Página anterior | Voltar ao início do trabalho | Página seguinte |
Ou seja: o homem, através de sua evolução, tem tentado (e continua fazendo-o hoje em dia), mudar o mundo exterior porque ele obscuramente percebe que a Vida não é isso que estamos vivendo. Ele, de alguma forma - talvez lá no fundo de seu mundo subjetivo - percebe os maravilhosos ideais de paz, justiça e liberdade. Só que pretende atingi-los por uma via impossível : a mudança das condições exteriores, as que na verdade só conseguirão criar uma nova figura caleidoscópica, tão negativa como a anterior.
Na realidade, o homem percebe aqueles magníficos ideais através de um espessa capa de ambição, materialismo, medo e inveja. O só fato de que apesar de tudo, muitos seres humanos tem morrido por princípios, indica que eles realmente existem e têm alguma relação com a natureza humana mais profunda.
Se somos capazes de percebê-los como altamente desejáveis e de lutar com tenacidade por esses ideais, apesar da resistência poderosa e do combate desigual que somos obrigados a enfrentar, é porque no fundo de nossos corações aquela faísca que nos une ao mundo superior, à Mente Cósmica Universal, ainda está acesa.
Se o homem é capaz de morrer pelos ideais de liberdade, justiça e igualdade num mundo tingido pela exploração, pela injustiça e pelo ódio, é porque dentro de cada um de nós existe algo mais do que órgãos físicos e capacidade de raciocínio. E este algo mais que existe é uma "imagem de Deus".
Percebe-se - através das análises anteriores- que, apesar da pressão terrível da Mente Coletiva através do sistema de crenças, pensamentos e sentimentos que se tem congelado em nosso Super Ego, ficam em nosso coração fissuras por onde filtram-se imagens da Realidade (verdadeira e não da "realidade" que estamos vivendo). Estas fissuras são nossas cartas de triunfo, devendo começar o processo por elas, as aumentando ainda mais, todos e cada um dos dias, até abrir um canal por onde fluam nosso melhores sentimentos, rumo à harmonização cósmica com as leis naturais e com a própria Mente Cósmica Universal.
Alguns duvidarão. "O mundo é tão ruim!". " Não vejo como passar para uma vida maravilhosa e cheia de harmonia, fraternidade e liberdade. Bem que gostaria, mas isso é impossível".
Obviamente, não podemos esperar que o mundo mude por si só. A primeira tarefa é mudar a nós mesmos, porque se não passamos por esta fase, o mundo poderá ter mudado, até muito, mas não poderemos percebê-lo, porque em nossa compreensão ele continuará ruim, odioso e imprestável.
Vernon Howard nos dá uma magnifica resposta àquela questão: "Se você planta um bulbo de tulipa no meio de ervas daninhas, ainda assim ele crescerá e será uma tulipa". Do mesmo modo acrescentamos: se você semeia ervas daninhas num canteiro de tulipas, ainda assim elas crescerão e serão ervas daninhas.
A relação entre o Eu Interior e a Mente Cósmica Universal sempre existiu. Mas a Humanidade - escravizada pelo Super Ego - ignorou sua existência. Acontece a mesma coisa que com essas grandiosas cidades do passado, hoje enterradas e cobertas de vegetação. Ninguém suspeita de sua existência, mas elas estão lá, até que um certo dia algum intrépido estudioso as descubra e as oferece para todos. Do mato inútil surgem jóias de rara beleza, manuscritos que trazem novas informações para o mundo, estilos arquitetônicos deslumbrantes e desconhecidas técnicas na arte de forjar metais.
Do mesmo modo, deste mundo imprestável, cheio de ódio, angústia, medo e agressividade e através de um esforçado mas luminoso trabalho de compreensão interior, pode surgir o mundo de amanhã, tingido por uma aurora de paz, amor e fraternidade.
E o tempo se acaba. Não podemos deixar para depois. é agora. é já o momento exato para dizer "basta" ao passado, por mais negativo que tenha sido.
Hoje é o dia glorioso em que podemos soltar as amarras da Mente Coletiva e pular por cima do Super Ego, para abraçar nosso Eu Interior, nosso autêntico Eu, nossa verdadeira identidade. Querer é poder e a união faz a força. Se estamos realmente decididos, quanto mais sejamos melhor, até chegar a ser suficientes para obter a vitória definitiva: transformar a Anti-Vida em Pró-Vida.
Quando compreendamos e sintamos dentro de nós, pulsar a Natureza e o Universo como uma Unidade; quando sintamos os demais seres humanos como irmãos; quando nossas ánsias pessoais forem secundárias em relação com as necessidades gerais; quando a vida seja mais importante que os lucros; quando o amor vença o ódio; quando a paz derrote a agressividade; quando a generosidade seja mais forte que a mesquinhez; quando a luz substitua as trevas; quando a harmonia substitua a desarmonia e o desajuste; quando a alegria faça fugir a tristeza; quando a saúde destrone a doença; quando a confiança se antecipe ao medo. Quando tudo isto aconteça, não só estaremos transitando pelo caminho certo, senão que já estaremos em plena construção da nova sociedade: a Pró-Vida.
Mais informação ver o site www.educacaoparaavida.com.br
Autor:
José A. Bonilla
bonilla.bhz[arroba]terra.com.br
URL: www.educacaoparaavida.com.br
Professor aposentado do departamento de ciências administrativas da faculdade de ciências econômicas da UFMG
Ex-coordenador do nempo (núcleo de estudos e pesquisas sobre mudança de postura gerencial e humana)
Ex-consultor do banco mundial
Ex-instrutor e consultor da fundação christiano ottoni
Consultor em gestão da qualidade da imprensa oficial de minas gerais
Consultor da fundação iberoamericana
Criador do programa educação para a vida
Página anterior | Voltar ao início do trabalho | Página seguinte |
|
|