Manifestações do insucesso escolar na escola do ensino especial do lubango

Enviado por Vicente Kamassunu


  1. Introdução
  2. Causas
  3. Alunos
  4. Famílias
  5. Professores
  6. Escolas
  7. Currículos
  8. Sistema Educativo
  9. Conclusão
  10. Bibliografia

Introdução

 

O drama do insucesso escolar é relativamente recente. É a partir dos anos sessenta que encontramos as suas primeiras manifestações. Foi então que se começou a exigir que as escolas, por razões económicas e igualitárias, encontrassem formas de garantir o sucesso escolar de todos os seus alunos. O que era atribuído até então ao foro individual, tornou-se subitamente um problema insuportável sob o ponto de vista social. A preguiça, a falta de capacidade ou interesse, deixaram de ser aceites como explicação para o abandono todos os anos de milhares e milhares de crianças e jovens do sistema educativo. A culpa do seu insucesso escolar passou a ser assumida como um fracasso de toda a comunidade escolar. O sistema não fora a capaz de os motivar, reter, fazer com que tivessem êxito.

O desafio tornou-se tremendo, já que todos os casos individuais se transformaram em problemas sociais. A escola secundária era a menos preparada para a mudança. Durante séculos assumira como sua vocação hierarquizar os alunos de acordo com o seu rendimento escolar, seleccionando os mais aptos e excluindo os que não fossem capazes de acompanhar as exigências que ela mesma impunha. A sua nova missão era agora igualizar todos no sucesso educativo, garantindo 0% de negativas ! Este era o novo padrão que permitia aferir o sucesso de cada escola.

É em grande parte por esta razão que hoje principal problema educativo é o de identificar as manifestações e as causas do insucesso escolar. A listagem destas não pára de aumentar à medida que prosseguem os estudos.

As manifestações de insucesso escolar são múltiplas, mas três delas são particularmente referidas pela possibilidade que oferecem de se poder medir a própria eficácia do sistema educativo:

-Abandono da escola antes do fim do ensino obrigatório;

- As reprovações sucessivas que dão lugar a grandes desníveis entre a idade cronológica do aluno e o nível escolar; Os níveis de fracasso que podem ser totais (em todas as disciplinas ou quase) ou parciais (numa ou duas disciplinas).

- A passagem dos alunos para tipos de ensino menos exigentes, que conduzem a aprendizagens profissionais imediatas, mas os afasta do ingresso no ensino superior.

 

Causas

  • 1. É na listagem das causas onde aparecem naturalmente as maiores controversas, o que se compreende já que a sua própria realização pressupõe que se identifiquem também os seus responsáveis. Neste ponto ninguém se acha inteiramente culpado, o que em certo sentido é mesmo verdade. A grande dificuldade destas análises, como veremos, reside na impossibilidade de se isolar as causas que são determinantes em todo o processo.

  • 2. Apresenta-se de seguida algumas causas arrumadas em função dos seus agentes, deixando uma interpretação mais detalhada para outra altura.

Alunos

  • 1. Falta de vocação. Uma das causas mais frequentes para o desinteresse, desmotivação e indisciplina dos alunos está opções de um dado curso. Quando confrontos com o manifesto insucesso escolar no mesmo, muitos são os que insistem em prosseguir na mesma área vocacional pelos mais variados motivos (amigos, fuga a disciplinas consideradas difíceis, etc).

  • 2. Atrasos do desenvolvimento cognitivo. As escalas psicométricas de inteligência tem sido apontadas como um bom indicador para identificar estas causas individuais de insucesso escolar. O problema é que a grande maioria dos alunos que falham nos resultados escolares, têm um desenvolvimento normal. Há que não abusar desta explicação…

  • 3. A instabilidade característica na adolescência, consta entre as muitas causas individuais do insucesso. Esta conduz muitas vezes o aluno a rejeitar a escola, a desinvestir no estudo das matérias, e frequentemente à indisciplina.

  • 4. Estilos de vida. Dificuldade em compatibilizar as exigências escolares, com as mais diversas solicitações ( saídas nocturnas frequentes, jogos de computador absorventes, desportos, etc), provocando hábitos pouco regrados de vida. O aluno passa a encarar as actividades escolares como pouco estimulantes, trabalhosas e rotineiras.

Famílias


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