O pensar e o fazer do coordenador pedagógico: contribuições para a prática (página 3)

Este profissional também é o gestor do currículo, da cultura e do conhecimento escolar. Deste modo, ele deve observar a legislação nacional, contudo, considerando também, os sujeitos dessa instituição, o conjunto no qual ela se encontra inserida e os assuntos que concernem à sua realidade.

Cabe a ele, saber promover, junto aos educadores a avaliação da aprendizagem com um novo olhar, abandonando métodos tradicionais e fazendo com os mesmos aprendam constantemente a avaliar, ainda, trabalhar em conjunto com a comunidade escolar com intuito de causar a auto avaliação da instituição e do projeto escolar. Além disso, avalia a qualidade do ensino.

Ele precisa mostrar que na contemporaneidade a escola é um lugar de práticas e espaço de comunicação. Pois a mesma é um componente relevante do projeto educacional das instituições escolares.

Pode-se notar também, que ele necessita conhecer as políticas educacionais e os programas de educação, já que as políticas educacionais não é algo estanque e, muito menos desconexo da realidade escolar.

O coordenador como gestor pedagógico, deve ultrapassar os limites da identidade. Pois, é no seu papel como gestor que sua ação se edificada. E isso se realiza continuamente por meio de diálogo e de negociações.

Ele, em conjunto com os educadores deve promover um trabalho pedagógico que venha proporcionar uma aprendizagem significativa para os alunos. Porquanto, o Coordenador Pedagógico é um agente relevante para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, porque o mesmo admite concretizar atitudes diferenciadas à prática no dia a dia escolar.

O curso, então, veio contribuir com a prática, no sentido de abrir novos horizontes na forma de atuar, pois mudou o modo de perceber a gestão educacional. Hoje, é possível notar que a mesma se diferencia de outros modos de gestão e que possui suas peculiaridades, devendo ser voltada para interagir com os processos políticos-pedagógicos e firmar compromisso com a comunidade escolar a qual faz parte seus usuários.

Foi possível apreender também, que a realidade educacional é permeada de programas educacionais importantes para que haja à melhoria na qualidade da instituição onde trabalho, do mesmo modo, para o município e no âmbito nacional. Ainda, contribuiu grandemente para o entendimento sobre as relações existentes entre a escola, a violência e a disciplina. Nesse sentido, a escola possui grande responsabilidade de contribuir com ações que venham, se não sanar, mas contribuir com soluções para extinguir este problema.

O curso veio ainda ampliar o entendimento sobre a relevância do PPP, e o quão é necessário traçar bem seus objetivos levando em consideração a realidade local e envolver toda a comunidade escolar para pensar em ações e soluções que venham ao encontro das necessidades desta comunidade a qual a escola está inserida, considerando também as questões legais que regem a educação no país.

Ele forneceu subsídios importantes no sentido de mostrar como visualizar a realidade escolar. Como considerar onde a instituição está localizada, seu público, sua filosofia, os ideais da instituição de ensino, seus valores éticos, sua utopia, suas propostas de ação, ou seja, contribuiu no sentido de direcionar um novo olhar para perceber tanto suas fragilidades quanto suas potencialidades.

Mudou-se ainda, a forma de perceber a organização do ensino no local de trabalho. Pois, no início da atuação como coordenadora, a forma de organizá-lo se dava, na maioria das vezes, de modo tradicional. Mas, agora, felizmente tais hábitos estão sendo gradativamente solucionados, uma vez que há muita conversa e incentivo à mudança, além da cobrança ao cuidar e educar. Ora, trata-se de uma instituição de ensino, onde se trabalha com crianças pequenas de três (03) a cinco (05) anos, onde o fator "cuidar" complementa o "educar", fatores esses que fazem parte do currículo da instituição de atuação e se encontra dispostos no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola. Sabe-se, agora, que em sentido amplo o currículo escolar abrange todas as experiências escolares, assim, se pode considerar que ele deve contemplar além do conhecimento, a diversidade, a avaliação, a cultura entre outros temas.

A forma de avaliar a aprendizagem também foi repensada. Atualmente no CMEI de Cocalinho, de acordo os dispostos no Projeto Político Pedagógico da instituição a avaliação é um fenômeno social, dinâmico, histórico, e está comprometido com o modelo educativo que valorizamos.

Pode-se apreender que a escola é um lugar de práticas e um espaço de comunicação. Assim, pode-se aperfeiçoar e acrescer de novas práticas. Presentemente, se presa pela comunicação, para que as metas sejam alcançadas com sucesso, e se busca fazer com que a falta de conhecimento dos envolvidos não prejudique o andamento do centro e consequentemente o aprendizado dos alunos e seu crescimento como cidadãos. Nesse sentido, foram abertos novos espaços para a comunicação entre os envolvidos no processo de ensino aprendizagem, ou seja, do centro de ensino, das famílias, da Secretaria de Educação e da comunidade municipal, já que somos um município pequeno o que possibilita tal envolvimento.

No que diz respeito às políticas e os programas de educação, no contexto do CMEI, os avanços no Plano Nacional da Educação (PNE), vem acontecendo de maneira tímida, mas perceptível. Sabe-se que ainda, há muito trabalho a ser desenvolvido para atingir os objetivos propostos. Entretanto cabe aos educadores, famílias e governantes a missão de propiciar que as demandas do cotidiano escolar sejam trabalhadas constantemente para que os desígnios do PDE sejam obtidos tanto na creche Mãe Preta, como nas demais entidades de ensino.

Após o curso, se percebe a relevância de que todos os afazeres do Coordenador Pedagógico dentro da escola implica uma prática partilhada entre coordenação e professores. Uma vez que o seu papel de articulador na formação continuada dos professores, deve promover espaços e tempos de aprendizagem e planejamento para os mesmos, provocando ocasiões de aprendizagem onde os profissionais se sintam sujeitos ativos num processo de formação pautado na ação-reflexão-ação e na mediação da teoria e prática no fazer pedagógico.

Assim sendo, se pode afirmar de acordo com a experiência, com o trabalho e com o curso que nada está pronto e concluído, que este é o instante de redefinir a profissão e de compreender a prática. Pois ela se encontra em movimento constante.

Para esta redefinição, é preciso se encontrar vigilante às transformações que estão sendo estabelecidas para os profissionais da educação, permanecer acessível aos novos conhecimentos que se produz neste campo e que é basilar para fortalecer a profissão e para a própria sobrevivência do coordenador, há ainda, o imperativo de inovar e instituir novas estratégias de aprendizagem continuamente (ARAÚJO e YOSHIDA, 2009).

Portanto, o pensar e o fazer do Coordenador Pedagógico é conditio sine qua non, ou seja, condição imprescindível para que a educação aconteça, seja de qualidade e para que o trabalho pedagógico ocorra de modo a viabilizar uma aprendizagem significativa. Ele, como articulador no contexto educacional tem a obrigação de promover uma reflexão constante sobre o processo educativo como um todo e sobre sua prática em particular, oferecendo, sempre um norte para a instituição escolar.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Joaquim e Elenita, responsáveis fundamentais por ser eu quem sou. Aos meus filhos Emilly, Eduardo e Emanuelly e ao meu marido Nilton pela compreensão e estímulo que me fizeram persistir e, em especial a José Moreira, o Zezinho (in memoriam) por ter feito parte de minha vida e, mesmo não sendo alguém da família, dedicou carinho e cuidado durante sua permanência junto a mim.

AGRADECIMENTOS

Este não foi um estudo independente. Pois, vários foram aqueles que, com suas visões, falas e sinais colaboraram para a sua concretização. Assim sendo, lhes agradeço com carinho, e dedico os versos de Cecília Meireles, que demonstra meu sentimento de reconhecimento a todos:

"Dize:

O vento do meu espírito

Soprou sobre a vida.

E tudo que era efêmero

se desfez.

E ficaste só tu, que és eterno..."

 

Assim, são eternos para mim:

... Deus, que nunca me deixou sozinha e por sempre iluminar meus passos, por ter me proporcionado sabedoria, enfim, por Ele ter sido sempre meu companheiro, principalmente nas horas difíceis;

... Joaquim e Elenita, meus pais, que, com muito amor e devoção, me ensinaram os princípios e valores da vida;

... Emilly, Eduardo, Emanuelly e Nilton, filhos e marido, que, com entusiasmo, toleraram meu afastamento durante o trabalho;

... Rita de Cássia e Robson, meus irmãos, pela colaboração e incentivo;

... minha tutora e orientadora Prof.ª Andreia Cambraia pelos valiosos ensinamentos que levarei por toda a minha vida, também, pelo cuidado e tolerância com os quais me norteou e, especialmente, pelo exemplo que deu de devoção e envolvimento com o trabalho;

...as colegas de trabalho que compartilham e dividiram comigo o trabalho no CEMEI Mãe Preta;

... ao Programa de Pós-Graduação em Coordenação Pedagógica da Universidade Federal de Mato Grosso, que atenderam com dedicação todas as necessidades.

"Mire veja: o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso me alegra, montão".

[Guimarães Rosa]

 

Autor:

Suzy De Fátima Pires Da Silva

suzy-pires[arroba]hotmail.com

Orientadora: Ms. Andréia Aparecida de Oliveira Cambraia

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso como requisito do Curso de Especialização lato sensu em Coordenação Pedagógica.

Este exemplar corresponde à redação final aprovada do Trabalho de Conclusão de Curso de Suzy de Fátima Pires da Silva.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE EDUCAÇAO

CUIABÁ - MT

2015

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