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Dos povos Ambó (página 2)


Este traje é de rigor, mesmo quando fora da cerimónia as raparigas vestem panos. Do lombo para baixo trazem em volta do corpo uma larga cinta de missangas postas ao pescoço, completam os adornos da candidata.

Geralmente são todas as raparigas do distrito as componentes do grupo festivo, a cerimónia dura quatro dias, a cada um dos quais os Kwanhamas deram um nome especial: («odescansar das galinhas»), não compreende nenhum rito importante. Enquanto as (Ovafuko) executam a dança, trazem levantada um dos pescoços, uma cauda de GNU (grande antílope).

Se acontece,deixarem caírem o braço uma punhada forte de uma velha aplicada por baixo do cotovelo, lembra durante a regra a observar.

Neste dia o pai mata um boi em honra da festejada, é também este dia em que as raparigas se servem uma cerveja especial a que mistura algumas drogas em que se inclui o esperma obtido de tal mestre de cerimónia.

O teor da mistura não é relevado ao ovafuko, diz-se-lhes só que é uma bebida com propriedade especial para a vida casada. Na opinião do povo trata-se de um (encontro da fecundidade).

A cerimónia tem ela o fim de eliminar toda a rapariga que já esteja criminosamente grávida, pós se neste caso estivesse algumas delas, não poderiam acompanhar os outros sem morrer espancamentos frequentes por parte do marido, impotência absoluta ou mesmo relativa do homem.

A questão do divórcio é resolvida pelos velhos das respectivas famílias, se uma das partes discordar ou levantar dificuldades, o caso é apresentado ao chefe da aldeia.

Quando uma mulher comete adultério, o marido faz a justiça pelas próprias mãos, liquidando o seu rival, ou obrigando-o a pagar um boi. O castigo da mulher adúltera limita-se em geral a umas pancadas. Os Kwamatwis, são menos exigentes ao "pagamento" da noiva e admitem que um rapaz pobre substitua o boi por três cabritos e dois dos quais deve ser fêmeas.

Parte II

Capitulo III

Actividades económicas

  • 5. ACTIVIDADE ECONOMICA

Os Kwanhamas são agricultores e criadores de gado, praticam também a caça. O resto se diz dos restantes povos do grupo, e por este motivo, as suas indústrias apresentam certa unidade.

Os ferreiros Kwanhamas fabricam machados, lanças, peques e flechas, estas últimas com pedúnculo, ora em espigão, ora em cartucho; usam carcaças de pele para flechas reforçadas pelo lado interior com fundos de pequenas cabaças.

5.1 ALIMENTAÇÃO

A criação do gado bovino e a agricultura são a base da vida económica dos Ambós; como suplementares, a caça, a pesca e a colheita de frutos selvagens, a massambala, massango e muno. A baseda alimentação dos Ambós é o pirão de farinha de massango, o cultivo deste cereal ocupa o primeiro plano na agricultura.

5.2 NASCIMENTO

As mulheres Ambós de angola dão a luz fora da cubata; isto refere-se a uma primeira gestação, a mulher prefere ir ter a criança em casa da mãe. Durante o parto a parturiente é assistida por uma ou mais velhas; e admitida a presença de poucos espectadores porque as cubatas Ambós são de dimensões muito reduzidas.

Aos homens é impedida a entrada antes de tudo estar acabado. Ao referirem-se a um parto demorado, diz-se que a parturiente esteja de joelho desde o nascer do sol até ao meio dia, as secundinas são enterradas na cubata onde ocorreu o parto. Uma vez que dentro da cubata tudo correu bem, o pai da criança pode enfim entrar nela, oque lhe interessa saber primeiro é sexo de seu filho.

Temos agora a considerar três nascimentos anormais:

  • 1. Acriança cuja as pernas saem primeiro.

  • 2. A criança que foi concebida antes que a mãe tivesse feito a festa da puberdade

  • 3. O nascimento de gémeos.

Os três casos são tidos por contrários contrariam as leis da natureza, e por isso, causadores de desgraças, se se não tomam as medidas apropriadas.

No primeiro caso, basta chamar um especialista da cerimónia de purificação dos gémeos, para com as suas drogas por tudo em estado normal.

No segundo caso é mais grave. O filho nascido nestas circunstâncias não tinha direito a vida antigamente, porque a sua presença trazia desgraças e mortes a toda família. Mas modernamente admite-se também um tratamento preventivo para uma mulher grávida nestas condições, o tratamento tem como fim neutralizar os efeitos desastrosos do nascimento deste filho (Osengwa).

No terceiro caso, este a acontecimento afecta todos os membros da família em sentido mais lato; o dia da purificação final constitui uma festa em que todos os parentes, amigos e vizinhos tomam parte.

Manda-se chamar um kimbanda; enquanto ele não vier e preparar os seus remédios, ninguém pode beber nem comer sem que isto seja feito.

O kimbandaborrifa com água-benta os presentes e os familiares, e esfrega-lhes os pés, as pernas e os braços, lança uma porção de drogas sobre o gado. A quarentena da mãe dura perto de dois meses, segue-se a festa da lavagem (Okukosa).

O kimbanda chama a mãe e leva-a para fora juntamente com os outros habitantes da casa, em sitio pouco escondido, cava-se um buraco e nele coloca-se a mãe , as crianças, o pai, e derrama uma porção de água purificadora sobre os seus corpos, uma vez lavados, seguem-se os irmãos dos gémeos e outros parentes, todos lavam-se da mesma droga que serve para conservar a saúde.

Acabada a cerimónia realiza-se um banquete. E é de notar ainda a respeito de gémeos, que mesmo que estes nasçam mortosou venham a falecer durante o tempo de quaresma, não se pode enterrar antes que a cerimónia da purificação seja feita. Até lá tem que ser conservado em panelas.

Capitulo IV

A vida artística dos povos Ambó

  • 6. ACTIVIDADE ARTISTICA

Na indústria os Kwanhama e os Kwamatwis, executam perfeitamente pulseiras de latão e de cobre cinzeladas e de metal. A par da forjaria, considerada a melhor daqueles grupos, a industria Kwanhamas fabrica cântaros de barro para cerveja, cachimbo de barro cru, varias peças de olaria. Esta arte é praticada pelas mulheres.

6.1 VIDA SOCIAL

A etimologia da palavra "Clã", emprega-se especialmente para definir grupo totémico dentro de uma mesma tribo. Entre estes elementos na constituição do clã totémico: o animal ou a planta que lhe serve de nome considerado o antepassado comum dos mesmos; é um problema comer a carne deste animal, ou o fruto desta planta.

O animal ou a planta origem do clã, o alimento quase exclusivo, ou pelo menos preferido dos seus membros. Cada clã tem a sua origem particular. Boi, hiena, elefante, leão.

  • OVA-KWANANGOMBE-BOI

  • OVA-KWANEKAMBA-HIENA

  • OVA-KWAMALANGA-ELEFANTE

  • OVA-KWANIME-LEOA

6.2 FAMILIAR (Vida familiar)

A vida matrimonial dos Ambós, como em geral todos os Bantos é baseada sobre a ordem poligâmica. Não é fácil indicar a média do número de mulheres. Um Ansião pode alinhar o belo número de 24 esposas.

O polígamo tem o dever de visitar as suas mulheres, num rito alternado e regular, que pretende do número das esposas. A regra geral é de passar quatro noites na cubata de cada uma, de facto, não é a mulher que vem dormir na cuba do homem mais sim, o inverso.

6.3 DIREITO DE PROPRIEDADE

O sistema é matrelinear a propriedade é individual existindo no entanto uma certa comunidade de bens entre os membros interinos de uma família. Os filhos herdam directamente do pai e receberam no acto do seu falecimento, pelo modo de doação entre vivos. O herdeiro principal de um homem é o seu filho, sobrinho, o filho mais velho, e o filho mais velho da irmã mais velha.

6.4 A RELIGIAO

A palavra correta para designar deus nos Ambós é a de kalunga. Para além de crerem em um só Deus, cultuam espíritos e efectuam práticas magicas. Isto por intermédio de feiticeiros, curandeiros e kimbandas.

6.5 A MORTE E O ENTERRRO

Quando alguém morre, as pessoas que se encontram em casa desatam logo a soltar gritos lancinantes e penetrantes choros. O cadáver antigamente era despido, hoje em dia deixam-lhe pelo menos um pano.

Antes do enterro poe o morto na seguinte posição: os joelhos encolhidos e dobrados diante do peito e sobre estes, os braços cruzados. O luto por um adulto dura quatro dias seja ele homem ou mulher, os adolescentes dois dias.

Durante este tempo é obrigatório renovar os choros duas vezes ao dia: de manha cedo e depois do sol-posto. Os Ambós enterram os seus defuntos dentro da cerca da casa, o lugar do túmulo depende da idade, do sexo e da posição social.

O dono da casa enterrado no grande curral de bois ou num lugar de fogo, no grande pátio interior. Antes do cadáver ser enterrado é embrulhado numa pele de boi, de preferência preto, que que se matou logo depois do falecimento.

Depois de cobrirem o cadáver com a terra, é costume deixar a ponta do pilão 10cm ou 15cm fora da terra. Desta maneira o modo de enterra simboliza muito bem as três estratificações da civilização deste povo, representado o tumulo individual o componente do primitivo, o curral-caçador, a pele de boi-o componente místico, e o pilão-a agricultura.

Os Ambós têm poucos sinais exteriores de luto. Os homens não apresentam nenhum sinal, enquanto as mulheres despedem-se dos seus adornos.

6.6 A MORTE/ENTERRO DO SOBA

O enterro de um Soba é feito com grande solenidade: duas jovens escravas são condenadas à acompanhar vivas o Soba para a cova, uma para tratar do fogo e outra para cuidar do cachimbo.

Conserva-se o seu corpo no quarto de dormir, encarrega-se uma pequena escrava de manter limpa as reais esposas, varrendo o quarto assiduamente. Esta mesma escrava será depois enterrada viva juntamente com seu defunto (O Soba).

Enterra-se o morto no seu quarto de dormir, organiza-se um cortejo lutuoso na velha casa, a fim de dirigir-se a casa fúnebre.

O luto oficial pelo falecimento de um soba grande, durava semana; enquanto não acabasse era impedida a execução de quaisquer trabalhos agrícolas; quem viola-se era condenado a morte; era também proibido o enterro de outros mortos para além do soba.

Antes de acabar o luto tribal, proclamava-se um novo soba. Neste caso, seria o irmão uterino mais novo do falecido, na falta deste, um sobrinho, filho mais velho da irmã mais velha do finado.

Na festa da subida do trono, guarda-se pequenas partes tiradas do corpo do morto-nariz, o primeiro dedo e o membro viril para que misturado com a carne de vaca, entre numa refeição ritual

Conclusão

Este trabalho trata da origem dos Ambó no século XVIII, estalando-se no Cubango e Cunene. O povo Ambó apresenta traços de natureza Camita. Seriam originários do cruzamento dos jagos com outros povos autóctones pela emigração até ao sul de angola.

São conhecidos como criadores de animas, caçadores e agricultores. Com uma tradição fortemente determinante e severa. Com rituais próprios desde o nascimento até a morte. A actividade económica, artística que lhes é própria fazem deste povo conhecidos pelos povos vizinhos e pela história étnico-linguístico.

Bibliografia

  • ICRA, curso de educadores sociais-Luanda

 

Autores:

Carolina E.M.J. Ferreira

Deogratias Ndalilosiwa

deogratiasnalilosiwa[arroba]gmail.com

Helena Jacob

Teresa Chopetu

Curso: Pedagogia pós – laboral

4º Ano

Acta de avaliação da defesa do trabalho na cadeira de Legislação Escolar do Grupo (01)" subsistema do ensino pré escolar"

Monografias.com

INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAIS DA EDUCAÇÃO

REPARTIÇÃO DE PEDAGOC



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