A RELAÇÃO ENTRE O EU INTERIOR E A MENTE CÓSMICA UNIVERSAL
Utilizando uma linguagem simples, a relação que existe entre o Eu Interior e a Mente Cósmica Universal é aquela que existe entre a Parte e o Todo.
A Mente Cósmica Universal pode ser considerada como a energia que envolve tudo o que existe, mas para se manifestar necessita se expressar na forma de dois pólos, opostos e complementares. Nosso Eu Interior é uma expressão específica desta Mente Universal. Da mesma forma que nosso corpo é uma unidade integrada por partes individualmente diferentes (olhos, mãos, cabelos, pulmões, fígado, coração, etc.), a verdadeira natureza dos seres humanos é ser uma expressão daquela Inteligência Superior, apesar de sua variabilidade individual.
é claro que - como já foi explicado - o fato de que cada um de nós tenha sido criado "à imagem de Deus", como dizem os livros sagrados, entre eles a Bíblia, não significa que sejamos deuses (ou semideuses). Contudo, a possibilidade existe e alguns homens chegaram até lá. A raiz do assunto está colocada na evolução daquela "imagem". Se deixarmos a Mente Coletiva se apoderar de nosso interior e permanecer ali congelada como se fosse um mecanismo automático, é óbvio que aquela imagem divina foi quebrada. E isto é possível, porque o homem - justamente para que possa evoluir - dispõe de livre arbítrio.
Agora bem, este livre arbítrio não é absoluto; ele restringe-se a ser a ferramenta através da qual decidimos quais opções escolhemos para desenvolver nossa vida. Mas ele não pode se estender além de certos limites, definidos pelas características ecossistêmicas da Natureza, e da própria natureza humana, já que nos dois casos, elas são regidas pelas leis universais, criadas pela Mente Cósmica Universal.
O homem se transformou assim em prisioneiro de sua própria inexperiência, julgando-se bruxo e só sendo um aprendiz. Tentou dominar à Natureza e aos outros homens, porque foi incapaz de dominar a si mesmo, porque foi incapaz de perceber que, antes de se preocupar pelos resultados, teria que conhecer os princípios. Em outras palavras, o homem, devido a sua inexperiência, fez escolhas erradas usando seu livre arbítrio, e em conseqüência aqui estamos nesta situação crítica.
Em cada etapa histórica, o homem tentou um meio diferente para sair de encruzilhada, fracassando sempre. Nos últimos 300 anos apelou para a Ciência, obtendo através dela resultados impressionantes, alguns deles de natureza positiva, outros de natureza altamente negativa (bombas atômicas, napalm, propaganda subliminar, etc). A situação prevalecente quando já entramos no Terceiro Milênio é uma mistura sórdida de egoísmo, reducionismo e utilitarismo. Não é nenhuma novidade dizer que o homem moderno, contemporáneo dos aviões a jato, supercomputadores, mísseis e naves espaciais, está em crise, em profunda crise existencial e até o tecnocrático Clube de Roma clama por uma nova ética e uma nova atitude frente à vida, que permita salvar a ameaçada espécie humana (ameaçada por ela mesma).
Neste ponto é o momento de voltar ao princípio. é o momento de compreender que o homem feito "à imagem de Deus" afastou-se dela por ignoráncia, por inexperiência. Se isto é certo, também o será seu contrário. Portanto, se o ser humano agir com sabedoria, perspicácia e inteligência, poderá refazer sua imagem, abandonando a máscara atual e procurando sua verdadeira e autêntica natureza.
A verdadeira natureza do homem é o seu Eu Interior, que está dentro de cada um de nós, também conhecido como o Cristo Interno, pois é ele o "Filho bem-amado do Pai que está nos Céus" (a Mente Cósmica Universal, ou Deus).
Observação :
O autor não esta promovendo, com seus pontos de vista, nenhuma religião pois não pratica nenhuma delas, nem está querendo criar uma nova. Más é fato que O Criador do Universo paira acima de todas as crenças e as religiões humanas, pálidos vislumbres de sua grandiosidade.
A medida que o Eu Interior comece a ser restabelecido, paralelamente será consertada a avenida positiva que liga a Mente Consciente (Eu Exterior) com a Subconsciente, cujo prolongamento chega até o Eu Interior. Desta maneira, os ecos, as ordens e os automatismos gerados pela Mente Coletiva irão se apagando até fazê-la ficar totalmente desativada e transformada num estação abandonada. Então, pelas janelas de nosso espírito penetrará uma luz inicialmente tênue, mas cada vez mais potente. Esta luz será o anúncio da Pró-Vida, da nova sociedade, da sociedade que vamos construir e que terá muito amor, muita paz e muita beleza.
Então, e recapitulando brevemente: o homem perdeu na noite dos tempos sua capacidade intrínseca de estar em contato direto com a Mente Cósmica Universal. Esta perda não foi um fato fortuito ou arbitrário e sim uma conseqüência lógica da espiral evolutiva, pois era necessário reforçar um pólo de sua estrutura (a Matéria) para o qual foi necessário escurecer o outro (a Espiritualidade). O fato é que o ser humano ficou só, e temeroso frente a um mundo imenso e assustador. Por isso viu-se obrigado a considerar sua individualidade como o principal, como algo sagrado. Do mesmo modo, seu próprio desespero ante as trevas e o sentimento de asfixia que emanava destas, o conduziu a uma atividade permanente, através da qual tentou dominar a Natureza. Por outro lado, sua incompreensão frente às leis universais o levou a ideologias filosóficas e sócio-econômicas, de cunho inteiramente racionalista e materialista, assim como fundou religiões organizadas, cada uma das quais interpretava a sua maneira, muitas vezes interesseira, os ensinamentos dos Grandes Iluminados. Através destes esforços é que o homem pretendeu encontrar soluções para seu drama existencial.
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