A emoção desempenha um papel essencial no comportamento e na tomada de decisão.
Esta realidade remete para a necessidade de ter em conta a emoção no processo de design, uma vez que o objectivo de desenvolvimento de um produto é captar a atenção do consumidor e reter o seu interesse. Esta comunicação incide sobre os aspectos a ter em consideração na concepção de uma entidade tutora virtual, dotada de emoção, e reflecte sobre as implicações associadas à inclusão de emoção nessa mesma entidade.
O desenvolvimento da computação afectiva possibilitou a construção de sistemas com a capacidade de reconhecer, sentir e expressar emoções. A expressão de emoções em agentes pedagógicos virtuais é essencial para a criação de empatia com o aprendiz, elevando a sua motivação e permitindo o acompanhamento fiel do seu processo de aprendizagem. Por conseguinte, é fundamental que a conceptualização da entidade tutora tenha em conta vários factores, entre os quais as expressões faciais, a personalidade, a emoção, a memória e o reconhecimento e identificação de emoção. O reconhecimento de emoção assume particular importância, na medida em que permite ao agente tutor perceber o estado do aprendiz e agir em conformidade. Para validar a relevância do desenvolvimento de entidades tutoras, dotadas de emoção, serão apresentados alguns exemplos de agentes pedagógicos virtuais, a nível nacional e internacional. Em suma, colocar-se-ão em evidência os diversos benefícios extraídos da inserção de emoção nos agentes virtuais e a relevância do design emocional no processo de concepção dos mesmos.
A presente investigação decorre no âmbito do projecto LIREC[1](LIving with Robots and InteractivE Companions), que pretende desenvolver companheiros virtuais e robots com a capacidade de estabelecer relações a longo prazo com os seus companheiros humanos. O estudo é centrado em companheiros virtuais com cariz pedagógico na área musical, sendo que o contributo da presente investigação se prende com a integração de emoção nos companheiros, em particular através das expressões faciais. Contudo, existe a vontade de explorar as potencialidades do design emocional neste processo e compreender os benefícios que advêm desta estratégia. O estudo será ainda complementado com um estudo em campo, no qual participam alunos do 1º ciclo de duas escolas do concelho de Coimbra.
A estética e as emoções despertadas na fruição de um produto desempenham um papel fulcral no processo de tomada de decisão do consumidor.
O conceito de design emocional tem como objectivo primordial demonstrar que é possível estabelecer uma relação com o consumidor ou utilizador, bem como analisar e decidir quais os sentidos que deverão ser despertados para que tal aconteça. O design emocional pretende associar a estética à funcionalidade e assim conceber um produto que apele às emoções subjectivas do consumidor, despoletando uma acção. Existem, a nível do cérebro, três níveis diferentes que necessitam de diferentes estímulos ao nível do design, o que resultou na divisão do design emocional em 3 áreas de actuação distintas, o design visceral, design comportamental e design reflexivo (Norman, 2004).
O design visceral tem como base a aparência do objecto, a sua estética e, consequentemente, pretende despoletar no consumidor um impacto emocional e instintivo, desencadeando dessa forma uma acção correspondente (Norman, 2004).
O design comportamental foca-se na experiência do utilizador com o produto, bem como na usabilidade e performance oferecida pelo produto. O enfoque no design comportamental é dado à averiguação das necessidades do consumidor e sua colmatação (Norman, 2004).
O design reflexivo relaciona-se com o significado do produto e da sua utilização.
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