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Psicopedagogia (página 2)

João Beauclair

 

 

De acordo com Borges (1994), estes movimentos ocorrem no florescer de nossas estruturas iniciais e caminham do simples para o complexo, percorrendo as diversas fases  de formação do sujeito, que passam pelos estágios sensório motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais.4
         A construção de nossas subjetividades, na perspectiva do ser e do saber, torna-se um movimento de estar compromissado com a busca, a meu ver permanente nos seres humanos, do ser total, que de acordo com Aglael Borges, é um ser humano real, que se desenvolve e que tem características próprias, com sua historicidade e seu modo peculiar de lidar com o real e com os processos vinculados ao ato/fenômeno do aprender (BORGES, 1992).

         É nesta perspectiva que aqui busco fomentar a discussão sobre a construção do olhar do/a psicopedagogo/a , suas competências e habilidades e, ainda, sobre suas ações efetivas de participação institucional. Apesar de saber das limitações próprias de registro e relato de experiências em cursos de formação, me proponho aqui ao resgate do fazer compartilhado e interdisciplinar proposto pelo curso em pauta.
         Devo destacar aqui que é no desabrochar do meu desejo de escrever sobre o que vivencio, vejo e observo que este trabalho se fundamenta, ou seja, parto de um movimento próprio de sistematizar minhas ações práticas, como forma de rever trajetórias, alinhavar novas possibilidades de aprender e continuar aprendendo a partir do que registro.  
         Cabe ainda destacar que o aqui escrito é essencialmente caracterizado pelo provisório, visto que, enquanto ser que pensa, reflete, escreve e sistematiza, posso, adiante, discordar com as idéias aqui expressas, ou ainda, acrescentar outras que possam ganhar relevância com o movimentar próprio da construção e reconstrução do conhecimento. É a partir da memória e de notas de aula que crio esta escritura, cuja viabilidade se faz presente impulsionada pelo desejo já citado aqui anteriormente.    
         Num primeiro momento, retoma algumas ideais sobre competências, habilidades e construção do olhar em Psicopedagogia, destacando o importante papel desempenhado pela criatividade e pela escolha de metodologias ativas na formação do/a psicopedagogo/a. A seguir, proponho algumas reflexões sobre Oficinas Psicopedagógicas e o Paradigma Luz Borges, compreendendo ser este um interessante encontro de referenciais para uma prática de formação.
         Por fim, estabeleço relações entre os processos de construção do conhecimento e a criação de vínculos em aprendizagem, apresentando idéias enredadas e contextualizadas no fazer coletivo vivenciado na experiência em tela.  

I – Competências, habilidades e construção do olhar em Psicopedagogia: criatividade e metodologias ativas na formação do/a psicopedagogo/a.

Sistematizar idéias sobre o olhar do/a psicopedagogo/a é levantar questionamentos, propor caminhos de reflexão e estabelecer algumas possibilidades de interlocução com diferentes campos do conhecimento. O/a  psicopedagogo/a deve estar sempre atento às suas habilidades e competências e deve desenvolver e construir uma escuta, um olhar psicopedagógico vinculado ao seu próprio processo de aprender, buscando sempre "incorporar conhecimentos, teoria e saber acerca do aprender".5        

         Assim,  surgi o desafio de refletir criticamente sobre seus espaçostempos de formação, sobre os  conhecimentos já  adquiridos, sobre teorias e saberes fazem parte do seu campo conceitual.        

Ainda é necessário saber/sentir sua própria visão enquanto psicopedagogo e quais são os dilemas  enfrentados neste movimento e como se dá este enfrentamento.
         Neste sentido "as diferentes concepções teóricas que sustentam a prática estão muito relacionadas com o percurso acadêmico  e com o contexto particular de formação pessoal do profissional que exerce a  função." 6  
         O que se configura, então, é a busca por uma maior compreensão sobre o como garantir uma aprendizagem efetiva nos "espaçostempos" da escola e, no caso da formação do/a psicopedagogo/a, que competências e habilidades devem ser desenvolvidas no processo de construção do seu olhar. Acredito que somente no campo específico desta ação construtiva que o/a psicopedagogo/a pode buscar referenciais  sobre os diferentes problemas que, em alguns casos, dificultam ou impedem a aprendizagem.     
         É no par dialético proposto por Alícia Fernandéz (1990) - desejo e o não desejo de aprender- que as competências e habilidades se apresentam  no agirfazer  psicopedagógico, caminho este a ser percorrido na permanente pesquisa e na instrumentalização constante: olhar novas possibilidades, perceber novos horizontes e caminhos,  trilhar em espaços objetivos e subjetivos, exercitar a autoria e a autonomia de pensamento é condição essencial para sua permanente formação.

         Fundamental é o caminhar da ressignificação de atitudes e práticas objetivas e subjetivas e o desenvolvimento da escuta e do olhar psicopedagógico vinculado às questões do conhecimento e da aprendizagem humana, percebendo quanto e quando os diferentes saberes podem contribuir para que se faça interlocuções com as múltiplas inquietudes e  indagações presentes no exercício de suas ações profissionais.
         Para toda prática é importante à busca teórica que a sustente e aqui reside a meu ver, o maior desafio a ser experimentado em nossa continuada formação, sabendo que  é o   como "enfrentamos esse desafio que podemos incendiar as ruínas ou construir, através delas e passo a passo, um caminho que nos leve à liberdade".7    
         É com este sentido de liberdade que  novas metodologias podem surgir e serem colocadas em prática no intuito de produzir novos pensares e ações. A partir de uma configuração moldada pela experiência em cursos de formação de educadores em diferentes níveis e a experiência em cursos de pós-graduação em Educação e Psicopedagogia, que surgiu e gradualmente está se sistematizando a metodologia de Oficinas Psicopedagógicas, voltadas à inserção de novos saberes, temas e debates no espaçotempo institucional da escola. Nesta metodologia, presentifica-se a totalidade corporal de cada participante do curso/encontro, através da música, do toque, do relaxamento e do que chamo estar no aqui e no agora, desvinculando aos muitos movimentos anteriores a chegada no espaçotempo de formação. Para tal, está sempre presente o uso de músicas suaves, de dinâmicas de grupo onde haja inter-relação entre pares, de textos de reflexão, atividades de recorte, colagem, pintura, entre outras possibilidades técnicas.
         O lúdico também ganha espaço com a inserção de brincadeiras que possam fazer da aula algo além do falar ditar do mestre , conforme nos mostra Pierre Lévy.8 Com  metodologias ativas e com a construção de grupos operativos, o que podemos observar é a caracterização de um espaço onde emoção, prazer, subjetividade e ampliação de horizontes colaboram para o surgimento de novas racionalidades, mais abertas, proveitosas e onde a dialogicidade seja uma constante possibilidade integradora.
         A seguir, proponho algumas reflexões sobre Oficinas Psicopedagógicas e o Paradigma Luz Borges, compreendendo ser este um interessante encontro de referenciais para uma prática de formação.

II - Oficinas Psicopedagógicas e o Paradigma Luz Borges: um encontro de referenciais para uma prática de formação.        

Nos distintos campos do conhecimento  de nossa contemporaneidade formas novas de pensar e agir se fazem necessárias e urgentes. No campo da Psicopedagogia, de modo geral e da Psicopedagogia Institucional, em particular, acredito que tais formas ganham ainda mais necessidade e urgência.

         Desta forma, a procura de por referenciais teóricos e metodológicos me leva, constantemente ao encontro de idéias e autores oriundos de diferentes áreas do saber, onde conceitos, sentidos e re-significações  ganham validade.
         No caso específico da experiência aqui relatada é o Paradigma Luz Borges (1994) que me fornece subsídios necessários à sistematização do conjunto de idéias aqui elaborado. Tal autora procura demonstrar, em seu modelo conceitual e teórico, o desenvolvimento de potencialidades humanas e a instrução necessária para o desafio imenso que é a prática e o ato de educar com princípios éticos, com o desenvolvimento do pensamento crítico e criativo, visando a construção de uma nova didática e . assim , garantir a construção de vínculos positivos em nosso viver.9  
         Claro está em mim à importância de diferentes trabalhos que forneceram caminhos e subsídios no que se refere ao elaborar/fazer/avaliar as oficinas psicopedagógicas que venho desenvolvendo ao longo de minha práxis educativa.10  
         Entretanto, por acreditar que tal metodologia busca a interação criativa entre discurso e prática e que propicia o saber manejar a tensão entre a palavra e o silêncio, o trabalhar criticamente, a tensão entre a subjetividade e a objetividade, sinto que agrego, ao estudar, conhecer  e re-elaborar modelo aqui citado, novos saberes a esta prática que tenho tentado sistematizar ao longo de meu percurso enquanto ensinanteaprendente e aprendenteensinante.
         Pretendo, em outro estudo, sistematizar melhor a possibilidade de interlocução aqui inicialmente exposta, percebendo ser este movimento próprio dos princípios ligados ao ato de aprender elaborado por Aglael Luz Borges em seu paradigma: criar, estar em atividade, exercer autonomia e liberdade (BORGES, 1994).

  III- Processos de Construção do Conhecimento,  Vínculos em Aprendizagem e idéias enredadas e contextualizadas no fazer coletivo: aprendentes e ensinantes construindo significados e sentidos      

Estabeleço aqui relações entre os processos de construção do conhecimento e a criação de vínculos em aprendizagem, apresentando idéias enredadas e contextualizadas no fazer coletivo vivenciado na experiência em tela.
         Em nosso trabalho, professoras, professores, alunas e alunos vivenciam a paixão de aprender. Mesmo com a diversidade multiferencial do grupo, o que se pode observar é que, ao longo do curso, este é um grupo que se fez grupo. O que quero afirmar com isso? Em muitas outras experiências, observo que isso não é tão comum assim, ou seja, tornar-se grupo é realmente uma possibilidade extremamente enriquecedora para pessoas que vivenciam uma determinada trajetória sendo, entretanto, rara.

         Em distintos momentos, observei o quanto é significativo o fato desta turma estar neste movimento: criou-se, ao longo do percurso, interação e afetividade, respeito e companheirismo, responsabilidade e competências solidárias.11  Neste sentido, transforma-se aqui em realidade o ideal da UNESCO representado pelos quatro saberes essenciais: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.12    
         Óbvio que isto não é uma simples coincidência da vivência de sujeitos: trata-se de um resultado de um processo. Numa breve avaliação sobre o que ficou de determinante nos módulos anteriores do curso, isso ficou muito claro: quando, ao rememorar a experiência em sua totalidade, surgiram palavras tais como segurança, transferência, conhecimento, consciência, nós, interação, diversidade, visão, cuidado, respeito, inteligências, nós (no sentido figurado da palavra), relação de pensamento, conscientização, vida, vivência, variáveis, mudança, interiorização, mediação e percepção.
         Uma análise, ainda que sucinta deste vocabulário levantado, aponta para confirmar que os objetivos traçados para o curso, acredito, estão sendo efetivamente vivenciados. O que promoveu/promove este movimento integrador ?  A meu ver, a facilitação e mediação de educadores/as que, numa proposta de saberfazer, aglutina uma equipe multidisciplinar voltada ao trabalho interdisciplinar baseado no Paradigma Luz Borges.      
         Enquanto ensinanteaprendente tendo tido uma oportunidade fantástica de interlocução, pois nesta experiência, vivencio o fato de ser mais que estar. A fala presente no grupo é a fala do novo, do consciente, do articulado, fundamentais para a superação do olhar caótico estabelecido em nosso espaçotempo presente, que infelizmente ainda valoriza (e prioriza) sobremaneira o modo cartesiano e disciplinado das ações pedagógicas.
         Neste grupo, cada fala é a expressão de um eu e para o grupo, percebe-se que um eu que fala pode ser emergente de um outro eu. Ao que me parece, reside aqui a construção de uma articulação de saberes, onde as diferenças entre aprendizagem e aprendizado ganharam significação e sentido numa organização plural e subjetiva.
         A mediação entre o sujeito que deseja e o conhecimento presentifica-se no olhar curioso, na participação consciente e ativa, no choro provocado por alguma situação inusitada, no sorriso aberto, no querer bem e no abraço fraternal. Afeto e cognição em mútua relação; disponibilidade para o outro; estabelecimento de vínculos positivos; cuidado e respeito à singularidade; atenção especial: a meu ver, aqui (e assim, somente assim) se está construindo um lugar do sensível em nossas vidas, que felizmente e gradativamente amplie níveis de qualidade, prazer, harmonia e paz necessários a nossa valorização, formação, auto-estima e reflexão permanentes.
         Num processo que denomino de filtragem comparativa, torna-se essencial saber, de modo consciente, que em grupos como o que aqui estou caracterizando, temos o emergir de sentimentos e posicionamentos onde o sujeito amplia seu olhar e amplifica sua escuta; compara expressões, feições, afetos e inteligências; torna-se pessoa em sua inteireza, em sua beleza plena, única e significativa. O encontro de si mesmo, o encontro com os outros eus que definitivamente, é diferente do eu que pertence a cada um/a, ocorre de modo gerativo, isto é, num espaçotempo onde novos conhecimentos surgem e são explorados a partir da magia do encontro, oportunidade que sempre temos e que nem sempre aceitamos ou estamos preparados para perceber com mais clareza e plenitude.
         Na plenária inicial que realizamos sobre o papel do/a psicopedagogo/a institucional, logo após a projeção do DVD da peça de Antonio Fagundes intitulada Sete Minutos (7´), o que foi possível observar é como a escolha de determinados materiais serve de elemento disparador, com nos diz constantemente Dulce Consuelo, para associações até então não ocorridas.
         Escolhi, para ilustrar o que afirmo aqui, alguns comentários, associações, colocações feitas no exercício do saber ouvir, saber falar colocado em prática neste encontro.
Renata:
"O que mais me chamou atenção foi a capacidade de emocionar que nós temos. Emoção,razão e conhecimentos precisam estar interligados. Acredito que por isso a arte-educação é tão importante.
Inês:  
"Fiz a transposição do palco para a escola, pois Fagundes fala sobre o palco como lugar sagrado. E aí fico pensando se tenho predisposição para olhar, ou se estamos ficando desacostumados de pensar. E aí vem a pergunta: o que me cabe fazer? O professor também pode construir, também pode fazer o vínculo".
Ana Azevedo:
"A idéia que me veio é a necessidade cada vez maior de estarmos preparados para a ação. Para isso, precisamos da troca, precisamos não perder a sensibilidade, precisamos sair do  "mecânico", perder nossos preconceitos."
Dalva:
"Eu preciso do outro".
Claudia:
"O que acho que às vezes falta é a oportunidade de fazer a troca, ou seja, não ter a oportunidade de conhecer o outro lado. É o movimento do todo e de uma parte desse todo. A partir do momento que se ouviu, posições foram mudadas e assim podemos compreender os motivos. Sem isso não se faz a troca; ouvir. É preciso o momento de adaptação."
Ana Paula:
"O que me chamou atenção foi à constatação de que o mundo realmente não gira ao meu redor. É preciso deslocar-se. A gente não perde por se calar."
Valéria:
"Anotei alguns disparos e fiz associação com o meu viver cotidiano. Eu preciso do meu trabalho com as crianças para que eu fique desafiada... sacho que é importante a gente colocar no chão aquilo que a gente pensa. Num ambiente comprometedor, é preciso derrubar a padronização para que se tenha o conhecimento."
Karla:
"Um dos pontos que acho interessante destacar é o fato de nós termos nossas crenças; é preciso acreditar no que se tem. Trabalhar. Sentir o pulsar da minha vida, investir para que eu possa ter um produto. Ouvir a partir de quem falou. A gente pulsa, age, respira. Como diz o autor, todos nós somos um reduto da humanidade."
Simone:
"Não se pode deixar de estar em movimento. E o movimento é o de estar atento,percebendo a dimensão da singularidade. É preciso re-elaborar."
Maria Luiza:
"Dias desses, eu ouvi dois alunos meus conversando. O Lucas, aluno, fala para Jorginho: ‘ Os professores estão fazendo experiências com o nosso cérebro.’  Fiquei pensando sobre isso. É a fala de um eu".
Marta:
"Me chamou atenção o figurino à medida que a peça vai acontecendo, ele vai se desfazendo da armadura. Com o fluir das emoções o egocêntrico vai sendo despido. Quanto de simbólico há nisso. Um sonho transforma. Ouvir é para poucos, ou para pessoas simples, nos fala o autor."
Intervenção
Dulce:  "Isso lembra o provérbio: falar é prata, ouvir é ouro."
Ivete:
"A intenção, o desejo, a sensibilidade: isto é muito importante. Como fazer com que o outro valorize o que eu valorizo?".
Palavras como final: imagens metáforas e possibilidades
         Com os trechos selecionados, cria-se um material relevante sobre o papel do/a psicopedagogo/a enquanto profissional preocupado com aspectos institucionais. Que imagens e metáforas podem ser elaboradas a partir destas falas? Que possibilidades de construção de novos pensares aqui podem ser criadas? Há, na verdade, uma configuração de idéias, uma constelação de saberes em formação. Os conteúdos expressos nestas falas trazem aquilo que está intra e inter pessoal no próprio grupo.
         Não cabe, aqui, formatar uma análise mais profunda do que ficou expresso, sobre o se encontra subjacente no discurso elaborado, mas inicialmente percebo que existe uma sensibilidade em processo de florescimento e de frutificação.
         Percebo que este movimento é decorrente da perspectiva almejada pelo próprio curso em tela. É fundamental, acredito, a escolha de um paradigma para ser levado em conta em toda a trajetória de formação, visto que isso possibilita uma organização contextual que permite um olhar mais elaborado e coerente. A profusão de idéias em excesso, modelos sofisticados e com elaboração teórica complexa impede uma maior interlocução entre conteúdos e aprendizagens e aprendizados efetivos.
         Óbvio que isso não quer dizer que é necessário abrir mão do rigor metodológico, do estudo e da compreensão das muitas teorias que contribuem para a construção do olhar do psicopedagogo/a – atitude impossível quanto se pensa sobre o que é de fato aprender e ensinar, conhecer e saber. O interessante é perceber que, no seu conjunto, o curso em questão, criado e fomentado pelo paradigma transdisciplinar Luz Borges, atinge uma meta essencial no que diz respeito aos processos de formação: a junção dos radares orgânico, afetivo, cognitivo, social e transcendental de cada aprendente e ensinante envolvido neste mover. As realidades interna e externa ganham  valoração e ampliação em  cada envolvido/a pois não se perde de vista o eu individual  e nem o que cada pessoa possui como esquema conceitual operativo, construído  a partir de situações internalizadas ao longo de seu percurso de vida e formação.
         Compreendendo meu papel de mediador em todo este processo, fico entusiasmado com este movimento, significativo e extremamente produtivo e despertador do desejo de sistematização aqui expresso.
         A partir de uma devolutiva desta experiência, ou seja, da demonstração do que este experiência está provocando em mim, acredito ser possível aprofundar estas idéias e re-organizar, re-elaborar outras contextualizações e conceitualizações. Cabe ampliar o desejo, encontrar novos elementos disparadores e continuar, acreditando ainda mais na força do diálogo e na beleza de estar junto na humana  e prazerosa aventura em aprender.
         Reproduzo, abaixo, a avaliação do primeiro encontro que mediei, em parceria com a Professora Dulce Consuelo, neste grupo. Com algumas palavras recortadas de revistas e presentes no crachá identificador de cada pessoa, agregadas por quatro diferentes cores (verde, rosa, laranja e amarelo), produziu-se pequenos textos visando avaliar nosso trabalho neste primeiro momento.
         É interessante observar como uma possibilidade simples de associação de idéias pode gerar significativas percepções.  Acredito que vale a pena ler com um outro olhar, mais elaborado e com menos pressa. Vejo aqui a expressão do belo. Oxalá observem vocês, possíveis leitores, tamanha beleza.  
As palavras e/ou expressões sublinhadas são as que estavam recortadas e colocadas em cada crachá.
GRUPO AMARELO
( Ana Paulo Azevedo, Ana Paula Mendes,
Sully, Maria Martha, Ivete, Ângela,  Rosa )
Eu quero um planeta melhor onde eu possa ser ousado, lutando como sempre para   o desenvolvimento.  Investir na atualização,  qualidade e sintonia é vital para o ensino. Tudo isso, aliado ao prazer, se torna uma busca divertida.
GRUPO LARANJA
(Hélvia, Hildeny, Deise, Claúdia Márcia)
O dia de hoje:
Aprendemos que:
Uma vida dedicada faz história
Sendo a formula da paz e transmitindo
Informação pedagógica mudando
O meu olhar em relação ao outro.
GRUPO ROSA
(Dulce, Lavínia, Cristiane, Claudia Regina,
Vanícia e Regilaine)
Fazer
Uma vida dedicada
Ao pensar e construir
Na valorização e formação
Do  professor como agente do prazer
GRUPO VERDE
( Karla Medina,   Simone Medina, Maria Lúcia,
Maria Luiza, Hegle,  Valéria Thereza, Renata )
Estar vivo
Viver o sonho
Nos permite falar
Ao mundo  em rede
Com competência e,
Principalmente,
Conquistando o direito de ser feliz

1-Dedico esta produção à amiga Dulce Consuelo Soares, carinhosamente responsável por mim aproximação e inserção na experiência aqui relatada.  
3-Entre estas produções destaco :

BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia Institucional: um olhar investigativo. Artigo produzido para o Módulo de Psicopedagogia Institucional do Curso de Pós –graduação em Psicopedagogia da Faculdade São José – Itaperuna / RJ, ministrado em conjunto com a Professora Dulce Consuelo R. Soares, em março de 2004.

BEAUCLAIR, João O fio, a rede e o equilibrista: a construção do olhar do psicopedagogo/a. Editora WAK, Rio de Janeiro, 2004. (no prelo)
BEAUCLAIR, João. Iniciantes idéias: a construção do olhar do/a  psicopedagogo/a. Artigo publicado no site da Associação Brasileira de Psicopedagogia  e nos sites
www.psicoedagogiaonline.com.br   www.psicopedagogiaonline.com.br em fevereiro/março de 2003.
4-BORGES, A L. O Movimento Cognitivo- Afetivo – Social na Construção do Ser e do Saber: In SARGO, Claudete. A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo: ABPp, 1994.
5-FERNANDÉZ Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 1990, p. 126.
6-RUBINSTEIN, Edith (org.). Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. Casa do Psicólogo, São Paulo, 1999, p.10.
7-BACH, Richard. De nada por acaso. Citado por ARANTES, Andréa. O processo de supervisão grupal psicopedagógico: um olhar lúdico em educação. IN. GOMES, Valéria Rodrigues Dias e OLIVEIRA, Selmane Felipe (orgs.) A escola e a família: abordagens psicopedagógicas. Cabral Editora e Livraria Universitária, Taubaté, São Paulo, 2003.
8-LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência.: o futuro do pensamento na era da informática. Editora 34, Rio de Janeiro,1993.
9-Neste sentido, conferir as obras de SOARES, citadas na bibliografia deste trabalho.
10-Refiro-me aos livros: ALLESSANDRINI, Cristina Dias. Oficina criativa e Psicopedagogia. Casa do Psicólogo, São Paulo, 1996. CANDAU, Vera Maria (org.) Tecendo a Cidadania: Oficinas pedagógicas de direitos humanos. Editora Vozes, Petrópolis, 1996. CANDAU, Vera Maria et alii. Oficinas Pedagógicas de Direitos Humanos. Editora Vozes, Petrópolis, 1999.
11-Tomo emprestado aqui este termo, presente em ASSMANN  e SUNG (2001). Conferir bibliografia.
12-Presentes em DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. Vide bibliografia.

BIBLIOGRAFIA

ALLESSANDRINI, Cristina Dias. Oficina criativa e Psicopedagogia. Casa do Psicólogo, São Paulo, 1996.
AMARAL, Silvia (coord). Psicopedagogia: um portal para a inserção social. Editora Vozes, Petrópolis, 2003
ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo a sociedade aprendente. Editora Vozes, Petrópolis, 2000.
__________,_____ e SUNG, Jung Mo. Competência e sensibilidade solidária. Editora Vozes, Petrópolis, 2001.
BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia Institucional: um olhar investigativo. Artigo produzido para o Módulo de Psicopedagogia Institucional do curso de pós –graduação em Psicopedagogia da Faculdade São José – Itaperuna / RJ, ministrado em conjunto com a Professora Dulce Consuelo R. Soares, em março de 2004.
________, _________. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. Editora WAK, Rio de Janeiro, 2004. (no prelo)
________, _________. Neuropsicologia e Biociências: Aprendendo Ecologia Humana com um novo olhar - sobre si mesmo e os outros- a partir da Autopoiese.  Conferência e artigo a ser publicado nos Anais do III Congresso Multidisciplinar de Neuropsicologia e Aprendizagem, promovido pela Sociedade Brasileira de Neuropsicologia e pela Interclínica Ribeiro do Valle. Poços de Caldas, MG, junho de 2004.
____________,_____. Iniciantes idéias: a construção do olhar do/a  psicopedagogo/a. Artigo publicado no site da Associação Brasileira de Psicopedagogia www.abpp.com.br    e nos site www.psicopedagogiaonline.com.br em fevereiro/março de 2003.
____________,_____.Educação para a Paz: um estilo de ‘aprenderensinar’ e ‘ensinaraprender’ na perspectiva da Educação em Direitos Humanos como possível suporte psicopedagógico. Publicado no site www.fundacaoaprender.org.br e comunicação apresentada na mesa redonda "Estilos de Ensinar e Aprender", da II Jornada Regional de Psicopedagogia, promovida pela ABPp- Associação Brasileira de Psicopedagogia e organizada pelo Núcleo Sul Mineiro de Psicopedagogia, na cidade de Poços de Caldas, em 23/06/2001.
____________,_____. A prática de ‘ensinagem’ no desenvolvimento de projetos educativos: potencialidades e condições básicas".  Apresentado na III  Jornada Cientifica da UNIVERSO / II Encontro Anual de Iniciação Científica da  Universidade Salgado de Oliveira. Campus São Gonçalo,  RJ e publicado no Caderno de Estudos e Pesquisas da UNIVERSO, volume especial, de setembro de 2001. Este artigo também se encontra disponível no site
www.fundacaoaprender.org.br e na Revista PARADOXA - Projetivas Múltiplas em Educação, UNIVERSO, vol. 8 , n.º 10/11/2001 .
BORGES, Aglael Luz. O ato de aprender: algumas contribuições da psicanálise freudiana. In.: SCOZ, Beatriz J. L. et alli (Org.).  Psicopedagogia: contextualização, formação e atuação profissional. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
______,_________.O Movimento Cognitivo- Afetivo – Social na Construção do Ser e do Saber: In SARGO, Claudete. A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo: ABPp, 1994.
BOSSA, Nádia Ap. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
CANDAU, Vera Maria (org.) Tecendo a Cidadania : Oficinas pedagógicas de direitos humanos. Editora Voz, Petrópolis, 1996.
_________________________. Oficinas Pedagógicas de Direitos Humanos. Editora Vozes, Petrópolis, 1999.
DELORS, Jacques et alli. Educação: um tesouro a descobrir. Cortez Editora, São Paulo,  MEC: UNESCO: Brasília, DF, 1998.
FERNÀNDEZ, A . A Inteligência Aprisionada- Abordagem Psicopedagógica Clínica da Criança e sua família: Porto Alegre, Artes Médicas, 1993.
GONÇALVES, Júlia Eugênia. Com vocês, a Psicopedagogia. In.: PINTO, Maria Alice. (org) Psicopedagogia, diversas faces, múltiplos olhares. Editora Olho D’Água, São Paulo, 2003.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência.: o futuro do pensamento na era da informática. Editora 34, Rio de Janeiro, 1993.
NOFFS, Neide A; FABRÍCO, Nívea de C.; SOUZA, Vânia de C. B. A Psicopedagogia em direção ao espaço transdisciplinar. São Paulo, Frôntis Editorial, 2000.
PINTO, Maria Alice. Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. Editora Olho d’Água, São Paulo, 2003.
RIVIÈRE, P. Teoria do Vínculo: São Paulo, Martins Fontes, 1995.
RUBINSTEIN, Edith (Org.) . Psicopedagogia uma prática, diferentes estilos. São Paulo, Casa do Psicólogo, 1999.
SARGO, Claudete. A Práxis Psicopedagógica Brasileira. São Paulo: ABPp, 1994.
SCOZ, Beatriz J. L. et alli (Org.). Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre, Artes Médicas, 1990.
_____________.Psicopedagogia: contextualização, formação e atuação profissional. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
SOARES, D. C. Os Vínculos como Passaporte da Aprendizagem: Um Encontro D’EUS: Rio de Janeiro: Caravansarai, 2003a.
_______________ IN.: Indicadores para a construção de uma atuação psicopedagógica. PINTO, Maria Alice. Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. Editora Olho d’Água, São Paulo, 2003b.
_______________  A Caixinha de Insetos de Pedro: Rio de Janeiro: Agora da Ilha, 2000.

 

Prof. João Beauclair
Psicopedagogo, Arte-educador, Mestre em Educação

joaobeauclair[arroba]yahoo.com.br

Homepage: http://www.profjoaobeauclair.net

 



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