E seus cruzamentos com bergamácia, Ile de France e texel dos 15 aos 45 kg de peso vivo
RESUMO: O presente trabalho foi conduzido no setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras–MG, com o objetivo de determinar a composição corporal e estimar as exigências nutricionais dos macroelementos minerais Magnésio (Mg), Sódio (Na) e Potássio (K), para ganho de cordeiros em crescimento. Foram utilizados 48 cordeiros machos inteiros, sendo 12 Santa Inês X Santa Inês (SI X SI), 12 Bergamácia X Santa Inês (BE X SI), 12 Ile de France X Santa Inês (IF X SI) e 12 Texel X Santa Inês (TE X SI). Três animais de cada grupo genético foram abatidos no início do experimento para determinação das quantidades de Mg, Na e K retidos em seus corpos, servindo como animais-referência para a técnica do abate comparativo. Os animais remanescentes de cada grupo genético foram confinados até atingirem os pesos prédeterminados para o abate de 25, 35 e 45 kg de peso vivo. A composição corporal em Mg, Na e K foi estimada por meio de equações de predição, obtidas pela regressão do logaritmo da quantidade dos minerais presentes no corpo vazio em função do logaritmo do peso do corpo vazio (PCV). As exigências líquidas de Mg, Na e K para o ganho em peso foram estimadas a partir da derivação das equações de predição da composição corporal. A composição corporal de Mg do grupo genético Santa Inês diferiu dos demais grupos, e para animais de 15 e 45 kg de peso vivo, o valor encontrado foi: 0,606 e 0,514 g de Mg/kg de PCV para os animais puros Santa Inês e 0,524 e 0,475 g de Mg/kg de PCV para os demais grupos genéticos. No caso do Na e K houve diferenças nas estimativas para o grupo genético IF X SI sendo os valores: 1,604 e 1,219 g de Na/kg de PCV e 1,938 e 1,592 g de K/kg de PCV, para os demais grupos genéticos, os valores foram: 1,665 e 1,270 g de Na/kg de PCV e 2,144 e 1,685 g de K/kg de PCV. As estimativas das exigências líquidas de Mg, encontrada nesta pesquisa, foram: 0,40 g e 0,35 g de Mg/kg de PV para animais puros Santa Inês e 0,38 g e 0,33 g de Mg/kg de PV para os demais animais com 15 e 45 kg de peso vivo, respectivamente. As exigências líquidas de K e Na estimadas nesta pesquisa para animais de 15 e 45 kg de peso vivo: 1,30 g e 1,06 g de K/kg de PV, 0,99 g e 0,75 g de Na/kg de PV para animais IF X SI e 1,37 g e 1,07 g de K/kg de PV e 1,03 g e 0,78 g de Na/kg de PV para os demais animais.
Termos para indexação: Composição corporal, magnésio, ovino, potássio, requerimento, sódio.
ABSTRACT: The present work was conducted in the Sheep Division of Animal Science Department at Universidade Federal de Lavras - M.G., aiming to determine the body composition of lambs and to estimate the nutritional requirements of the mineral macroelements Magnesium (Mg), Sodium (Na) and Potassium (K) for weight gain of growing lambs. It was used 48 not castrated male lambs, being 12 Santa Inês X Santa Inês (SI X SI), 12 Bergamácia X Santa Inês (BE X SI), 12 Ile de France X Santa Inês (IF X SI) and 12 Texel X Santa Inês (TE X SI). For determination of Mg, Na and K amounts kept in the animal body, three animals of each genetic group were slaughtered in the beginning of the experiment making as reference animals for the comparative slaughtered technique. The remaining animals of each genetic group were confined until the slaughter where they reached 25, 35 and 45 kg of live weight. The body composition in Mg, Na and K was estimated by the prediction equations obtained by the regression of the minerals amount logarithm in the empty body in function of the empty body weight logarithm (EBW). The net requirements of Mg, Na and K for the weight gain were estimated from the derivation of the prediction equations of the body composition. The body composition of Mg of genetic grups SI differed of the other geneticgrups and the values varied per kilo of empty body weight (EBW) for animals from 15 and 45 kg of live weight was: 0,606 and 0,514 g of Mg/kg of EBW for the Santa Inês pure animals and 0,524 and 0,475 g of Mg/kg of EBW for the other genetic groups. In the case of the Na and K there were differences in the estimates for the IF X SI genetic group and the values varied from 1,604 and 1,219 g of Na/kg of EBW and from 1,938 and 1,592 g of K/kg of EBW; for the other genetic groups the values varied from 1,665 and 1,270 g of Na/kg of EBW and 2,144 and 1,685 g of K/kg of EBW. The net requirement of Mg, estimate in this research were: 0,40 g and 0,35 g of Mg/kg of LW for Santa Inês pure animals and 0,38 g and 0,33 g of Mg/kg of LW for the other animals with 15 and 45 kg of live weight. The net requirement of K and Na for crossbred animals IF X SI differed from the requirements of the other genetic groups animals. The following values for animals of 15 and 45 kg of live weight were:1,30 g and 1,06 g of K/kg of LW, 0,99 g and 0,75 g of Na/kg of LW for IF X SI animals and 1,37 g and 1,07 g of K/kg of LW and from 1,03 g and 0,78 g of Na/kg of LW for the other animals.
Index terms: Body composition, magnesium, sheep, potassium, requirement, sodium.
Os elementos minerais constituem cerca de 5% do peso vivo do animal e dieteticamente são essenciais para os ruminantes e para os microorganismos presentes no rúmen e no intestino, exercendo influência direta e indireta sobre o crescimento, engorda, produção de leite, reprodução, produção de lã em ovinos e manutenção dos processos vitais.
O magnésio exerce funções essenciais ligadas aos sistemas enzimáticos particularmente, aquele do metabolismo dos carboidratos e lipídeos, é requerido na oxidação celular e exerce grande influência na atividade neuromuscular. Já o potássio e o sódio são essenciais à vida, tendo como principais funções a regulação do balanço osmótico celular, o equilíbrio ácido-base e atuam em vários sistemas enzimáticos e balanço hídrico do organismo (MCDOWELL, 1999).
Uma suplementação mineral adequada é ainda mais importante, tendo em vista o empobrecimento dos solos, resultando em forrageiras deficientes em um grande número de macro e microelementos minerais responsáveis diretos pela perda de peso, diarréia, anemia, perda de apetite, e anormalidade óssea entre outros problemas (MCDOWELL, 1999).
Apesar das dificuldades encontradas na determinação das exigências minerais para ovinos, em razão de fatores que influenciam negativamente, como: disponibilidade e qualidade dos alimentos,raça, sexo, peso e condições climáticas, alguns experimentos têm sido realizados com a finalidade de definir tais exigências.
O ARC (1980) estabeleceu modelos matemáticos que permitem estimar a composição mineral do corpo e, conseqüentemente, a exigência líquida para o ganho em ruminantes de diferentes raças, idades e pesos. O ARC (1980), considerando ovinos em crescimento, quantificou os conteúdos corporais de magnésio, potássio e sódio em 0, 41, 1,8 e 1,1 g/kg de peso corporal vazio (PCV), respectivamente.
No Brasil, as exigências nutricionais ainda são pouco estudadas e o cálculo de rações baseia-se em tabelas internacionais (SILVA, 1995). Em virtude da diversidade entre as condições climáticas, raça, idade do animal, disponibilidade e qualidade de alimentos, verificadas no Brasil, em comparação às de outros países, ocorrem níveis de performance animal diferentes do esperado.
Portanto, torna-se necessário o estudo da eficiência da utilização dos nutrientes pelos ovinos lanados e deslanados criados no Brasil e de suas exigências, uma vez que essas tabelas utilizam animais diferentes dos nossos e sob condições climáticas diversas.
Conduziu-se este trabalho com o objetivo de determinar a composição corporal e estimar as exigências nutricionais em magnésio, potássio e sódio de animais puros Santa Inês (SI) e mestiços Bergamácia (BE), Ilê de France (IF) e Texel (TE), criados na região sul de Minas Gerais.
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