Este pequeno artigo é a síntese de uma fala/intervenção proposta no VII Encontro Regional de Psicopedagogia, promovido pela ABPp Associação Brasileira de Psicopedagogia - Seção Santa Catarina, realizado no dia 22 de novembro de 2008, em Florianópolis.Trata-se de uma tessitura oriunda de diferentes processos reflexivos, focados na formação continuada do psicopedagogo, no fomento aos processos de desenvolvimento da autoria de pensamento e nos próprios movimentos de formação de nossas subjetividades enquanto profissionais e agentes de Educação e Saúde.
Palavras-chave: Educação, Formação Continuada em Psicopedagogia, Autoria de Pensamento.
Abstract:
This short article is a summary of a speech/proposed intervention in the VII Regional Meeting of Psychopedagogy, promoted by the Brazilian Association of ABPp Psychopedagogy - Section Santa Catarina, held on November 22, 2008, in a fabric Florianópolis.é come from different processes thoughtful, focused on the Continuing Education of Psychopedagogy, in promoting the development processes of authorship of thought, on the movements of training for our subjectivities as professionals and agents of Education and Health.
Key-words:
Education, Continuing Education in Psychopedagogy, author of thought.
No trabalho de formação inicial e continuada de psicopedagogos e educadores, já faz algum tempo, tenho feito uso das metáforas como elemento incondicional para a mediação da aprendizagem. Tal movimento, já formatado em outros momentos, tem sido uma opção metodológica e uma proposição de sentidos à pesquisa e ao trabalho com Educação e Psicopedagogia.
Numa perspectiva de concisão, opto sempre por aliar movimentos de construção de sinapses que sejam favorecedores e facilitadores de novos modos de olhar, pensar, sentir e agir em Psicopedagogia, que saia definitivamente do lugar comum que é o simples falar, onde o estímulo é sempre pequeno ou pouco, à medida que o uso que fazemos das diferentes possibilidades estratégicas, muitas vezes, limita-se tão somente a própria fala.
Tenho acreditado, pela experiência adquirida ao longo dos últimos anos, que toda vez que uma pessoa estuda e vive, trabalha e pesquisa como intensa escolha os campos da Psicopedagogia, ela não somente fala, mas sim faz uma intervenção psicosocioeducativa. Afirmo isso pelas vivências e a partir da constante busca (quase uma mania) de sistematizar o vivido em cada experiência de formação, fazendo inclusive com que cada "aprendentensinante" presente no curso também assim passe a agir: registrando, de algum modo, o ocorrido, o momento vivido (2).
O campo psicopedagógico hoje é um campo aberto a inúmeras possibilidades de avanços, pois vivemos numa era onde aprendizagem é processo essencial em nossa contemporânea sociedade como um todo: aprendizagem é tema recorrente em todos os campos do conhecimento e, por tratar da Aprendizagem, a Psicopedagogia possui grandes contribuições na reconfiguração paradigmática que vivemos em nosso tempo. (3)
Em nossas falas, em nossas psicopedagógicas intervenções psicosocioeducativas, cada um de nós leva algo mais que uma simples sistematização de conteúdos, que optamos por organizar para comunicar, para com-partilhar: levamos nossas essências como viventes e vivificamos nossas trajetórias de outros tempos. Relacionamos espaços e tempos plurais, falamos/rememoramos experiências diversas, enfim, trazemos ao nosso sentipensar possibilidades múltiplas de rever os percursos já feitos, pensar o que estamos a fazer no momento presente, como eternos aprendentesensinantes que somos todos nós e, principalmente, juntos vislumbrarmos outras possibilidades futuras, comungando utopias que podem nos levar adiante, sabendo que o tempo "é construção (...) Não podemos ter esperança de predizer o futuro, mas podemos influir nele (...) as visões de futuro e até as utopias desempenham um papel importante nessa construção (...) Há pessoas que temem as utopias, eu temo a falta delas" (Prigogine, 1996;268).
A metáfora da teia, da rede, do fio, do equilibrista, enfim, as metáforas recorrentes em nossas intervenções, acabam sempre por ser (re)invenções de sentidos, busca por novos modos de disser algo que muitos outros de nós já disseram, mas de um outro modo onde nossa marca esteja presente.( 4)
Página seguinte |
|
|