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Geografia cultural: estrutura e primado das representações (página 2)

Sylvio Fausto Gil Filho

A linguagem como função do pensamento rea-presenta o mundo concreto imediato como outro, um mundo de re-significações. Como comenta Herder (1986), o ato da re?exão não é apenas o mero pensar sobre dados intuídos, é sobretudo a própria co-determinante das formas dos conteúdos apresentados. Assim, a forma representa a coisa com seus atributos, mas "não pertence, todavia, à coisa, nem é imediatamente uma forma da coisa, senão algo representado que sua vez representa" (Schapp e Cassirer, 1998).

Considerando as representações como cernes da consciência, veri?cam-se as interações possíveis entre os conteúdos de um fenômeno e sua dinâmica repre-sentativa. Desse modo, à medida que a consciência desenvolve a apreensão mais complexa da interação entre percepção imediata e representação, a unidade substancial entre ambas Monografias.commais definida e específica. Esta configuração concreta de unidade e diferenciação aparece numa estrutura hierárquica, gerando patama-res de determinação nas diferentes esferas sensoriais. A percepção imediata dos objetos através destas é um fundamento das determinações circunstanciais, às quais damos as vestes de objetividade. Nesta pri-meira apreensão da realidade residem os predicados da forma, ou seja, a dialética entre objetividade e subjetividade. A partir deste contexto, inferimos as seguintes instâncias da modelização simbólica, entendida como um processo de re-signi?cação dos objetos rumo à realização das representações:

I) Na primeira base, a tendência à representação está implícita. Contudo, não atinge sua plena reali-zação, pois a representação, neste caso, é parte da forma e não sua projeção exterior.

II) Ainda sob o aspecto sensorial, os campos visu-ais proporcionam diferentes perspectivas externas da imagem e sua realização estética e funcional.

III) O terceiro alicerce de manifestação da re-presentação pertence a seu aspecto intelectual sob a capacidade de modi?cação do ser perante a forma. Sob este aspecto, aproximamo-nos do limiar entre o aspecto puramente fenomenal e o metafísico.

IV) Agregado ao intelecto, mas além de suas funções lógicas, há também as determinações da memória, que quando transcende as determinações individuais e atinge o estatuto do pensamento social marcado pela prática social permanece viva na socie-dade enquanto imagem e memória coletiva. Como lembra Halbwachs (1975), a idéia e a imagem não representam elementos distintos de nossa consciên-cia, como uma social e outra individual, mas prismas diferentes em que a sociedade contextualiza os obje-tos no conjunto dos parâmetros de seu devir.

V) O quinto suporte corresponde à dimensão simbólica da representação, quando esta transpõe os limites da individuação e expressa a realidade de sua própria natureza. Torna-se o meio pelo qual se pode representar o totalmente diferente. Essa capacidade de determinação do objeto e de sua espacialidade passa a ser uma referência à consciência. Cada vez que intuímos sobre o fenômeno em determinado contexto, temos uma nova cognição. Nesse momen-to, o processo de modelização simbólica dos objetos atinge seu maior nível de complexidade.

ESPAÇO E PAISAGEM COMO REPRESENTAÇÕES

O conceito de espaço estimado pela Geogra?a é extremamente universal. Sua compreensão já está submetida à compreensão imediata do mundo. Partindo desta premissa, sua primeira apreensão é necessária à existência e, por conseguinte, própria do cotidiano. Todavia, sendo o primeiro conhe-cimento universalmente necessário, o espaço tran-scende toda a amplitude genérica do conceito. Sua unidade ontológica remete à etimologia do latim spatiu, extensão ideal de amplitude inexorável que contém os Monografias.com.

A condição do ser é necessariamente existência espacial. Esta premissa nos remete à própria uni-versalidade do ser. Para Heidegger (2002) "o ser é um transcendens (...), é o conceito evidente por si mesmo". Como premissa primeira e condição ne-cessária à existência, a unidade do espaço transcende a adjetivação cotidiana do universo banal. O já posto ou o já dado não suscita questões à consciência.

Durkheim (1996) demonstrou que o espaço não é um meio vago e indeterminado, como é próprio do pensamento kantiano, pura e absolutamente ho-mogêneo. Se o fosse, não suscitaria o pensamento, e a representação espacial seria uma "primeira coor-denação introduzida entre os dados da experiência sensível". Além disso, se o espaço fosse de caráter qualitativamente homogêneo, esta premissa seria impossível. Já que ele é base de determinações da vida social, revela quebras qualitativas diante da experiência humana. Nesse contexto, torna-se uma determinação primária da consciência da realidade. Tendo isto como pressuposto, a modelização sim-bólica dos objetos espaciais tem como conceito anterior os parâmetros da consciência mítica.

Numa construção primeira, a da cultura mítica, o sentido das formas espaciais é expresso dentro de um cosmos fechado. A Monografias.come serenidade aparente das coisas, no mundo mítico, só são rompidas com o jogo da linguagem e seu processo de nomeação do mundo. Este processo inexorável de recognição conceitual das formas do mundo se converte a uma unidade da imagem. A linguagem é a mediação necessária entre as coisas e seus signi?cados mais ocultos. Assim, quando tangenciamos a imbricação entre o mito e a linguagem estamos, no dizer de Cassirer (1998), "frente ao umbral de um novo mundo espiritual".

À medida que uma imagem transcende os limites de si mesma, transforma-se em representação que, por sua vez, se converte na encarnação da imagem, sua presença e o próprio ato de se fazer presente. Portanto, a representação é expressão concreta, quer por manifestação, quer por emanação de uma vontade incontida do aqui e agora, e não admite redução a nenhuma outra forma semelhante. A in-dividuação da representação é expressa por meio de formas concretas mediadas pela linguagem. Como fenômenos sensíveis, as formas se revestem de sen-tido através de seu âmbito. Ou seja, considerando a realidade dividida em esferas fenomênicas presen-ciais e das representações, a articulação destes âm-bitos é a base de uma Geogra?a do Conhecimento, sendo o mundo presencial a esfera da coisa em si, o mundo dos signi?cantes, a semelhança do conceito lefebvreriano da prática espacial. Já o mundo das representações é a esfera da coisa para si, a instância das propriedades do objeto, o mundo semântico e o reino do simbólico.

A análise da espacialidade das formas simbólicas sofre do mesmo dilema epistemológico apresentado por Soja (1996) como próprio da epistemologia do segundo espaço de caráter subjetivo e idealista, ou, como Lefèbvre (1991) sugere, como uma "ilusão de transparência". Também apresenta dificuldade em romper a opacidade da rei?cação do real como puramente material presente na interpretação da teoria social marxiana.

A espacialidade das formas simbólicas como face das representações sugerida em nossa análise é uma dimensão necessária na constituição de uma Geogra?a do Conhecimento. A análise da morfo-logia simbólica dos objetos espaciais é a dimensão próxima da paisagem.

Sob a herança clássica em Geogra?a, a paisagem é a associação dos fatos espaciais que constituem uma unidade e identidade. Sob esta base, a contribuição de Sauer (1967) estabelece um equilíbrio associativo entre as relações espaciais e temporais dos elementos da paisagem. A paisagem cultural se realiza como um produto Monografias.comda conexão de estruturas humanas. A expressão cultural seria a marca da projeção do trab-alho do homem relacionado a determinada área. Por Monografias.com, o método morfológico de base organicista valida uma veri?cação dos produtos culturais materiais, os artefatos. A cultura é o agente, a área natural é o meio, e a paisagem o resultado.

Nossa proposição de uma análise da morfologia simbólica da paisagem se move em direção a outro paradigma. A partir de uma teorização das formas simbólicas, apontamos para a análise morfológica dos objetos materiais e ideais modelados enquanto representações. Non sequitur, a paisagem continua como core área da cultura. Quando articulamos as paisagens, historicamente consideradas como fruto do processo de modelização simbólica, em uma to-talidade estrutural ampla, constituímos o espaço.

O espaço como realidade relacional emerge a par-tir da articulação social entre pessoas e objetos. Essa relação é marcada por um processo de modelagem simbólica no plano do conhecimento num determi-nado meio. Como lembra Merleau-Ponty:

O espaço não é um meio contextual (real e lógico) sobre o qual as coisas estão colocadas, mas sim o meio pelo qual é possível a disposição das coisas. No lugar de pensarmos o espaço como uma espécie de éter em que todas as coisas estariam imersas, devemos concebê-lo como o poder universal de suas conexões (1993:258).

Esta noção de espaço centrada na fenomenologia se baseia numa análise da experiência espacial cen-trada no sujeito subjetivo. Desse modo, é a percep-ção do indivíduo o que edi?ca o conhecimento do espaço. Contudo, podemos ir além, considerando o pensar e a ação subjetiva do sujeito como reveladores das modi?cações causadas pelas representações. O impacto destas sob tal abordagem é eminente-mente social, e em seu caráter fenomenal se realiza e cristaliza através da comunicação, em redes de conhecimento.

No que tange à premissa de o espaço não ser a cristalização de um fenômeno, mas parte das pos-sibilidades relacionais do mesmo, nós o projetamos como um universo de imagens espaciais concatena-das pelas representações. Igualmente, como em Bach-elard (1989), o espaço é a imagem da efemeridade: "O que se evidencia aqui é que o aspecto metafísico que nasce no próprio nível da imagem, no nível de uma imagem que perturba as noções de uma espa-cialidade comumente considerada capaz de reduzir as perturbações e devolver o espírito à sua posição de indiferença diante de um espaço que não tem dramas a localizar".

No dualismo interior/exterior está o dilema da imagem do espaço: onde termina o íntimo e interno e a?ora a amplitude do externo. As imagens do espaço projetam, em nível do senso comum, uma ordem simbólica do mundo.

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Como as representações sociais possuem uma substancialidade quase tangível no cotidiano, não contestamos os elementos simbólicos que a compõem e nem a prática que a enseja. Sob a quali-dade de fenômeno a compreendemos com certa fac-ilidade, mas sob o prisma conceitual e como forma de conhecimento ela nos anuvia em suas idiossincrasias teóricas duais de caráter sociológico e psicológico.

A teoria das representações sociais foi escruti-nada no trabalho de Serge Moscovici e construída propriamente no âmbito da Psicologia Social, e com re?exos signi?cativos nas Ciências Sociais sugere como campo especí?co "o estudo de como e por que as pessoas partilham o conhecimento e desse modo constituem sua realidade comum, de como transfor-mam idéias em práticas" (Moscovici, 1990:164).

Para tanto, o autor explicita a necessidade do enfrentamento de tendências que visam separar os aspectos psicológicos dos sociológicos. A base de aproximação dos trabalhos de Moscovici (1990) está na idéia de representação coletiva de Durkheim (1996), que atribui a ela uma autonomia dos parâ-metros puramente psíquicos de sua gênese. As representações coletivas seriam a própria trama da vida social, possuindo um caráter relacional tanto entre indivíduos como entre grupos sociais. Desse modo, são os fenômenos sociais que revestem as representações de seu caráter concreto e inteligível. As representações coletivas são os modos como os grupos pensam suas relações com os objetos que os afetam. Todavia, a abordagem de Durkheim (1996) é por demais rígida ao propor uma clivagem teórico-metodológica entre as representações individuais e as coletivas contextualizadas em sociedades arcaicas.

Assim, Moscovici (2003) vai além quando sugere que os fenômenos das representações estão ligados aos processos sociais atinentes às diferenças da própria sociedade. As representações sociais são, então, elaborações coletivas diversi? cadas no âmbito da modernidade. Ele remete às representações sociais as várias facetas das relações interpessoais do cotidi-ano. Ou seja, a teoria engloba a articulação de a? r-mações conceituais e explicações que têm origem no cotidiano. Muito mais que uma observação ou opinião sobre o mundo, o ato de representar é a expressão de uma internalização da visão de mundo articulada que gera modelos para a organização da realidade.

Jodelet (2001) caracteriza a pesquisa em repre-sentações sociais como um campo multidimensional por se situar na interface social e psicológica. Esta realidade reitera o interesse nas Ciências Humanas. Os seguintes elementos convergentes existem no espectro das pesquisas em representações sociais:

I) A representação social é sempre de algo ou al-guém, manifestando, assim, aspectos tanto do sujeito como do objeto.

II) "A representação social tem como objeto uma relação de simbolização (substituindo-o) e de interpretação (conferindo-lhe signi? cações)". Espe-ci?camente é a expressão do sujeito além de uma perspectiva cognitivista, porque integra a análise das determinantes sociais e culturais.

III) É sempre considerada uma forma de conhe-cimento.

IV) É um saber prático erigido da experiência contextualizada.

Moscovici (2001) explicita as representações sociais como tudo aquilo que se propõe a tornar algo ou alguém não familiar em algo ou alguém familiar. Esta é a tentativa de conceber um universo consensual em contrapartida a um universo rei?-cado; o jogo de forças entre o opus proprium e o opus alienum, que representa a divisão profunda do conhecimento da realidade. Classicamente era o que distinguia as esferas da ciência sagrada e da ciência profana, e que foi substituído pelos conceitos de universo consensual e universo rei?cado. Sob o âmbito consensual da sociedade há a equanimidade e a liberdade de representar o grupo devido a deter-minadas circunstâncias complexas e ambíguas em mundos institucionalizados. Todavia, um universo rei?cado é intrinsecamente desigual, constituído de classes e papéis. A competência é determinada de acordo com o mérito atribuído e o direito de exercer determinada função. São sistemas preestabelecidos, em que a permuta de papéis sociais é hierarquica-mente condicionada.

De certo modo, as ciências tratam especialmente do universo rei?cado, sendo as representações so-ciais parte do universo consensual. O propósito do primeiro é estabelecer uma gama de forças, objetos e eventos independentemente de nossos desejos, em que reinariam a imparcialidade e a objetividade da precisão intelectual. Já as representações remetem à consciência coletiva, que explica o que é de interesse imediato e acessível a qualquer um. Seria a realidade prática, apreendida através da apropriação comum da linguagem e da imagem, e de sua veiculação de idéias.

A ruptura entre o senso comum e o discurso cientí?co no século XX marca o con?ito destes dois universos do conhecimento. De certo modo, essa clivagem acompanha a relativização da linguagem em seus signi?cados objetivos e acena para os sig-ni? cados míticos e simbólicos.

A ciência e a política são partes preponderantes do universo rei?cado de conhecimentos circun-scritos, em oposição ao cotidiano que projeta as pessoas diante dos dilemas da vida através da busca de aparatos míticos e rituais que envolvem o mundo enquanto convenções.

O espectro das convenções sociais, parte in-trínseca do universo consensual das representações sociais, indica a sociedade como um mundo das coisas plenas de Monografias.com, na qual o denominador comum é o próprio homem. Existe uma identidade comum ao grupo, livre e de certo modo igualitária. Cada um se expressa no campo do aceito, do banal, próprio do cotidiano. No âmbito de regras próprias há a construção de imagens típicas, projeções soci-ais auto-explicativas, espaços banais que de modo recorrente integram o indivíduo aos esquemas de sua própria cultura. Todavia, a prática social, neste con-texto, invariavelmente revela um mundo de crenças e esquemas mentais convencionais próprios do que é aceito por todos de forma imediata.

Por outro lado, o universo hierárquico e rei? cado é próprio dos sistemas de classi?cação, do mundo dos papéis e competências especí?cas, o mundo das diferenças, das relações de poder, dos saberes hierarquizados, da unção institucional que confere méritos diversos. O espectro rei?cado é pleno do con?ito imanente contido pelos sistemas organiza-cionais e suas regras e normas. É um mundo com uma linguagem especí?ca para cada embate, para cada contexto espaciotemporal.

Assim, dois mundos coexistem: um consensual, próprio das representações sociais, e outro rei? cado, próprio das ciências e da política. Enquanto o se-gundo surge fora de nós de modo coercitivo, ao qual devemos ser submetidos na forma de um espaço de relações de poder, o primeiro é a consciência cole-tiva que restabelece uma harmonia convencional na explicação das coisas e dos fatos do cotidiano em um espaço banal.

Para Moscovici (2003), a transição entre esses mundos é facilitada pelas ideologias: "isto é, de transformar categorias consensuais em categorias rei-Monografias.come de subordinar as primeiras às segundas. Por conseguinte, não possuem uma estrutura especí?ca e podem ser percebidas tanto como representações quanto como ciência".

A análise das representações sociais nos coloca diante da necessidade de decodi?car esse mundo próprio do universo banal, o do ser no espaço para o ser enquanto espaço. A espacialidade desse mundo banal possibilita uma Geogra?a do senso comum, uma Geogra? a das Representações.

RUMO À GEOGRAFIA DAS REPRESENTAÇÕES

Uma Geografia das Representações é uma Geogra?a do conhecimento simbólico. Assume as representações sociais como ponto de partida para uma Geogra?a Cultural do mundo banal, da cultura cotidiana, do universo consensual impactado pelo universo rei? cado da ciência e da política.

A partir dessa discussão, reconhecemos quatro instâncias analíticas para uma Geogra?a das Rep-resentações:

I) A primeira instância de análise se refere à es-pacialidade fenomênica, que é apreendida através de nossos instrumentos perceptivos imediatos. Refere-se à morfologia dos objetos espaciais e sua concretude, a exemplo das estruturas construídas pelo homem e das superfícies modeladas pela dinâmica natural.

II) A segunda é a apreensão conceitual, pela qual concebemos as formas espaciais por seus predicados e reconhecemos sua modelização simbólica. Ou seja, entendemos os processos como parte de um sistema simbólico permeado de matizes culturais. Trata-se de uma apreensão do limiar das representações.

III) A terceira admite as representações sociais enquanto fenômenos espaciais per si. Neste sentido, as representações sociais são expressões da espa-cialidade social pelas quais reconhecemos o mundo e suas relações.

IV) A quarta instância é o tratamento das representações sociais como base conceitual e analítica de uma Geogra?a do Conhecimento engendrada pela dialética entre universo consensual e universo rei?cado. É a Geogra?a da plenitude do processo de modelização simbólica do mundo. Essa dimensão de análise transcende a limitação imposta pela individuação excessiva da cognição, própria da Geogra? a Comportamental. Transfere a análise para a espacialidade de identidades sociais marcadas pelo processo de modelização simbólica, em formas institucionalizadas e objetivadas enquanto representações. Demonstra como os atores sociais individuais e coletivos marcam a existência de determinada realidade espacial.

A partir do exposto, é possível reconhecer duas linhas de argumentação de uma Geogra?a das Rep-resentações:

I) A primeira é relacionada às identidades sociais como resultado da imposição dos universos rei? cados sobre os consensuais das representações.

II) A segunda é uma Geografia do Conheci-mento banal que cada comunidade produz a partir da representação que cada grupo faz de si mesmo. Uma Geogra?a Cultural do mundo banal, da cultura cotidiana, do universo consensual impactada pelo universo rei?cado da ciência e da política.

A primeira acena para uma Geogra?a Política das representações centrada no con?ito de identidades sociais e institucionais, a partir de um espaço de representação do poder. A segunda aponta para a consubstanciação simbólica do cotidiano modelado pela auto-imagem do grupo social e pelas convenções do senso comum.

As perspectivas para a Geogra?a Cultural brasilei-ra na discussão e operacionalização do conceito de representação social são múltiplas e de grande potencial epistemológico, não podendo, portanto, ser subestimadas ou ignoradas.

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Autor:

Sylvio Fausto Gil Filho

faustogil[arroba]ufpr.br

Departamento de Geografia / UFPR



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