Geoprocessamento no estudo da deposição irregular dos resíduos da construção civil Belo Horizonte / MG



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Objetivos e Justificativa
  4. Metodologia e Etapas de Trabalho
  5. Considerações sobre o entulho e as deposições irregulares
  6. Caracterização da Área de Estudo: Regional Nordeste
  7. A seleção dos dados trabalhados em SIG
  8. A aplicação dos questionários
  9. Os resultados
  10. Bibliografia

Resumo

A intensa produção de resíduos sólidos associada à saturação dos aterros sanitários e ao aparecimento de deposições clandestinas são problemas que as administrações públicas enfrentam atualmente. Neste contexto, a geração de resíduos da construção civil merece destaque, já que apresenta volume considerável no total de resíduos produzidos em uma cidade. Em Belo Horizonte, as deposições de entulho em locais inapropriados crescem em número e em volume, mesmo diante da disponibilidade de uma infra-estrutura própria para receber esse material. Na tentativa de contribuir no combate e na prevenção destas deposições, a pesquisa teve como objetivo investigar os principais aspectos físicos que propiciam o aparecimento deste tipo de deposição. Para isso, foram feitas aplicações do Geoprocessamento respeitando o recorte administrativo da regional nordeste, tendo em vista a disponibilidade de um banco de dados completo e atualizado que viabilizou este estudo. Os dados adquiridos foram tratados e aplicados em um SIG (Sistema Informativo Geográfico), no qual se obteve três subprodutos: o mapa de Propensões, de Atrito Ambiental e de Adequabilidade para Instalações. O primeiro mapa teve como objetivo identificar as áreas propensas ao aparecimento de deposição irregular do entulho através do reconhecimento de características físicas inerentes a este tipo de deposição. Já no segundo, foi possível perceber a acessibilidade dos equipamentos próprios para o recebimento deste material aos carroceiros, tendo em vista alguns obstáculos físicos que pudessem impedir um percurso ótimo a esses transportadores. A partir destes dois mapas, foi produzido o terceiro que se ocupou em identificar locais ideais para a instalação de equipamentos apropriados para o recebimento de entulho. Esta pesquisa espera ter trazido contribuições significativas ao gerenciamento de resíduos da construção civil, uma vez que foram expostas propostas que visam minimizar a ocorrência de tais práticas ilegais, garantindo qualidade de vida e a salubridade do meio.

1 - Introdução

A produção de resíduos sólidos[1]é quase tão antiga quanto à produção do espaço pelo homem. Incorporados às preocupações cotidianas da sociedade - tendo em vista o volume gerado, a saturação dos lixões e o aparecimento crescente de deposições irregulares – os resíduos sólidos são reconhecidos pelos citadinos e encarados como um problema ambiental. O seu acúmulo em locais inapropriados, não mais distante dos nossos olhos, passou a integrar a paisagem urbana e trazem consigo impactos sócioambientais que comprometem a qualidade de vida e a salubridade do meio.

Diante deste quadro, os resíduos da construção civil aparecem com destaque. Também denominado entulho[2]a composição deste resíduo se dá pelas sobras dos materiais de construção, demolição e reforma tais como tijolos, madeiras, vidros, dentre outros. O elevado volume produzido somado à deposição frequentemente realizada em locais e em condições inapropriadas têm chamado a atenção dos gestores de várias cidades brasileiras. Em Belo Horizonte, houve uma preocupação voltada para o seu tratamento adequado desde a deposição até o processo de transformação[3]e (ou) reciclagem[4]Desta forma, a SLU[5]criou o Programa de Correção Ambiental das Deposições Clandestinas e Reciclagem de Entulho, também conhecido como Projeto Carroceiros. Este programa, pelo manejo diferenciado e pela reciclagem, se propõe em corrigir os problemas ambientais decorrentes da deposição indiscriminada do resíduo na capital mineira, além de reduzir a quantidade de material destinado para aterramento.

Ele conta com uma infra-estrutura apropriada e disponível a todos os munícipes, chamada de Rede Física Receptora, composta por Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs) e Usinas ou Estações de Reciclagem. As URPVs são instalações que recebem vários tipos de resíduo sólido, inclusive os provenientes da construção civil. Todo o material que puder ser reaproveitado é destinado às usinas onde poderão ser transformados e passarão a compor um outro produto. Os que não forem reciclados são encaminhados aos aterros sanitários. Paralelo a esta estrutura, existem outras instalações denominadas Pontos de Recebimento de Entulho (PREs), espalhadas pela cidade, prontas para também receber o material. Trata-se de pontos alternativos de recebimento de entulho, mas que não compõem o programa, apesar de já serem reconhecidas pelos munícipes. A desvantagem é que o material ali depositado é todo encaminhado aos aterros sanitários sem a possibilidade de reaproveitá-los, como é o caso das URPVs.


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