Estudar as formas de prevenir e controlar a geração de poluição inerente a toda atividade antropogênica como a transformação de matérias-primas em diversos processos ajuda na conservação dos ambientes naturais. O ser humano necessita do meio para viver, para adquirir matérias-primas e transforma-las em bens de consumo. Pois bem, tudo isso é muito natural, porém, conforme será visto ao longo do trabalho, a humanidade está destruindo esses recursos de que tanto depende.
1.1. Definição e histórico de poluição
Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação, deterioração ou estrago das condições ambientais do habitat de uma coletividade humana, normalmente associada á diminuição da qualidade de vida em decorrência de mudanças ambientais. Os agentes que provocam a poluição são chamados poluentes: um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam os rios ou praias ou ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. A partir da revolução industrial, a poluição passou a constituir um problema para a humanidade, pois o grau de poluição cresceu acentuadamente e a sua escala deixou de ser apenas local para se tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a principal responsável pelo lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução Industrial representou a consolidação e a globalização do capitalismo. [1]
A atividade econômica de vanguarda do capitalismo e a industrial, ocasionando urbanização, grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria aglomeração urbana é, por si só, uma fonte de poluição, pois implica em numerosos problemas ambientais: acúmulo de lixo, enorme volume de esgotos, congestionamentos de tráfego e muitos outros.
A filosofia do capitalismo é a produção e a acumulação constantes de riquezas que nada mais são do que mercadorias, bens e serviços produzidos para a troca no comércio. Praticamente tudo que existe, e tudo o que é produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo. Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem de ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O importante nesse processo não é o que é bom ou justo, mas o que trará maiores lucros (em curto prazo). [1]
As primeiras indústrias surgiram numa época em que os problemas ambientais eram de pequena expressão, principalmente pelas reduzidas escalas de produção. As exigências ambientais eram pequenas e a fumaça liberada pelas chaminés das fábricas era vista como um sinal de progresso e desenvolvimento, tornando inevitável o aparecimento de problemas ambientais amplamente difundidos. [1]
Há algumas décadas, o processo de crescimento econômico não considerava os efeitos adversos nos ecossistemas e na própria sociedade, permitindo que diversos problemas sociais e ambientais se tornassem cada vez mais críticos para o bem-estar da sociedade, como por exemplo, a devastação de solos produtivos, poluição das águas e do ar e outros mais. A figura 01 abaixo esquematiza as pressões da sociedade moderna (industrial) sobre o meio ambiente.[1]
Figura 1: Esquema de conseqüências das ações antropogênicas [2]
Assim, matas são derrubadas, ainda que com graves conseqüências (em longo prazo). As sociedades preconceituosamente rotuladas de "primitivas" são vistas como infantis para essa forma de "progresso", entendido como acumulação constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns.
A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem, como meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por asfalto, que é muito diferente da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana. Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz conseqüências negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua qualidade de vida.
1.2. Conseqüências da Poluição na Agricultura
A poluição proveniente de usinas de energia e automóveis destrói a fragrância das flores e impede a polinização, segundo um estudo realizado por cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos. Em um relatório sobre esta pesquisa publicado pela revista "Atmospheric Environment", os cientistas afirmaram que o efeito dos poluentes explicaria a redução das povoações de insetos polinizadores, que se alimentam do néctar das flores, em várias partes do mundo. Essa redução começou a afetar a alguns anos especialmente abelhas, besouros e borboletas, segundo outros estudos. "As moléculas aromáticas que produziam as flores em um ambiente menos poluído, como há um século, podiam se estender por cerca de 1.000 ou 1.200 metros" de sua fonte, afirmou José Fuentes, professor de ciências ambientais da Universidade da Virgínia. "No entanto, no ambiente poluído das grandes cidades, não passam de 200 ou 300 metros", manifestou. "Isto faz com que os insetos encarregados da polinização tenham cada vez mais dificuldade para localizar as flores", acrescentou. O resultado é um círculo vicioso no qual os polinizadores lutam para encontrar alimento para manter sua população.
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