O espaço do cotidiano nos Shopping Centers em Curitiba-PR



  1. Resumo
  2. O espaço do cotidiano nos shopping centers em Curitiba-PR
  3. A espacialização do consumo
  4. Shopping Centers em Curitiba
  5. O marketing dos shopping centers
  6. Considerações finais
  7. Referências Bibliográficas

Resumo:

Este artigo aborda a questão das relações sociais nos shopping centers em Curitiba-PR. Esta leitura busca entender as influências dos shopping centers sobre determinado local, e de que maneira a comunicação convence os usuários/consumidores a fazer parte desse novo espaço oferecido. A observação da estruturação dos shoppings escolhidos serve consequentemente para entender como as pessoas fazem as suas geografias no cotidiano. Nesta perspectiva o cliente do shopping é um agente-usuário, quer dizer um ator num palco prefigurado, ou um agente-modificador, porque seus sonhos são realizados. Nossa abordagem parte da discussão do conceito de representação no cotidiano em GOFFMAN e STANISLAVSKI em diálogo com a teoria da estruturação de A. GIDDENS.

 Palavras-chave: shopping centers, espaço do cotidiano, geografia social.

The space of the daily in shopping centers in Curitiba-PR (Abstract):

This article approaches the problem of the social relations in shopping centers in Curitiba-PR. This approach tries to understand the influences of shopping centers on specific local and which manner the communication convinces the users/consumers to take part of this new offered space. The observation of the shopping"s struturation chosen it serves consequently to understand how the people make theirs geographies in the daily bases. In this perspective the shopping customer is an agent-user, this means an actor in one pre-figure stage, or a modifier agent, because his dreams come true. Our approach starts the concept of representation in the daily bases through GOFFMAN and STANISLAVSKI in dialogue with the theory of the struturation of A. GIDDENS.

 

Key- words: shopping centers, daily space, social geography

O presente estudo busca fazer uma reflexão sobre a presença dos shopping centers em Curitiba-PR, bem como a influência que eles exercem sobre o local, seus arredores e nas relações sociais das pessoas que fazem o seu cotidiano. Como lugar urbano de consumo os shopping centers mantêm a prática de consumir em constante movimento através das suas ofertas e dos seus incentivos para ações rotinizadas, possuem uma estrutura espacialmente distribuída que tem como conseqüência uma "regionalização das ações".

 É um lugar estruturado principalmente pela atividade consumista: os seus atores são de um lado administradores e lojistas e de outros clientes. O espaço do shopping center é um espaço onde todas as artimanhas são pensadas e refletidas para incentivar a visita "descompromissada" do consumidor/usuário/ator, seguindo as regras do mercado. A idéia é a de recriar (e refletir) a cidade dentro deste espaço, com todas as comodidades e atrativos que de certa forma acabam levando ao consumo. Assim, as práticas sociais e urbanas de longa data são reproduzidas e modificadas dentro do shopping. Eles revelam a sua experiência do "novo" através da sua "Modernidade", sobrepondo-se ao "velho" das antigas experiências urbanas. A experiência de conhecer o shopping center é sentida de maneira diferente por cada indivíduo; alguns podem sentir segurança e estabilidade, outros excitação, outros rejeitam a sua artificialidade; isso varia de acordo com a percepção de cada um. Para incentivar as pessoas a conhecer/ utilizar/consumir no shopping center, o uso da propaganda é essencial, o consumidor tem que ser convencido que irá ao lugar certo. Neste sentido, a publicidade e o marketing são os meios de comunicação que incentivam e mantêm o processo de consumo através de anúncios e imagens que criam e incentivam necessidades para ter uma determinada mercadoria.

 

Os shopping centers hoje estão conquistando cada vez mais o espaço de lazer das pessoas. Esta relação passa em muito, pela estética e o visual do lugar. Através de elementos expositivos, os usuários são levados aos seus sonhos sociais, que se transformam em consumo, quer dizer em atos econômicos. Assim, o lazer aparece agradável ao cliente, acontecendo em lugares bonitos, feitos com o objetivo de chamar a atenção e criar a satisfação. O usuário/consumidor/ator a princípio vai ao shopping center por curiosidade, se esse,. é um lugar seguro, oferece opções de lazer, é um lugar acolhedor, com certeza o consumidor voltará várias vezes, ele experiência o lugar, faz novas descobertas, conhece os vendedores, sabe se orientar. É no shopping center que esse consumir exercerá um novo papel e conhecerá outros atores. Como cita STANISLAVSKI (2005) "a vida imaginária é criada á vontade, com o auxílio do próprio desejo do ator", e proporcionalmente à intensidade criadora do material espiritual que ele possua ou que tenha acumulado em si." É um novo palco a ser conhecido, o ator/usuário/consumidor apresentará uma nova máscara, de um personagem, para personagens projetados por outros atores.


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