Sin comunicación no hay cultura, historia, ni futuro; no hay pueblos. Uma análise sobre o ativismo eletrônico indígena no México



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. Considerações metodológicas
  4. Ressalvas e limites teóricos da pesquisa
  5. Etnografando os sites
  6. Considerações finais
  7. Anexos I – Figuras
  8. Anexos II – Organizações Indígenas do México encontradas na Internet
  9. Bibliografia

Resumo

Principalmente a partir da metade da década de 90, o uso da Internet vem se tornando um dos canais de expressão importantes para algumas organizações indígenas. Esse espaço tem assim se conformado por disputas em torno do significado de categorias étnicas atributivas e identitárias a partir da criação de sites, o que engendra um novo tipo de relação e recursos possíveis e, em parte, disponíveis para os movimentos sociais voltados à defesa de minorias étnicas. Este trabalho procurou investigar as diversas formas de expressão virtual de organizações indígenas mexicanas na rede mundial de computadores. Consideramos que esse tipo de inserção acarreta reformulações no âmbito étnico-identitário, ou seja, o que a organização tem que "ser" ou "demonstrar ser" segundo seus sítios virtuais para os grupos interessados na sua inserção digital reflete por sua vez nas orientações político-ideológicas do grupo, reformulando o que significa ser indígena no México.

Palavras-chave: ativismo eletrônico, movimentos sociais, organizações indígenas, México.

Cite este artigo: MAGALHAES, Aline Moreira. Sin comunicación no hay cultura, historia, ni futuro; no hay pueblos. Uma análise sobre o ativismo eletrônico indígena no México. Revista Habitus: revista eletrônica dos alunos de graduação em Ciências Sociais – IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 81-97, 30 mar. 2008. Anual. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2008.

1.      Introdução

Após um ano de pesquisa junto a um projeto que busca analisar nos sítios virtuais de organizações indígenas latino-americanas elementos como recursos tecnológicos utilizados, linguagem, projetos, interlocutores privilegiados, atores externos envolvidos nessa inserção midiática[2] etc, um conjunto de dados etnográficos referentes aos sites de organizações mexicanas, algumas hipóteses foram levantadas acerca de uma associação aparentemente existente entre a construção desses sites e (re)formulações étnico-identitárias das organizações. Tal perspectiva analítica busca superar as dicotomias entre moderno e tradicional, autêntico e inautêntico, no que diz respeito à formação de identidades étnicas, reconhecidas como "tradicionais", a partir de tecnologias modernas de comunicação.

No caso mexicano, principalmente após a grande visibilidade internacional adquirida pelo movimento zapatista por meio da Internet após o levante em 1994, o investimento na discussão sobre políticas de informação e comunicação ganhou espaço em algumas esferas de atuação de grupos e atores políticos (Ver figuras I e II). A concepção em termos organizativos da importância da internet torna-se sintomática quando da promoção de diversos fóruns dedicados à difusão de tecnologia informacional para organizações indígenas, ambientais, de direitos humanos etc, como por exemplo o Primer Taller Indígena de Tecnologías de Información y Comunicación: Tejiendo Redes de Cooperación para América, organizado pela Unión Internacional de las Telecomunicaciones (UIT) e a Comisión Nacional para el Desarrollo de los Pueblos Indígenas (CDI), que contou com a participação de 80 organizações indígenas. (Ver figura III). Ainda segundo o site da La Neta,

Tal evento tinha como objetivo fazer com que organizações indígenas que tivessem experiências com projetos que envolvessem tecnologias de informação e comunicação (TIC´s), tivessem um ponto de encontro onde compartilhem experiências e estabeleçam estratégias que fortaleçam as ações existentes para logo, dar-lhe continuidade em sitio de web. A oficina é resultado do trabalho realizado pelo governo mexicano através da CDI no marco dos compromissos adquiridos no Plano de Ação de Estambul (2002) emanado da Conferência Mundial de Desenvolvimento de Telecomunicações e do Encontro Mundial da Sociedade da Informação. É a primeira fase do projeto para criar um sítio facilitador que atenda as necessidades e características dos telecentros localizados em comunidades indígenas. (...) È de vital importância difundir as tecnologias da informação nas comunidades indígenas "porque as etnias indígenas na América Latina enfrentam condições de marginalização alarmantes, o que as fez serem consideradas como ponto de atenção prioritária (...) (http://cdi.gob.mx/index.php?id_seccion=1000, agosto de 2006)


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