Anteriormente conhecido como Psicose Maníaco-Depressiva, o transtorno bipolar atualmente definido pelo DSM IV como transtorno do humor, possui uma prevalência significativa na população mundial, causando danos irreversíveis na vida dos portadores e tem como característica fundamental a alteração do humor, com a presença de dois pólos opostos, a mania e a depressão.
Entende-se como transtorno do humor as condições clínicas nas quais uma perturbação do humor, do tipo depressão ou elação, é proeminente e fundamental ao quadro e atinge aproximadamente 18% (dezoito por cento) da população. Não se sabe ao certo qual a causa predominante no desenvolvimento do Transtorno bipolar, no entanto estudiosos afirmam ser uma doença que está atrelada a fatores psicossociais e genéticos, os quais se caracterizam por mecanismos complexos de transmissão envolvendo múltiplos genes que são influenciados por fatores ambientais. Neste trabalho, buscaremos desenvolver os principais sintomas e subtipos deste transtorno de acordos com os critérios estabelecidos pelo DSM IV, descrevendo os possíveis fatores genéticos e psicossociais associados, bem como a forma de tratamento tanto em termos psicofarmacológicos quanto psicoterapêutico.
Palavras-chave: Transtorno bipolar, fatores genéticos e psicossociais.
O transtorno bipolar é uma patologia caracterizada por alterações do humor, agudos, recorrentes, com pelo menos um episódio de mania, hipomania ou misto. É uma doença definida pela Classificação Internacional das Doenças, 10ª edição (CID-10), e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais - DSM-IV-TR que divide esta patologia em dois tipos; transtorno bipolar do tipo I e II. Trata-se de um transtorno do humor considerado como uma doença com importante fator genético, cuja herança se caracteriza por mecanismos complexos de transmissão envolvendo múltiplos genes associados a inúmeros fatores ambientais e psicossociais. Há indícios de que pode ser ocasionada por disfunções da neuroquímica cerebral, que envolvem neurotransmissores como a noradrenalina, a serotonina e a dopamina (Cordioli 2003 p. 2). Ainda não se sabe ao certo qual a causa principal deste transtorno, entretanto existe a possibilidade de que o fator dominante esteja ligado ao progresso do mesmo seja encontrado em história familiar positiva, o que se reporta aos fatores genéticos que proporciona a interação gene ambiente, necessária para a manifestação de um fenótipo comportamental.
Segundo o DSM-IV-TR, o transtorno bipolar tipo I possui um curso clinico com um ou mais episódios de mania, podendo ou não ocorrer depressão ou episódios mistos (Kaplan & Sadock 1998, p. 573). No estado maníaco, o indivíduo apresenta uma perturbação nos níveis de humor e atividade onde o período de duração média de um episódio gira em torno de quatro meses, enquanto que o episódio depressivo pode durar mais tempo, cerca de seis meses. O tipo II caracteriza-se pela presença de hipomania com a ocorrência de pelo menos um episódio de depressão maior. Estes ciclos podem alternam-se entre semanas, dias, ou pode ocorrer mais de uma crise no mesmo dia. Embora a maioria dos indivíduos com Transtorno Bipolar tipo II retorne a um nível plenamente funcional entre os episódios, aproximadamente 15% continuam apresentando humor instável e dificuldades interpessoais ou ocupacionais.
Aproximadamente 5 a 15% dos indivíduos com Transtorno Bipolar II têm múltiplos (quatro ou mais) episódios de humor (Hipomaníacos ou Depressivos Maiores) que ocorrem dentro de um mesmo ano. No transtorno ciclotímico há vários episódios de hipomania com muitos episódios de depressão que não preenchem critérios para depressão ou mania, neste caso, o individuo não precisa necessariamente apresentar episódios completos de mania e depressão. Embora não tenha muita frequência, alguns portadores de transtorno bipolar possivelmente poderão apresentar um episódio maníaco grave com sintomas psicóticos como delírio de grandeza, delírios místicos, alucinações auditivas e forte presença de agitação psicomotora, desinibição social e sexual (Dalgalorrando, 2008 p. 315 e 316). Vale ressaltar que após os dois anos iniciais (um ano para crianças e adolescentes) do transtorno ciclotímico, possivelmente haverá superposição de episódios maníacos ou mistos. Neste caso transtorno Bipolar I e transtorno ciclotímico podem ser diagnosticados concomitantemente.
Página seguinte |
|
|