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A crise do Mercosul (página 2)

Reinaldo Toso Júnior

"Os regimes cambiais e as alianças externas preferenciais são apenas dois dos exemplos mais eloqüentes das assimetrias e discordâncias que o Brasil e a Argentina continuaram a exibir ao longo dos anos 1990 e mesmo durante momentos de crise do sistema político internacional e do sistema multilateral de comércio. O elemento novo, contudo, a ser destacado como resultado da integração dos anos 1980 seria a definição de uma relação privilegiada entre os dois países que modificou de forma relevante o cenário estratégico na América do Sul.".

ALMEIDA 2001

é fato que os países membros do Mercosul vivem problemas e possuem muitos desafios internos para solucionar. Os problemas internos que mais preocupam são exatamente dos dois maiores membros do Mercosul, Argentina e Brasil, pois as controvérsias acabam abalando a credibilidade do Mercosul, mas não antes de causar impacto em setores específicos da economia de cada País. Estas crises muitas vezes lançam dúvidas sobre o futuro do Mercosul e da capacidade política da Argentina e do Brasil.

"Cavallo aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, atacar o Mercosul: chamou o sistema de tarifas comuns vigente entre os países que formam o bloco de "palhaçada". Além disso, reiterou sua intenção de baixar a zero a tarifa de importação para computadores, softwares e aparelhos de telecomunicação, que, para o ministro, deveriam ter o mesmo tratamento dos chamados bens de capital."

CINTRA 2001

Sucessivas crises que se apresentam dificultam a evolução do Mercosul para um bloco forte, o maior agravo é a perda de competitividade argentina, que tornou-se crônica em 2004 por causa da defasagem tecnológica do parque industrial argentino e sua perda de competitividade dentro do próprio bloco (ALABY 2004).

Enquanto as exportações brasileiras aceleram ao ponto de até gerar superávit favorável ao Brasil na balança Brasil-Argentina e da própria economia Argentina dar sinais de melhora e demandar por manufaturados brasileiros (caso dos eletrodomésticos), os empresários argentinos reagem e obrigam o governo daquele país a ignorar regras comuns do Mercosul, "Empresários pedem barreiras argentinas a 11 produtos do Brasil da BBC Brasil, em Buenos Aires" (CARMO 2004).

Estrategicamente o Brasil vem contornando os abalos que a Argentina tem causado ao bloco, fala-se mais agora de um Mercosul Político do que um Mercosul Econômico (ALABY 2004). O Brasil considera o Mercosul como estratégico para negociação de blocos e por causa disso sacrifica parte de seu desempenho perante as constantes mudanças na aduana Argentina, o caso mais grave e recente são as restrições á linha branca brasileira (geladeiras, fogões e máquinas de lavar).

Enquanto o Mercosul Econômico prossegue sem uma definição, o Mercosul Político persiste e os esforços do governo brasileiro para a integração regional são grandes. A última resposta do Governo á altura para a crise do Mercosul, o colapso da ALCA e das dificuldades nas negociações com União Européia foi o anúncio de estar preparando o BNDES para financiar obras de infra-estrutura nos países vizinhos (SOLIANI 2004).

CONCLUSÕES

O Mercosul segue a mesma conturbada trajetória de seus países-membros, e este texto procurou analisar alguns destes momentos das dificuldades nas relações comerciais entre o Brasil e a Argentina no Mercosul, com os alguns enfoques. O Mercosul talvez tenha sido uma necessidade antiga dos países da América do Sul, mas está sujeito a situações de crises específicas no seus maiores expoentes, o Brasil e a Argentina. Os Estados-parte se beneficiaram muito nas relações existentes na esfera do Mercosul.

Mas como qualquer processo de integração, as dificuldades são grandes, ainda mais no contexto sul-americano. Não há dúvida que os diálogos entre os países membros estão mais claros e contínuos e estão gerando uma união muito mais ampla na História das Américas.

O Brasil assumiu para si o compromisso de líder e de agente integrador propondo alternativas (SOLIANI 2004) para aproximar os países sul-americanos, enfim busca ampliar oMercosul, diluir as fraquezas rumo a uma união mais duradoura e sólida para negociar com os grandes jogadores globais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

Jundiaí, 14 de Outubro de 2004.

 

 

 

Autor:

Reinaldo Toso Júnior

tosojr-prof[arroba]yahoo.com.br

Wisconsin International University
Doutorado
Administração De Negócios
Os Mercados Comuns E As Empresas
W1027


[1] Tarifa Externa Comum



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