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Ao mesmo tempo, as plantas que florescem não conseguem a polinização que precisam para se reproduzir e se diversificar, indica o estudo. Os cientistas criaram um modelo matemático para determinar o deslocamento do aroma das flores com o vento. Segundo afirmam em seu relatório, as moléculas aromáticas das flores são muito voláteis e se fundem rapidamente com os poluentes. [2]
Em todo processo produtivo, entra-se com energia, trabalho e matérias-primas, obtendo-se um produto qualquer e resíduos que deverão ter um fim adequado e seguro ambientalmente.
Em nosso país, foi apenas recentemente que a questão ambiental se tornou evidente no cotidiano do cidadão comum, talvez pelos diversos desastres ambientais ocorridos e alertas quanto ao rumo futuro do planeta e suas ameaças. Os freqüentes vazamentos de óleo combustível e petróleo, a inadequada qualidade do ar das grandes cidades e outros tantos. O programa de prevenção á poluição da CETESB tem por base a redução dos desperdícios e poluentes descartados, a promoção da conservação dos recursos naturais.
Os termos utilizados nos programas de prevenção á poluição são prevenção á poluição (P2) ou redução na fonte e produção mais limpa (P+L), que implicam em processos e tecnologias que visem a redução, eliminação em volume, concentração e toxidade de resíduos inerentes a determinado processo na fonte geradora. Ações como reformulação de processos, substituição de matérias-primas e melhorias técnico-administrativas da empresa, resultando no aumento da eficiência de uso de matérias-primas, energia, água e etc.
A produção mais limpa (P+L) consiste na aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e serviços com o intuito de a eficiência ecológica (eco-eficiência) e reduzir os riscos em geral, tanto para o homem como para o meio ambiente. A incorporação de um programa deste tipo requer uma mudança de atitude, garantia de gerenciamento ambiental responsável e alternativas tecnológicas verdes (ou ecológicas).
é importante lembrar que a minimização de resíduos onde são gerados (redução na fonte), engloba práticas ambientalmente seguras: reuso (qualquer prática ou técnica que permite a reutilização de resíduos gerados), reciclagem (qualquer técnica ou tecnologia que permite o reaproveitamento dos resíduos), recuperação de materiais ou energia e reciclagem para de reduzir a quantidade ou o volume dos resíduos a serem tratados.
Nos anos de 1970, os problemas de poluição de nosso ar e água passaram a ser visíveis, notáveis.
Já em 1980, fontes mais difusas de poluição e melhores métodos de detecção aumentaram o entendimento de como nossos problemas com materiais de descarte. A dificuldade de controlar e reconhecer fontes de poluição nos remete a questões sobre o conceito de prevenção á poluição como garantia de se evitar novas contaminações. A prevenção á poluição é uma orientação básica da abordagem de poluição, prevenindo problemas antes de sua ocorrência.
O texto a seguir foi extraído do Ato de Prevenção á Poluição de 1990: Os EUA produzem anualmente milhões de toneladas de poluição e gasta muito mais para controla-la. Existem oportunidades significativas na indústria para reduzir ou prevenir a poluição em sua fonte geradora através de mudanças na produção, operação e tipo de materiais usados.
Tais mudanças oferecem oportunidades para a indústria de reduzir a poluição ou prevenir que ela seja gerada, gerando economia na matéria-prima básica e no controle da poluição gerada e ajudando na preservação do meio ambiente. A redução de poluentes na fonte é fundamentalmente diferente e mais desejável do que o manejo de resíduos e no controle da poluição.
Como metodologia para a implementação de um programa de prevenção á poluição (P2), o comprometimento da empresa com a prevenção á poluição é um fundamental para o sucesso do empreendimento. Dá-se o nome de P2 a qualquer pratica, pratica, processo, técnica e tecnologia que vise a redução ou eliminação em volume, concentração e toxicidade dos poluentes na fonte geradora.
Pode incluir também modificações nos equipamentos, processos e procedimentos, reformulação ou replanejamento de produtos, substituição de matérias-primas, eliminação de substâncias tóxicas, melhoria nos gerenciamentos administrativos e técnicos da empresa e otimização do uso de matérias-primas, energia, água e outros recursos naturais. A implementação em ações de P2 pela empresa significa o desenvolvimento de um programa que inclui o comprometimento da direção da empresa com os princípios de P2, um programa de melhoria contínua, isto é, no final do programa, novas metas são estabelecidas, reiniciando-se o ciclo de implementação.
3.1. Ecologia Industrial: Enfoque racional de processos produtivos [4]
A ecologia industrial descreve os fluxos de matéria e de energia inerentes aos processos industriais como um sistema metabólico, enfatizando a necessidade da integração dos meios produtivos (de forma a substituir os processos isolados por sistemas integrados chamados de ecossistemas industriais que modificam a lógica da produção isolada por sistemas que possibilitem o aproveitamento interno de resíduos e subprodutos). Esse conceito, basicamente, se fundamenta na aplicação de equilíbrio de massas na circulação de materiais e energia ao longo dos processos produtivos. Esse conceito incorpora o conhecimento de sistemas industriais, suas interações com a biosfera. Com o conhecimento sobre o meio ambiente, torna-se possível reestruturar os processos para compactibilizá-los com os ecossistemas naturais.
A idéia de ecossistema industrial surgiu na década de 1970, pois certos ecólogos entendiam o sistema industrial como um subsistema da biosfera do qual demandam produtos e serviços.
3.2. Ecologia Industrial x Prevenção á Poluição [4]
A busca de procedimentos que conciliem as atividades de produção com a capacidade de suporte do planeta têm levado á elaboração de uma série de alternativas que pretendem reduzir a geração de poluição. Estas duas correntes representam mais do que apenas duas correntes do pensamento ambiental, apresentam algumas diferenças significativas, ainda que sejam consideradas por alguns como visões complementares.
O grande desafio que se coloca não é o de provar se a ecologia industrial produz melhores resultados do que a prevenção á poluição, mas como encontrar soluções com maiores ganhos ecológicos e industriais.
Ambas pretendem prevenir a poluição na fonte, mas a prevenção á poluição atua em cada processo no controle de resíduos gerados e a ecologia industrial, num conjunto de processos ou indústrias. As ferramentas de análise comuns a elas são a avaliação do ciclo de vida do produto final, total de material consumido, custo total e avaliação dos processos de produção. As duas procuram identificar as falências dos processos que privilegiam as chamadas medidas de fim-de-tubo.
As tabelas 1 e 2 a seguir mostram as etapas da implementação de ações P+L/P2 e os resultados benéficos da implementação destes procedimentos.
Tabela 1: Etapas da implementação de ações P+L/P2 [5]
Comprometimento da direção da empresa |
Definição da equipe de P2 |
Elaboração de declaração de intenções |
Estabelecimento de prioridades, objetivos e metas |
Elaboração de cronograma das atividades |
Disseminação de informações sobre P2 |
Levantamento de dados |
Definição de indicadores de desempenho |
Identificação de oportunidades de P2 |
Levantamento de tecnologias |
Avaliação econômica |
Seleção de oportunidades e implementação de medidas de P2 |
Avaliação de resultados |
Tabela 2: Resultados da implementação de P2 [5]
Melhoria da cidadania e do desenvolvimento sustentável |
Melhoria da qualidade de vida e da conscientização ambiental |
Melhoria da qualidade de vida local e global |
Economia de consumo de água e energia |
Redução do uso de matérias-primas tóxicas |
Redução da geração de resíduos |
Aumento da segurança no ambiente de trabalho e conseqüente redução de afastamentos por acidentes |
Redução ou eliminação de resíduos com conseqüente redução de custos relativos a seu gerenciamento |
Minimização da transferência de poluentes de um meio para o outro |
Melhoria do desempenho ambiental |
Os quadros 1 e 2 a seguir fornecem três características básicas da prevenção á poluição e da ecologia industrial, evidenciando os pontos básicos de cada uma. [4]
Quadro 1: Algumas características da Prevenção á poluição
· Prevenção da poluição na fonte
· Só admite a reciclagem externa ao processo (Último recurso para a redução de resíduos a serem evitados)
· Medidas consideradas a montante do processo produtivo
Quadro 2: Algumas características da Ecologia Industrial
· Prevenção da poluição na fonte
· Ênfase na reciclagem
· Priorização de medidas de minimização de resíduos nas interfaces do processo produtivo
O documento "A produção mais limpa (P+L) no setor sucroalcooleiro - Informações Gerais", publicado pela CETESB em novembro de 2002, faz referência ao desenvolvimento da agricultura no Período Neolítico. A partir de então o Homem passou a transformar os recursos naturais em seu favor.
Como é sabido por todos hoje em dia, os processos de utilização e transformação dos recursos naturais traz efeitos bastante negativos. À medida que as interações entre o ambiente e os seres humanos se tornaram mais intensas e complexas, medidas para prevenir a geração de poluição tiveram de ser tomadas. Inicialmente, as medidas eram somente corretivas, como a colocação de filtros em chaminés que liberam poluentes e a instalação de um processo de tratamento de poluentes em efluentes.
O setor sucroalcooleiro é uma grande força econômica do Brasil. Há muito tempo, as fábricas de açúcar e álcool vêm desenvolvendo e aplicando medidas que minimizam os impactos ambientais de sua produção.
Conclui-se com este trabalho que os esforços para a prevenir a geração de poluição são muitos mais importantes do que a remediação da poluição depois de gerada. Os programas de prevenção á poluição (P2 / P+L), muito importantes nos dias atuais, procuram reformular os processos industriais para minimizar a poluição que produzem pela substituição de matérias-primas, melhoramento de processos ou ambos. As tecnologias que lidam com a poluição somente no final do processo (end of pipe tecnhologies) apresentam uma série de desvantagens em relação aos programas de prevenção á poluição, que procuram minimizar a geração de resíduos ao invés de remediá-la depois de gerada. Apresentou-se também o conceito de Ecologia Industrial, uma nova abordagem dos processos produtivos.
Comparações entre tecnologia de fim de tubo e produção mais limpa [4]
Tecnologia de fim de tubo |
Produção mais limpa |
Como se pode tratar os resíduos e as emissões existentes? |
De onde vem os resíduos e emissões? |
Pretende re-ação |
Pretende ação |
Geralmente leva a custos adicionais |
Pode ajudar a reduzir custos |
Os resíduos e emissões são limitados através de filtros e unidades de tratamento |
Prevenção de resíduos e emissão na fonte: evita processos e materiais potencialmente tóxicos |
A proteção ambiental entra depois que os produtos tenham sido desenvolvidos |
A proteção ambiental entra como parte integral do design do produto e da engenharia do processo |
Os problemas ambientais são resolvidos de um ponto de vista tecnológico |
Tenta resolver os problemas ambientais em todos os níveis e em todos os campos |
Proteção ambiental é assunto de especialistas competentes |
Proteção ambiental é tarefa de todos |
é trazida de fora |
é uma inovação desenvolvida dentro da empresa |
Aumenta o consumo de materiais e energia |
Reduz o consumo de materiais e energia |
Proteção ambiental surge para o preenchimento de requisitos legais |
Riscos reduzidos e transparência aumentada |
é o resultado de um paradigma de produção que data de época em que os problemas ambientais não eram conhecidos |
é uma abordagem que pretende criar técnicas de produção para um desenvolvimento sustentável |
[1] - Jornal Ambiente Brasil. Poluição Urbana.
Endereço:www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./urbano/index.html&conteudo=./urbano/poluicao2.html
Acesso em junho de 2008
[2] - DE ARAÚJO, Alexandre Feller. Aplicação da metodologia da produção mais limpa: estudo em uma empresa do setor de construção civil. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, 2002.
Endereço: http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/5355.pdf
Acesso em junho de 2008
[2] - Jornal Folha de São Paulo de 11/04/2008. Poluição reduz fragrância das flores e impede polinização, diz estudo.
Endereço: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u391213.shtml
[3] - Apostilas de Aula de Prevenção á Poluição do Professor Chan, Metrocamp.
[4] - MARINHO, Maerbal et al. Ecologia industrial e prevenção á poluição: uma contribuição ao debate regional. Bahia Análise & Dados.
Endereço:www.sei.ba.gov.br/publicacoes/publicacoes_sei/bahia_analise/analise_dados/pdf/popambient_2/pag_271.pdf
Acesso em junho de 2008
[5] - CETESB. Implementação de um Programa de Prevenção á Poluição.
Endereço:www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/producao_limpa/documentos/manual_implement.pdf - Acessado em junho de 2008
[6] - Site da CETESB. A produção mais limpa (P+L) no setor sucroalcooleiro.
Acessado em junho de 2008.
Autor:
Fernando Fernandes Pereira
fernando_ffp[arroba]hotmail.com
30, Bacharel em Química
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