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Já a arrecadação em tributos federais, estaduais e municipais, nos primeiros dez anos de operação, atingiu a soma de R$ 3,7 bilhões, além dos R$ 2,6 bilhões pagos a título de concessão e arrendamento pelas empresas, segundo a ANTF. E as concessionárias reivindicam do governo que esses valores retornem ao sistema ferroviário para a solução de gargalos como passagens em nível críticas, invasão de faixa de domínio e gargalos operacionais, o que promoveria o aumento de produtividade e capacidade.
No período de 1997 a 2005 as empresas ampliaram em 17,8% seus investimentos em material rodante, de R$ 113 milhões para R$ 2,012 bilhões. Em relação à infra-estrutura foi investido em 2005 R$ 185 milhões ante os R$ 15,5 milhões em 1997. Na comunicação e sinalização observa-se uma oscilação nos investimentos, sendo que em 2003 foram aplicados R$ 66,1 milhões, ano de maior aporte no período.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários - ANTF, a carga transportada por vagões cresceu 55%, de R$ 252,9 milhões em 1997 para R$ 391,9 milhões de toneladas úteis em 2005, com um crescimento na produção de 62% no mesmo período, 222 bilhões de TKU"s (toneladas por quilômetro útil) contra 137 bilhões em 1997. Frente esse crescimento apurou-se uma redução do índice de acidentes em 56%, de 75,5 acidentes em milhão de trem/km para 32,9 em 2005.
A exemplo de todo o complexo ferroviário que vem dando sinais expressivos de vida, observa-se um aumento crescente na frota nacional de vagões que, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), atingiu a marca de mais de 90 mil unidades em 2005, um crescimento de 32,9% comparado a 2002 com 67.795 vagões.
Esta expansão se reflete, também, nas vendas de locomotivas, que apresentaram um crescimento de 12,7% em 2005 ante 2004, com 2.394 e 2.125 locomotivas, respectivamente. A boa notícia dessa expansão é a volta da produção nacional, apesar de não ser tão competitiva quanto à China e a Índia. Todavia, para Rafael Santana, presidente da GE Transportation, apesar do crescimento, ainda há muito mais espaço no mercado interno.
Embora, uma das principais razões para a movimentação dos fabricantes nacionais esteja no fato de que o aço usado na produção dos vagões chineses é feito com matéria-prima exportada pelo Brasil. Quer dizer, o país vende aos chineses o minério por um preço menor que o frete utilizado para levá-lo até lá e, depois compra vagões fabricados com aço produzido em siderúrgicas chinesas a custos muito menores que os brasileiros.
Com relação às capacidades anuais, a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária – ABIFER apurou em Junho de 2005 os seguintes valores: 12.000 vagões, 85.000 toneladas de fundidos de aço, 160.000 rodas ferroviárias, 40.000 eixos ferroviários e 12.000 sistemas de freios automáticos.
As concessionárias que operam malhas mineiras:
Segundo o "Jornal do Commercio" do dia 15 de janeiro de 2008, a MRS Logística recebeu 15 locomotivas importadas dos EUA e prevê desembolsar pelo menos US$ 250 milhões este ano com a aquisição de 55 locomotivas zero quilômetros, bem como 1,6 mil vagões. E em abril, planeja-se adquirir outras 65 locomotivas, com a expectativa de que parte seja encomendada aqui no Brasil, segundo o presidente da empresa, Júlio Fontana Neto.
A Vale planeja adquirir 12.500 vagões, mas se depara com o monopólio na seção de truques, conforme Roger Agnelli. Nos últimos três anos, a Vale comprou 11 mil vagões – 93% brasileiros e quer continuar comprando aqui, mas a preços competitivos, relata reportagem do "O Estado de S. Paulo" de 23 de Novembro de 2007.
E o governo prevê um investimento de R$ 58,2 bilhões em infra-estrutura logística no período de 2007 a 2010 por intermédio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Deste montante, R$ 7,8 bilhões serão para o modal ferroviário, o que corresponde a 13,5%.
É inquestionável a necessita de grandes projetos de integração da malha ferroviária e de fontes de financiamento amortizável em prazos mais elásticos, compatíveis com o prazo elevado de maturação dos investimentos ferroviários, que movimentarão empresas de diversos ramos de atividade, como: chaparia, soldagem, forjaria, fundição, caldeiraria, usinagem, parafusos especiais, dentre outros.
Sendo assim, sabemos que o sucesso futuro desse setor depende da ação conjunta das concessionárias, governo, órgãos reguladores, clientes e fornecedores.
BIBLIOGRAFIA
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Associação Brasileira da Indústria Ferroviária – ABIFER. Disponível em: <http://www.abifer.org.br>.
Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários - ANTF. Disponível em: <http://www.antf.org.br/>.
Centro de Estudos em Logística – COPPEAD/UFRJ. Disponível em: <http://www.centrodelogistica.org/new/_IndicesFerroviariosV7.pdf>.
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ERMÍRIO, Antônio. Ferrovias na contramão! Por quê? Folha de S. Paulo (SP). Disponível em: <http://www.antf.org.br/>.
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______. Plano Nacional de Logística e Transportes. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/PNLT/InfGerais11Jun07.pdf>.
Valor Setorial - Ferrovias. Disponível em: <http://www.valoronline.com.br/especiais/valorsetorial/ferrovias/balanco.aspx>.
DADOS DO AUTOR
Nome: Carlos Henrique Silva de Araújo
Idade: 23 anos
Formação: Administração de Empresas - PUC MINAS
E-mail: ch_araujo[arroba]terra.com.br
Texto elaborado em: Janeiro de 2008.
Autor:
Carlos Henrique Silva de Araújo
Belo Horizonte
2008
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