADE DA PESQUISA PARA O SERVIÇO SOCIAL
Potyara A. P. Pereira1
RESUMO
Este artigo trata da utilidade da pesquisa para o Serviço Social e da importância de torná-la uma atividade integral e intrínseca à profissão. Critica a persistência da dicotomia entre teoria e prática nos meios profissionais e a tradicional redução do Serviço Social a um conjunto de técnicas. Ao mesmo tempo em que aponta dificuldades de aplicação da pesquisa no dia-a-dia do assistente social, reconhece a existência de avanços investigativos na profissão e exorta os profissionais a encararem a pesquisa como uma necessidade científica e não um luxo intelectual.
PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa; Serviço Social; Ciência.
INTRODUÇÃO
No Serviço Social existem …exibir mais conteúdo…
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n. 4
p. 1− 156
Maio 2005
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gênero, ou seja, entre a engenharia e as práticas. Os tecnologistas que planejam materiais não humanos são chamados engenheiros; aqueles que se ocupam com seres humanos, são chamados de práticos, ainda que alguns entre estes últimos, ocasionalmente, sejam denominados como engenheiros humanos. Os assistentes sociais são uma variedade dentro destas últimas espécies” (1970, p. 16/17) [...] que, como tal, “não produzem conhecimento para contribuição à teoria científica. Seu sucesso depende de quão habilmente utilizam o que já é conhecido. Mesmo na prática mais orientada pela ciência, isto é, a medicina, o profissional típico não é um produtor mas um consumidor do conhecimento científico”
(p.23).
Ou seja, o Assistente Social deveria exercer um controle das demandas e necessidades sociais com as quais cotidianamente se depara, mas sem a veleidade de elaborar um quadro explicativo próprio das mesmas e sem dispor de um instrumental metodológico particularizado. É como se a prática – especialmente a do assistente social − fosse uma instância anti-intelectual (HOWE, 1987), que dispensasse processos de identificação do problema a ser enfrentado, de escolha do método a ser empregado, de estabelecimento dos objetivos a serem perseguidos, de reflexão científica, os quais, como sabemos, são sempre subsidiados por pesquisas guiadas por paradigmas, que podem variar de acordo com a visão de mundo