Este trabalho de reflexão apresenta os resultados de uma investigação bibliográfica que apontou e discutiu a realidade dos dados sobre a implantação e expansão da Educação a Distância (EAD) no Brasil - enfocando a inclusão digital - e analisa "como" e "quanto" ela corroborou para o fortalecimento dos Direitos Humanos e especialmente para o desenvolvimento da cidadania. A sistematização dos resultados contribuiu para uma reflexão crítica acerca do atual panorama de EAD e da democratização do ensino e de cidadania no país. A problemática da pesquisa circunscreveu-se sobre o binômio: inclusão digital e cidadania. A hipótese norteadora do trabalho é que a EAD é instrumento para uma ação que faz recuperar, avançar e fortalecer a cidadania e as competências para o desenvolvimento pessoal e profissional. O trabalho de reflexão foi conduzido através dos dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância - 2006.
Palavras chave
Educação a distância, democratização do ensino, inclusão digital, direitos humanos, cidadania.
Vivemos em um mundo globalizado onde a inclusão digital, que prevê a acessibilidade de todo cidadão ao computador e Internet, vem sendo apregoada como pilar fundamental para propiciar democracia e cidadania por garantir que indivíduos usufruam do exercício dos direitos sociais. Em um país como o Brasil, onde os contrastes sócio-econômicos e culturais somam-se com a exclusão digital, acredita-se que a cidadania e democracia podem estabelecer-se no ciberespaço que aponta por um lado, para a liberdade (individual e coletiva) e, por outro, para a comunicação e a interdependência. O aumento da liberdade é evidente: o ciberespaço permite uma liberdade de expressão e de comunicação ás escalas mais profundas que qualquer outra mídia nos autorizaria.
Concomitante a isto, a democratização do ensino é hoje tema extremamente controvertido, pois estamos numa era onde todos teriam chance de ir á escola, e onde depois da decorrência de várias políticas sociais e educacionais, o esforço acabaria por colocar cada cidadão dentro de uma sala de aula. No entanto, se hoje ainda muitos educadores esperam e planejam uma "educação para todos", a viabilidade desta, através do sistema escolar, vem sendo questionada cada vez com mais freqüência. Daí a premência por alternativas que proponham um caminho possível diante de um plano e uma prática que se dicotomizam irrecuperavelmente. Nesse contexto questionamos se a educação a distância (EAD) pode se apresentar como uma ferramenta eficiente para equacionar as desigualdades e restrições á educação tornando-se fator relevante de formação do cidadão integral.
Diante desta realidade este paper apresenta os resultados de uma investigação bibliográfica que apontou e discutiu a realidade dos dados sobre a implantação e expansão da EaD no Brasil - enfocando a inclusão digital - e analisa "como" e "quanto" ela corroborou para o fortalecimento dos Direitos Humanos e especialmente para o desenvolvimento da cidadania. A sistematização dos resultados aponta e contribui para uma reflexão crítica acerca do atual panorama de EAD e da democratização do ensino e de cidadania no país.
A problemática da pesquisa circunscreveu-se sobre o binômio: inclusão digital e cidadania. Quais são os resultados que revelam a democratização? A democratização representa uma mutilação do ensino promovida pela massificação de cursos e abertura descontrolada de estabelecimentos ou, a implantação e as ações políticas em Educação a Distância têm promovido de fato a inclusão e a cidadania?
A hipótese norteadora do trabalho é que a Educação a Distância é instrumento para uma ação que faz recuperar, avançar e fortalecer a cidadania e as competências para o desenvolvimento pessoal e profissional. O trabalho de reflexão foi conduzido através dos dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância - 2006.
Primeiramente o que apontamos aqui é uma nova categoria de mediação entre o homem e o conhecimento, entre o cidadão e o saber. Este território é chamado por LéVY (2002) de ciberespaço[1] (um ambiente formado pelos computadores conectados á internet), onde supostas tecnologias intelectuais amplificam, exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas. Este novo e complexo ecossistema composto de máquinas e inteligências abraça e assume também a tarefa de "educar".
Uma nova sociedade em rede se estrutura a partir da internet, e como pressuposto, precisamos reconhecer a rede como um meio e categoria de mediação. Antes da internet as comunidades se organizavam dentro dos limites em certo espaço físico, o que aqui é rompido, e nada então se faz dependendo da proximidade dos seres corpóreos, embora não deixe de propiciar a "interação humana".
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