Este artigo apresenta a evolução do conceito de capital social: desde Alexis de Tocqueville (A democracia na América, 1962) até Robert Putnam (Comunidade e democracia: a experiência da Itália Moderna, 2002) na tradição da Ciência Política. Em um segundo momento apresenta, especificamente, o município de Ijuí (breve revisão histórica) e, por m, trata da questão educacional no referido município. Comprova, por intermédio dos resultados de um survey (2005), que, quanto maior o grau de instrução das pessoas, maior o grau de civismo das mesmas.
Palavras-chave: capital social; cultura política; educação.
Abstract:
This article considers the evolution of the concept of social capital: from Alexis de Tocqueville (The democracy in America, 1962) to Robert Putnam (Community and democracy: the experience of Modern Italy, 2002) in the tradition of Political Science. The specific case of the city of Ijuí (a brief historical review) is also presented and, finally, educational issues in the referred city are addressed. It proves on the basis of Survey results (2005), that the greater the level of education of the people, the higher is their degree of patriotism.
Key-words: social capital; education; political culture.
O conceito de capital social começou a aparecer recentemente na literatura acadêmica. O tema obteve uma rápida repercussão e aceitação entre os cientistas sociais. Apesar da relativa popularidade da temática, porém, não se pode definir o conceito de capital social como se fosse homogêneo, pois o mesmo envolve um conjunto de valores sociais que promovem tanto a ação individual quanto a ação coletiva. Neste sentido, sua definição é problemática; por isso,
o entendimento conceitual e teórico do capital social continua a se desenvolver (LEDERMAN, 2001 e BANCO MUNDIAL, 2003)
Assim, há muitos entendimentos do que seja capital social, o que causa certa "confusão" justificável sobre o que o constitui. Isso porque teóricos utilizam palavras diferentes para conceituar capital social, as mais usuais são: energia social, espírito comunitário, laços sociais, tecido social, virtude cívica, confiança, redes associativas, relações horizontais, vida comunitária, normas sociais, redes informais e formais (bonding, bridging, linking), reciprocidade, bem comum e pró-atividade.
Pode-se encontrar na obra A democracia na América, de Alexis de Tocqueville, os primeiros fundamentos do significado do que seja capital social. No entanto, um dos primeiros teóricos a utilizar o termo "capital social" nos círculos acadêmicos foi a educadora progressista e reformista social norte-americana Lyda Judson Hanifan, em 1916[1]Mais tarde, Jacobs (1961), Bourdieu (1986), Coleman (1988, 1990), Putnam (1993, 1995), Woolcock e Narayan (2000), Portes e Landolf (1996), Woolcock (1998), Amartya Sen (2000) e Kliksberg (2001), entre outros, contribuíram para a popularização do termo[2]
Este artigo está dividido em três seções específicas. A primeira trata da evolução do conceito a partir da obra A democracia da América de Tocqueville. Isso porque, embora o autor não tenha citado tal conceito, é possível perceber o "espírito" do capital social presente entre a sociedade norte-americana em meados do século XIX. No século XX, Hanifan cita o conceito pela primeira vez e, a partir dos anos 60 e 70, o conceito entra em evidência, principalmente com os estudos de Putnam. A segunda seção apresenta uma breve descrição do município de Ijuí, localizado no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (evolução histórica) para, na última seção, tratar de aspectos ligados à educação e a relação com níveis de civismo (capital social) entre os ijuienses. Através de uma pesquisa empírica (análise dos resultados do survey) será comprovada a hipótese de que os níveis de civismo (confiança, cooperação, participação) de uma comunidade dependem dos níveis de escolaridade dos mesmos.
Com o objetivo de estudar o funcionamento do regime político e analisar a vida sociopolítica dos norte-americanos, Tocqueville chegou a Nova Iorque, em 1831, com 25 anos de idade. Como síntese dos seus estudos práticos, escreveu a sua principal obra teórica intitulada A democracia na América (La démocratie en Amerique), cujo primeiro volume é impresso em 1835 e o segundo, em 1840. Munido de instrumentos empíricos, Tocqueville procurou construir teoricamente um "tipo ideal" de democracia.
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