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a) Pacto Social – Federado: 1986/1990
Abrangeu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, a Comissão Nacional da Reforma Sanitária, a Assembléia Nacional Constituinte, o Simpósio sobre Política Nacional de Saúde na Câmara dos Deputados em 1989 e a Lei Orgânica da Saúde em 1990. Definiu e pactuou a política pública de Saúde e Seguridade Social, a Relevância Pública, o Direito de Todos e Dever do Estado, os Determinantes Sociais da Saúde, e a Universalidade, Igualdade, Integralidade, Descentralização, Hierarquização/Regionalização e Participação.
Após a quebra do SUS com a retirada da fonte previdenciária, os gestores das três esferas de Governo (CONASEMS, CONASS e MS) retomaram e aprofundaram o pacto federado, criando as comissões intergestores de pactuação permanente (CIT e CIBs), aliando-se ao Legislativo para efetivar a direção única com a extinção do INAMPS e aos conselhos de saúde e ao movimento da reforma sanitária com a discussão e aprovação do documento "A Ousadia de Cumprir e Fazer Cumprir a Lei". Esta repactuação somada ao empréstimo do MS perante o FAT possibilitou prosseguir a construção do SUS.
Após os revezes do caráter substitutivo da CPMF, do cálculo benevolente da contrapartida federal na EC-29 e da postergação da votação da regulamentação da EC-29 (completando quase 5 anos), a CIT (Tripartite) atualizou os pactos anteriores à atual conjuntura, aprofundou e avançou as pactuações na direção do modelo com base nas necessidades e direitos da população, e lançou o "Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão", a seguir discutido e aprovado no Conselho Nacional de Saúde, com alto potencial agregador e construtor do SUS.
Cabe uma reflexão e discussão sobre o caráter "social-federado" do primeiro pacto, "federado-social" do segundo e quase somente "federado" do terceiro, até o momento.
Segundo a Lei 8142/90, as Conferências de Saúde avaliam a situação da saúde e propõem diretrizes para políticas de saúde nas respectivas esferas de governo, e os conselhos atuam na formulação de estratégicas e no controle da execução das políticas. Os gestores em cada esfera estão Constitucionalmente obrigados a também atuar nas duas atribuições das conferências e nas duas dos conselhos.
- Como deve ser avaliada a experiência acumulada pela Gestão e pelo Controle Social em quase 17 anos de SUS, acerca desta superposição de atribuições e responsabilidades na construção do SUS em cada esfera de governo? – O que a Gestão e o Controle Social identificam como estratégias e mecanismos mais concernentes ao modelo da oferta ou ao modelo das necessidades e direitos da população? – Quais as parcerias e sinergismos construídos para superar as dificuldades, obstáculos ao SUS e talvez "estratégias desviantes"? – Quais as tensões e conflitos entre o controle social e os gestores em termos da adesão aos princípios e diretrizes Constitucionais? – Quais as procedentes e quais as equivocadas?
O amplo e complexo campo de gestão do SUS em cada esfera de governo, além da avaliação da situação da saúde (diagnóstico sócio-econômico, demográfico e epidemiológico), é também responsável por: a) planejamento com metas e orçamentação, b) cálculo de custos e estabelecimento de prioridades e etapas aprovadas pelos conselhos de saúde, c) gestão e gerência dos recursos (materiais, humanos e financeiros), d) execução orçamentária e operação das ações e serviços, e) controle, avaliação e regulação e f) atuação nas comissões intergestores de pactuação, onde o maior desafio é a construção da diretriz Constitucional da Hierarquização/Regionalização.
"Mude, mas mude devagar.
Porque a direção é mais
importante que a velocidade"
Clarice Lispctor
Dr. Nelson Rodrigues dos Santos
Possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1961) e doutorado em Medicina (Medicina Preventiva) [Sp-Capital] pela Universidade de São Paulo (1967) . Atualmente é Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual de Campinas e cedido ao Ministerio da Saúde pela UNICAMP do Ministério da Saúde. Atuando principalmente nos seguintes temas: Medicina Preventiva, Epidemiologia, Esquistossomose mansoni.
27.08.2007
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