Rede SACI
Bahia, 17/07/2002
Nosso interesse específico aqui, em função dos objetivos educacionais do nosso Programa, é apresentar um pouco mais detalhadamente alguns recursos de acessibilidade utilizados com as finalidades discriminadas na área 3, ou seja, como ferramentas ou ambientes de aprendizagem, na Educação Especial. Conforme tem sido detectado:
"A importância que assumem essas tecnologias no âmbito da Educação Especial já vem sendo destacada como a parte da educação que mais está e estará sendo afetada pelos avanços e aplicações que vêm ocorrendo nessa área para atender necessidades específicas, face ás limitações de pessoas no âmbito mental, físico - sensorial e motoras com repercussão nas dimensões sócio- afetivas." (Doc. do PROINESP, 2000).
No nosso trabalho educacional portanto, utilizamos adaptações com a finalidade de possibilitar a interação, no computador, de alunos com diferentes níveis de comprometimento motor e/ou de comunicação e linguagem, em processos de ensino-aprendizagem.
Essas adaptações podem ser de diferentes ordens, como, por exemplo:
"...adaptações especiais, como tela sensível ao toque, ou ao sopro, detetor de ruídos, mouse alavancado á parte do corpo que possui movimento voluntário e varredura automática de itens em velocidade ajustável, permitem seu uso por virtualmente todo portador de paralisia cerebral, qualquer que seja o grau de seu comprometimento motor (Capovilla, 1994)." (Magalhães, Leila N. A. P. et al., In http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/111.html).
Nós classificamos os recursos de acessibilidade que utilizamos em três grupos:
1- Adaptações físicas ou órteses
São todos os aparelhos ou adaptações fixadas e utilizadas no corpo do aluno e
que facilitam a interação do mesmo com o computador.
2-
Adaptações de hardware
São todos os aparelhos ou adaptações presentes nos componentes físicos do
computador, nos periféricos, ou mesmo, quando os próprios periféricos, em suas
concepções e construção, são especiais e adaptados.
3-
Softwares especiais de acessibilidade
São os componentes lógicos das TIC quando construídos como Tecnologia
Assistiva. Ou seja, são os programas especiais de computador que possibilitam
ou facilitam a interação do aluno portador de deficiência com a máquina.
Quando estamos posturando corretamente um aluno com deficiência física em sua cadeira adaptada ou de rodas, utilizando almofadas ou faixas para estabilização do tronco ou velcro, etc., antes do trabalho no computador, já estamos utilizando recursos ou adaptações físicas muitas vezes bem eficazes para auxiliar no processo de aprendizagem dos alunos. Uma postura correta é vital para um trabalho eficiente no computador.
Alguns alunos portadores de paralisia cerebral têm o tônus muscular flutuante (atetóide), fazendo com que o processo de digitação se torne lento e penoso, pela amplitude do movimento dos membros superiores na digitação. Um recurso que utilizamos é a pulseira de pesos, que ajuda a reduzir a amplitude do movimento causado pela flutuação no tônus, tornando mais rápida e eficiente a digitação. Os pesos na pulseira podem ser acrescentados ou diminuídos, em função do tamanho, idade e força do aluno.
O aluno Elsimar, por exemplo, utiliza a capacidade total de pesos na pulseira devido ao nível de flutuação de seu tônus e também porque sua complexão física assim o permite. Outra órtese que utilizamos é o estabilizador de punho e abdutor de polegar com ponteira para digitação, para alunos, principalmente com paralisia cerebral, que apresentam essas necessidades (estabilização de punho e abdução de polegar).
Além dessas adaptações físicas e órteses que utilizamos, existem várias outras que também podem ser úteis, dependendo das necessidades específicas de cada aluno, como os ponteiros de cabeça ou hastes fixadas na boca ou queixo, quando existe o controle da cabeça, entre outras.
Um dos recursos mais simples e eficientes como adaptação de hardware é a máscara de teclado (ou colméia). Trata-se de uma placa de plástico ou acrílico com um furo correspondente a cada tecla do teclado, que é fixada sobre o teclado, a uma pequena distância do mesmo, com a finalidade de evitar que o aluno com dificuldades de coordenação motora pressione, involuntariamente, mais de uma tecla ao mesmo tempo. Esse aluno deverá procurar o furo correspondente á tecla que deseja pressionar.
Alunos com dificuldades de coordenação motora associada á deficiência mental também podem utilizar a máscara de teclado junto com "tampões" de papelão ou cartolina, que deixam á mostra somente as teclas que serão necessárias para o trabalho, em função do software que será utilizado. Desta forma, será diminuído o número de estímulos visuais (muitas teclas), que podem tornar o trabalho muito difícil e confuso para alguns alunos, por causa das suas dificuldades de abstração ou concentração. Vários tampões podem ser construídos, disponibilizando diferentes conjuntos de teclas, dependendo do software que será utilizado.
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