Avaliação operacional de um equipamento conjugado no preparo vertical com relação à desagregação do solo

RESUMO: Este trabalho foi realizado na Universidade Federal de Viçosa. O principal objetivo foi avaliar a desagregação do solo, bem como a incorporação de resíduos por um implemento de preparo conjugado num solo classificado como Podzólico Vermelho-Amarelo. Os parâmetros avaliados foram: cobertura vegetal, diâmetro médio geométrico e módulo de finura dos agregados. O delineamento experimental usado foi blocos inteiramente casualizados, em esquema fatorial com três velocidades e quatro profundidades, perfazendo um total de 12 tratamentos e 48 parcelas experimentais. A variável cobertura vegetal foi estatisticamente significativa para a interação estudada e os parâmetros diâmetro médio geométrico e módulo de finura dos agregados do solo não variaram estatisticamente para a interação estudada.

PALAVRAS-CHAVE: preparo do solo, cobertura vegetal, preparo mínimo.

SUMMARY: This work was conducted at the Universidade Federal de Viçosa, Brazil. The main purpose was to evaluate the soil desagregation as well as the incorporation of vegetal residues in a Red-Yellow Podzolic soil. The following parameters were under evaluation: mean weight residues incorporation, diameter and the modulus of fineness. The experimental design had casual blocks in a factorial outline with three speeds and four depths with twelve treatments and four replications. The residue incorporation was significant to the studied interaction and the mean weight diameter and modulus of fineness of soil aggregates did not vary statistically.

KEYWORDS: soil tillage, crop residue, minimum tillage.

A ASAE (1982) define o preparo reduzido como um sistema que tem como principal objetivo diminuir ou eliminar as operações de preparo secundário do solo.

A principal diferença entre o preparo convencional e reduzido, para MAGLEBY & SCHERTZ (1988), é a porcentagem de resíduos vegetais que permanecem na superfície do solo. Esses autores consideram o preparo reduzido como qualquer método que mantenha um mínimo de 30% de resíduos na superfície.

Segundo DENARDIN (1987), a maneira mais eficaz de controlar a erosão é por meio da manutenção da cobertura vegetal, pois verifica-se uma redução de até 50% da erosão com métodos de preparo reduzido que mantenham 30% de cobertura sobre o solo. O autor ressalta também a grande importância da maior rugosidade superficial para dificultar e retardar a enxurrada.

De acordo com BAVEL (1949), o diâmetro médio geométrico dos agregados, por ser um índice sensível ao estado de agregação do solo, pode ser utilizado em estudos estatísticos como a análise de variância ou de correlação entre a produtividade da cultura e o preparo do solo, permitindo, dessa maneira, uma avaliação quantitativa da estrutura do solo. Para ALLMARAS et al. (1965), o diâmetro médio geométrico é influenciado pelo tipo de equipamento e pelo sistema de preparo utilizado.

Em seus estudos sobre desempenho de equipamentos de preparo periódico do solo, DALLMEYER (1994) observou que não houve diferença significativa entre os sistemas para o diâmetro médio geométrico nas duas profundidades avaliadas, porém todos os tratamentos avaliados apresentaram um maior diâmetro médio geométrico à profundidade de 0,1 a 0,2 m, com exceção do tratamento com escarificação, seguido de enxada rotativa.

Estudando diferentes equipamentos de preparo do solo, num Latossolo Vermelho Escuro, REINERT et al. (1987) encontraram pequenas diferenças no diâmetro médio geométrico dos agregados para o preparo com base em escarificação, seguido por grade de discos ou dentes e escarificador com complementos, evidenciando-se a possibilidade da utilização de apenas uma operação de preparo do solo.

Estudando doze diferentes métodos de preparo, MIRANDA (1986) observou o menor decréscimo na cobertura do solo com escarificador, seguido por uma grade de dentes e o preparo com escarificador manteve 43,5% de cobertura que, após a passagem da grade de dentes, aumentou para 67,2%.

Para MAZUCHOWSKI & DERPSCH (1984), escarificadores proporcionam uma pequena mobilização do solo sem incorporar a maior parte dos resíduos vegetais, ao contrário do que ocorre quando são utilizadas outras máquinas e implementos de preparo, como os arados de discos e grades.

Segundo CARVALHO et al. (1992), houve uma incorporação média de 10% da cobertura do solo para o escarificador "paraplow", 17% para o escarificador com rolo destorroador e 20% para o escarificador sem rolo destorroador. KLEIN et al. (1992) estudaram o desempenho de seis escarificadores em um Latossolo Vermelho Escuro Distrófico na incorporação de resíduos de palha de centeio picada, verificando uma incorporação de 30% da cobertura morta na superfície do solo.

Com base no exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de um equipamento conjugado no preparo vertical com relação à desagregação do solo e à incorporação da cobertura vegetal.