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Declaração textual: um elemento linguístico-textual e discursivo estruturante dos gêneros notícia e reportagem (página 3)


Partes: 1, 2, 3

 

Cravar

 

1

"Temos no ar o cheiro de um projeto autoritário", cravou o opositor, que foi procurador-geral três vezes (1996/2004) e, depois, serviu ao Executivo [...]. (ESP, 05 abr. 2014).

 

Declarar

 

1

O chanceler sueco, Carl Bildt, declarou que a integração da península [da Crimeia] ao território russo é inaceitável. "Devemos ser firmes na aplicação da lei internacional." (ESP, 06 abr. 2014).

 

Negar

 

1

Questionado, o ministro negou que o governo tenha desistido de um projeto próprio. "Pode acontecer de apresentar o projeto próprio, mas quero ver se construo consenso previamente". (FSP, 05 abr. 2014).

 

Reagir

 

1

"Não há um único projeto que ponha sob ameaça a independência dos promotores, isso é um fantasma que quer esconder a falta de projeto", reagiu Elias Rosa. (ESP, 05 abr. 2014).

 

 

Reclamar

 

 

1

A dona de casa Maria José da Silva, de 65 anos, do Jardim Oliveira 2, junta a roupa da semana para lavar toda de uma vez. [...]. Como o líquido sai da torneira amarelado, ela tem de comprar água de galão para o consumo e reclama do gasto extra. "São dois galões por semana, o que dá R$ 48 por mês." (ESP, 06 abr. 2014).

Fonte: Corpus da pesquisa

Como se pode perceber pelo quadro anterior, foi constatada, nas notícias de ambos os jornais, uma variação total de 12 verbos introdutores de declaração. No corpus de notícias analisado, os verbos dicendi mais empregados pelos repórteres foram os verbos "afirmar" e "dizer". Verbos dicendi como "afirmar", "dizer", "informar", "contar" e "declarar" podem ser considerados mais básicos e mesmo "neutros", no que diz respeito ao posicionamento ou interpretação do repórter em relação à declaração textual inserida.

Já verbos de mesma função como "acreditar", "atribuir" e "negar" apresentam pressupostos e permitem inferências relativas ao contexto em que foram empregados.

Ao relatar que a fonte acredita em algo, o repórter livra-se da responsabilidade pelo conteúdo da declaração textual, e esta, apresentada não como fato, mas, sim, como opinião puramente pessoal da fonte, torna-se facilmente contestável. Em relação ao verbo "atribuir", os efeitos de sentido são semelhantes aos produzidos pelo verbo anterior. Como "a negação é sempre polifônica" (ORLANDI, 2012, p. 89), o emprego do verbo dicendi "negar" pressupõe a existência de outro discurso que se opõe ao da fonte, afirmando o que esta nega.

Ainda sobre as notícias do corpus, os verbos dicendi que mais parecem denotar uma interpretação (ou posicionamento) do repórter em relação à declaração relatada são os verbos "acusar", "cravar", "reagir" e "reclamar". É importante reconstruir, ao menos parcialmente, os contextos em que esses verbos foram empregados. Isso será feito, a seguir, por meio da reprodução de excertos das notícias em que os verbos dicendi em questão apresentaram-se. Os grifos em negrito são do pesquisador.

Candidatos a procurador-geral focam

orçamento e independência

 

Na reta final das eleições do Ministério Público paulista, os dois candidatos ao cargo de procurador-geral de Justiça protagonizaram queda de braço em um ambiente de forte tensão e concentram seus discursos em dois pontos de grande relevância para os promotores: orçamento e independência.

[.]

Marrey acusa o rival de manter em sua equipe "pessoas importantes defendendo claramente um projeto de redução da independência funcional" – prerrogativa que tanto os promotores prezam. "Temos no ar o cheiro de um projeto autoritário", cravou o opositor, que foi procurador-geral três vezes (1996/2004) e, depois, serviu ao Executivo – Marrey foi secretário dos Negócios Jurídicos da Prefeitura (gestão José Serra), secretário da Justiça no governo Serra e secretário de Governo de Alberto Goldman. "Não há um único projeto que ponha sob ameaça a independência dos promotores, isso é um fantasma que quer esconder a falta de projeto", reagiu Elias Rosa. (O Estado de S. Paulo 05 abr. 2014).

Os atores presentes na notícia reproduzida representam um grupo social e estão inseridos no domínio da atividade (CHARAUDEAU, 2006) política, domínio esse em que é mais comum a circulação de discursos opostos. Nesse contexto, relatar que um candidato acusa o outro de algo consiste, evidentemente, na interpretação, por parte do repórter, da declaração textual daquele como uma acusação. Ademais, relatar que o candidato acusado cravou uma resposta indica objetividade, austeridade e um discurso de combate, contra o qual o primeiro, dialógica e dialeticamente, reage.

Na sequência, transcreve-se outro excerto de notícia, mediante o qual se comenta o verbo dicendi "reclamar".

Itu vive há 2 meses com cortes de água

A torneira do banheiro virou o despertador da comerciante Maria Marlene, de 56 anos, moradora do bairro Cidade Nova, em Itu, na região de Sorocaba. Ela acorda com o barulho da água chegando, por volta das 3h, e corre para abastecer, durante a madrugada [.]. O bairro é abastecido uma vez a cada dois dias, mas às vezes a água da rua acaba antes de completar o enchimento. "Chegamos a ficar uma semana inteira sem uma gota de água, por isso compramos todos esses recipientes."

[.]

A dona de casa Maria José da Silva, de 65 anos, do Jardim Oliveira 2, junta a roupa da semana para lavar toda de uma vez. [...]. Como o líquido sai da torneira amarelado, ela tem de comprar água de galão para o consumo e reclama do gasto extra. "São dois galões por semana, o que dá R$ 48 por mês."

[...]. (O Estado de S. Paulo, 06 abr. 2014).

O contexto da notícia anterior consiste no racionamento de água na cidade de Itu (SP). Dadas as dificuldades que a falta de água produz, sobretudo em relação às donas de casa, pode-se inferir que o repórter interpretou a declaração da fonte como uma reclamação, e não como uma simples afirmação, como o emprego de verbos mais "neutros" indicaria.

O Quadro 8, por sua vez, expõe os verbos dicendi apresentados em 05 reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e 05 de O Estado de S. Paulo, assim como reproduz o excerto da reportagem em que cada verbo foi empregado pelo repórter.

Quadro 8: Verbos dicendi apresentados em reportagens da Folha de S.Paulo e de O Estado de S. Paulo

Verbos

Quantidade

Exemplo

Dizer

24

"Não vai existir o governo João Lyra. Vai ser a conclusão do governo Eduardo Campos", disse. (FSP, 05 abr. 2014).

 

 

Afirmar

 

 

8

"Na minha cabeça, devo ter 20 anos de idade. Tenho o mesmo tipo de furor que lembro de ter tido aos cronológicos 20 anos, tenho o mesmo tipo de dúvida, de inquietação, de seguranças e inseguranças", afirmou o ator em entrevista recente. (ESP, 06 abr. 2014). [Olho da reportagem].

 

Lembrar

 

3

Pelo Twitter, o ex-prefeito do Rio César Maia lembrou do tempo em que o ator teve cargo público: "Honrou a prefeitura quando presidente da Rio-Filme (empresa fomentadora de cinema)." (ESP, 06 abr. 2014).

 

Acrescentar

 

1

"Há limite para o tempo e o esforço que os EUA podem despender se as próprias partes não estão interessadas em medidas construtivas para seguir adiante", acrescentou. (FSP, 05 abr. 2014).

 

Apontar

 

1

Foi aí, aponta o presidente da associação em Cuiabá, Luis Verdu, que muitos empresários falharam. "Pessoas com dinheiro foram fazendo por conta própria. Tememos uma guerra de concorrência." (FSP, 06 abr. 2014).

 

 

Avaliar

 

 

1

Tendo por base a experiência anterior, Kugelman avalia que a data-limite para a definição do futuro das tropas americanas é o mês de outubro. "No Iraque, o presidente (Barack) Obama só abandonou a ideia de manter tropas no país em outubro de 2011, porque ainda não tínhamos um acordo." (ESP, 06 abr. 2014).

 

Comentar

 

1

"Zé morreu. Um grande amigo, uma grande pessoa querida e especial na minha vida. Perdemos um dos bons, inteligência e sensibilidade. Triste demais", comentou a atriz Paula Braun. (ESP, 06 abr. 2014).

 

Comparar

 

1

"Karzai será a versão afegã de (Vladimir) Putin em sua relação com (Dmitri) Medvedev", comparou, em referência ao presidente e ao primeiro-ministro da Rússia. (ESP, 06 abr. 2014).

Expressar

1

O presidente afegão, Hamid Karzai, expressou "profunda tristeza" pela morte de Anja e os ferimentos de Kathy. (ESP, 05 abr. 2014).

 

Negar

 

1

Ele [Rusesabagina] nega se ver como um "Schindler ruandês": "Sou um homem comum que fez o que deveria ser feito". (FSP, 07 abr. 2014).

 

Postar

 

1

"É com muito pesar que veja a saída de cena fora do combinado do meu amigo e conterrâneo Zé. Se é assim essa vida, vai com Deus e obrigado por tudo", postou o humorista Tom Cavalcante. (ESP, 06 abr. 2014).

 

 

 

Revelar

 

 

 

1

[.] recentemente, mesmo com cinco décadas de dramaturgia, revelou, numa entrevista: "Eu sou uma pessoa que até hoje não sabe se quer ser ator. Eu tenho crises e falo: "Ah, essa coisa não é a minha praia, não quero fazer mais isso". Na minha cabeça, devo ter 20 anos de idade. Tenho o mesmo tipo de furor que lembro de ter tido aos cronológicos 20 anos, tenho o mesmo tipo de dúvida, de inquietação, de seguranças e inseguranças". (ESP, 06 abr. 2014).

Fonte: Corpus da pesquisa

Como se pode observar no quadro anterior, apresentou-se, nas reportagens de ambos os jornais, uma variação total de 12 verbos introdutores de declaração, valor esse que coincide com o conjunto de verbos dicendi apresentados nas notícias, conforme Quadro 7. No corpus de reportagens analisado, os verbos dicendi mais empregados pelos repórteres foram – como nas notícias – os verbos "dizer" e "afirmar". No caso do Quadro 8, verbos dicendi como "dizer", "afirmar", "acrescentar" e "comentar" podem ser compreendidos como mais básicos e mesmo "neutros", no que diz respeito ao posicionamento ou interpretação do repórter em relação à declaração da fonte de informação. Os outros verbos declarativos apresentam pressupostos e permitem inferências relativas ao contexto em que foram empregados.

Relatar que determinada fonte lembrou algo sugere que a lembrança seja um fato, e não uma opinião pessoal da fonte; ademais, lembrar pressupõe um acontecimento passado, algo de que já sabe, mas ao qual se quer remeter. Com o emprego do verbo dicendi "apontar", o repórter livra-se da responsabilidade pelo conteúdo da declaração textual, bem como indica tratar-se de opinião pessoal da fonte, portanto contestável. Os mesmos efeitos de sentido possíveis são observados em relação ao verbo declarativo "avaliar". Por sua vez, o verbo dicendi "comparar" pressupõe algo (um fato, um acontecimento, um discurso) com o que se compara. No contexto, expressar é menos "neutro" que afirmar, comentar ou dizer; trata-se de revelar algo por meio do tom da fala e dos gestos, em outras palavras, por meio de todo o corpo. Como já mencionado, o emprego do verbo dicendi "negar" pressupõe a existência de outro discurso que se opõe ao da fonte, afirmando o que esta nega. Postar, por sua vez, revela a situação de produção do discurso, a saber, determinada rede social, situação de produção essa própria da contemporaneidade. Por fim, o verbo dicendi "revelar" pressupõe que a informação declarada estava oculta ou consistia em segredo.

A análise dos dados desta seção responde à segunda parte do objetivo desta pesquisa, qual seja comentar alguns aspectos discursivos referentes às formas linguísticas utilizadas para relatar as declarações textuais. Na sequência, apresenta-se a Conclusão.

CONCLUSAO

A experiência profissional do pesquisador como corretor de redações em um colégio particular do Estado de São Paulo possibilitou o contato direto com produções escritas de alunos de Ensino Médio. Tal contato permitiu que se observassem, nos textos produzidos pelos alunos, algumas inadequações relativas aos diferentes níveis de produção de sentido, como o sintático, o semântico e, mesmo, o discursivo. No entanto, como foi percebida uma dificuldade maior em um dos níveis, elegeram-se como problema motivador desta pesquisa duas inadequações de caráter especificamente linguístico-textual cometidas pelos alunos, quando da produção escrita dos gêneros discursivos notícia e reportagem. A primeira dizia respeito ao emprego da locução adverbial segundo; a segunda era referente à repetição excessiva do mesmo verbo dicendi (ou declarativo), sem variação.

Nesse contexto, este estudo delimitou-se a alguns aspectos linguístico-textuais e, em certa medida, discursivos dos gêneros notícia e reportagem que podiam trazer dificuldades de leitura (e de produção escrita) a alunos do Ensino Médio. Mais especificamente, a pesquisa enfocou as diferentes formas de inserção de uma declaração textual obtida pelo repórter a partir de uma fonte de informação.

O objetivo geral desta pesquisa foi o de contribuir para a compreensão mais detalhada sobre o uso do recurso da declaração textual em notícias e reportagens. Especificamente, objetivou-se fazer: i) um levantamento das diferentes formas de apresentação da declaração textual em notícias e reportagens publicadas nos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo e ii) comentários sobre aspectos discursivos referentes às formas linguísticas utilizadas para relatar as declarações das fontes de informação. Assim, as perguntas que orientaram esta pesquisa foram as seguintes: i) de quais maneiras os repórteres dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo apresentam o recurso da declaração textual e ii) quais as principais características discursivas das escolhas empreendidas pelos repórteres?

O corpus de pesquisa, composto de textos publicados nos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo, mais precisamente de dez textos de cada jornal – cinco notícias e cinco reportagens (total de 20 textos), evidenciou que tanto o gênero discursivo notícia como o reportagem apresentam uso frequente da declaração textual. De acordo com a fundamentação teórica, o emprego desse recurso, em específico nos textos noticiosos, contribui para a criação de um efeito de autenticidade, distanciamento, objetividade e seriedade (cf. MAINGUENEAU, 2001).

Em relação ao primeiro objetivo específico, a fundamentação teórica indicou quatro formas possíveis de inserção das declarações textuais pelo repórter: com o emprego de verbo dicendi; com o emprego de locuções; ausência de introdutor explícito, devido ao emprego de introdutor no mesmo parágrafo; ausência de introdutor explícito em todo o parágrafo (seja por nominalização, seja por marcação apenas tipográfica). Considerando o corpus de pesquisa analisado, observou-se que, em ambos os gêneros, a forma mais empregada é a introdução com verbo dicendi, e a menos empregada é a introdução com locuções (ver nota 3, na página 32), categoria essa que, no jornal O Estado de S.Paulo, não apresentou nem uma ocorrência.

No que diz respeito ao segundo objetivo específico, foi observado que as notícias e reportagens não apresentam sempre os mesmos verbos dicendi na introdução de declaração textual. Nesse contexto, o repórter, por meio do verbo que emprega, interpreta a declaração da fonte de informação e revela um posicionamento frente a ela (cf. MARCUSCHI, 2007). Embora seja evidente, em ambos os gêneros, o emprego muito mais frequente de verbos mais básicos e mesmo "neutros"[5], como "afirmar" e "dizer", tanto as notícias como as reportagens apresentaram verbos interpretativos e ideológicos, que sustentam pressupostos e permitem inferências, em maior ou menor grau, relativas ao contexto em que foram empregados, quais sejam os verbos: "acreditar", "acusar", "apontar", "atribuir", "avaliar", "comparar", "cravar", "expressar", "lembrar", "negar", "postar", "reagir", "reclamar" e "revelar". Entre outros efeitos de sentido possíveis, observa-se que o repórter, em determinados contextos, não se limita a somente relatar, de forma imparcial, a declaração concedida por sua fonte de informação; mais do que isso, ele a interpreta como uma acusação, uma negação, uma reclamação – o que, geralmente, revela-se no verbo dicendi escolhido para introduzir a declaração.

Os resultados desta pesquisa contribuem para a compreensão mais ampla acerca do emprego da declaração textual como um elemento estruturante (embora não obrigatório) dos gêneros discursivos notícia e reportagem. Considerando esses resultados, é possível subsidiar a preparação de atividades específicas que focalizem a leitura e a produção escrita dos gêneros em questão, o que, certamente, contribui para a prática deste pesquisador como professor de Língua Portuguesa e de outros professores da mesma área que também atuem no Ensino Médio. Ademais, os verbos observados no corpus e citados anteriormente podem oferecer subsídios para um trabalho futuro com produção de notícias e reportagens, de forma que o professor apresente aos alunos um repertório de verbos dicendi, para que estes tenham ideias de possibilidades de variação – ainda que os verbos listados não sejam os únicos verbos introdutores de declaração textual possíveis.

Fica como sugestão para futuras pesquisas a preparação de material didático que permita que os alunos compreendam o modo como se emprega a declaração textual, qual o seu papel na estruturação da notícia e da reportagem, bem como quais os efeitos de sentido possíveis de serem produzidos mediante o emprego desse recurso linguístico-textual e discursivo.

REFERÊNCIAS

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COIMBRA, Oswaldo. O texto da reportagem impressa: um curso sobre sua estrutura. São Paulo: Ática, 1993.

EDITORA ABRIL. Manual de estilo Editora Abril: como escrever bem para nossas revistas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.

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GARCIA, Luiz (Org.). O Globo. Manual de redação e estilo. 13. ed. São Paulo: Globo, 1992.

KINDERMANN, Conceição Aparecida. A reportagem jornalística no Jornal do Brasil: desvendando as variantes do gênero. 2003. 140 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Linguagem) - Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2003.

KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. 2. ed. São Paulo: Ática.

LAGE, Nilson. A estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 1985.

LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2012.

LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. A produção escrita de gêneros discursivos em sala de aula: aspectos teóricos e sequência didática. Signum: Estudos da Linguagem, Londrina, v. 15, n. 3, p. 233-245, 2012.

LUSTOSA, Elcias. O texto da notícia. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1996.

MAINGUENEAU, Dominique. Polifonia, discurso direto. In: ______. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001. p. 137-148.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. A ação dos verbos introdutores de opinião. In: ______. Fenômenos da linguagem: reflexões semânticas e discursivas. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. p. 146-168.

______. Exercícios de compreensão ou copiação nos manuais de ensino de língua? Em aberto, Brasília, v. 16, n. 69, p. 64-82, 1996.

MARTINS FILHO, Eduardo Lopes. Manual de Redação e Estilo de O Estado de S. Paulo. 3. ed. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

SODRÉ, Muniz; FERRARI, Maria Helena. Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa jornalística. 2. ed. São Paulo: Summus, 1986.

O pesquisador autoriza a cópia total ou parcial desta obra, apenas para fins de estudo e pesquisa, sendo expressamente vedado qualquer tipo de reprodução para fins comerciais sem prévia autorização específica do autor.

Gustavo Henrique de Toledo Ferreira

Taubaté, dezembro de 2014.

À minha mestra maior, Prof.ª Dr.ª Elzira Yoko Uyeno (in memoriam). Não sei precisar o quão positivamente me influenciaram e transformaram seu ensino, sua ética e sua erudição.

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Maria Aparecida Garcia Lopes-Rossi, por ter aceitado orientar-me no desenvolvimento deste trabalho e ter acreditado em mim.

À minha mestra e amiga, Prof.ª Dr.ª Elzira Yoko Uyeno, por tudo que me ensinou, bem como por ter-me apresentado, sem reservas, a beleza e o valor do conhecimento. Nunca poderei esquecer-me de suas aulas. Desde o início, senti necessidade de colocar-me à posição de um seu discípulo.

A meus professores: Dr.ª Vera L. Batalha de S. Renda, por ter-me orientado com afinco durante a minha atuação no Pibid; Me. Luzimar G. Gouvêa; Dr.ª Eveline M. Tápias-Oliveira; M.ª Andreia Alda de O. F. Valério; M.ª Teresinha de J. Cardoso e Cunha; Dr. Carlos A. de Oliveira; e Dr.ª Odila A. Veiga. Aos professores que, mesmo indiretamente, contribuíram para que eu tivesse uma formação sólida, íntegra e a mais verticalizada possível, em especial: Me. Silvio L. da Costa; Dr.ª Rachel D. Abdala; Me. Gerson de Freitas Jr.; e Dr.ª Maria do Carmo S. de Almeida.

À Capes, por ter-me concedido uma bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

Ao Colégio Anglo Cassiano Ricardo de São José dos Campos, onde aprendi muito, humana e profissionalmente. Em especial, às professoras Elzira Uyeno, Silvia Mamede e Angélica Marcondes.

A toda a equipe da EMEF Prof. Walter Thaumaturgo, em que estagiei por meio do Projeto Integra-Ativa, da Prefeitura Municipal de Taubaté.

Acima de tudo, agradeço a meus pais, Cláudia e Henrique, pelo carinho, atenção, incentivo, assim como pela ajuda financeira, sem a qual esta graduação não se faria possível. Não me esquecerei de todas as vezes que abdicaram de suas vidas para cuidarem de mim. Por isso, eu os amo e orgulho-me de vocês.

A meus avós, por terem sempre cuidado de mim com carinho e atenção.

À minha namorada, Larissa Monteiro, pela presença constante, por ser a minha melhor amiga e parceira de estudos sem igual. Aprendemos muito juntos; aprendemos ainda mais um com o outro, na interação de que falava Vygostsky.

Sou grato, também, a meu primo e grande amigo Willian; à minha amiga Kássia; e a todos que contribuíram para o meu percurso, especialmente os amigos: Fernanda Mejia, Ana Custódio, Bruno Inocencio e Luiz Zuin.

 

Autor:

Gustavo Henrique de Toledo Ferreira

gustavoh.ferreira[arroba]outlook.com

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a graduação em Letras, pela Universidade de Taubaté.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Aparecida Garcia Lopes-Rossi

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Taubaté - SP

2014


[1] As nomenclaturas "declaração textual" e "declaração de fonte de informação" são usadas indistintamente nesta pesquisa.

[2] Segundo Jakobson (1969 apud BARROS, 2014), a linguagem apresenta seis funções, sendo cada uma centrada em um elemento do processo de comunicação. Em sua perspectiva, as seis funções são as seguintes: i) referencial (centrada no contexto ou referente); ii) poética (centrada na mensagem); iii) fática (centrada no contato); iv) metalinguística (centrada no código); v) emotiva (centrada no destinatário); e vi) conativa (centrada no destinatário).

[3] Termo empregado por Charaudeau (2006), para diferenciar-se do termo "contemporaneidade". Para o autor, o termo "contemporaneidade", corrente, entre outros, no domínio filosófico, histórico e científico, cobre um espaço de tempo muito mais extenso do que o coberto pela cotemporalidade midiática.

[4] é pertinente esclarecer e justificar por que motivo essa categoria apresentou índice tão ínfimo. Por meio da apreciação do corpus da pesquisa, pôde-se observar que, embora bastante comum, o emprego de locuções é consideravelmente mais frequente quando o que se tem é uma declaração relatada em discurso indireto - fenômeno não abordado pela pesquisa em tela -, e não uma declaração textual, em discurso direto, objeto desta pesquisa. Por exemplo: "Para empresários e associações, na concorrência que deve se instalar após o torneio, os mais prejudicados serão os pequenos hotéis" (Folha de S.Paulo, 06 abr. 2014) [grifo deste pesquisador].

[5] As aspas justificam-se pelo fato de a neutralidade não depender apenas do verbo e, para além dessa razão, não existir de fato, conforme Marcuschi (2007).

Partes: 1, 2, 3


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