Influência de diferentes fontes de compostos nitrogenados na dieta de vacas leiteiras sobre parâmetros reprodutivos e metabólicos sanguíneos.
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Zootecnia, como parte dos requisitos exigidos para a conclusão do curso.
CARNEIRO, C. Influência de diferentes fontes de compostos nitrogenados na dieta de vacas leiteiras sobre parâmetros reprodutivos e metabólicos sanguíneos. 39p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Zootecnia). Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2006.
A alimentação animal, sendo um dos fatores mais importantes dentro da exploração leiteira, tem grande influência nos parâmetros reprodutivos, já que as características reprodutivas de baixa herdabilidade são altamente influenciáveis pelo manejo nutricional e ambiental. A uréia atualmente é muito utilizada para reduzir os custos com a suplementação protéica, já que é um composto nitrogenado não-protéico bem utilizado para a produção de proteína microbiana no rúmen. Se mal utilizada, pode causar distúrbios metabólicos e problemas para a produção leiteira, pois em quantidades inadequadas pode provocar intoxicação do animal podendo até levá-lo à morte. A uréia serve também como uma importante ferramenta de análise de nitrogênio no sangue (NUS), no plasma (NUP), no leite (NUL) e urina, já que ela se degrada rapidamente no rúmen liberando nitrogênio na corrente sangüínea, e este por sua vez, ganha os tecidos e glândula mamária, podendo ser mensurado facilmente. A influência da proteína na reprodução animal ainda requer muitos estudos, porém, sabe-se que tanto o seu excesso quanto sua deficiência (na forma de proteína degradável no rúmen – PDR – ou proteína não degradável no rúmen – PNDR) são prejudiciais à exploração leiteira, pois o excesso de PDR aumenta muito os níveis de nitrogênio no organismo, sendo este tóxico em quantidades que o fígado não consegue metabolizar, e sua falta também prejudica a síntese de proteínas do leite e outros compostos e tecidos, significando perdas para a exploração leiteira. Diante disso, objetivou-se relatar os principais efeitos da proteína e compostos nitrogenados não protéicos nos parâmetros reprodutivos de vacas leiteiras.
Palavras chave: uréia; reprodução animal; nutrição; proteína; amônia.
O impacto da nutrição sobre a fertilidade de rebanhos bovinos é originado pelos efeitos diretos e indiretos dos nutrientes sobre os tecidos reprodutivos. Keisler e Lucy (1996) descreveram duas alternativas para abordar os impactos da nutrição sobre a reprodução. A primeira contempla o suprimento e a absorção de nutrientes, das secreções decorrentes ou alterações endócrinas no trato digestivo e tecidos anexos, e dos conseqüentes efeitos seletivos nos tecidos reprodutivos. A segunda postula como os tecidos reprodutivos respondem à percepção dos sinais de origem nutricional.
A alimentação animal é o principal fator que influencia nos custos da exploração leiteira. Considerando-se as características morfofisiológicas de seu sistema digestivo e a presença de microrganismos no rúmen, os ruminantes são os únicos animais capazes de utilizar compostos nitrogenados não-protéicos (NNP), dentre os quais a uréia, como fonte de nitrogênio (N), para síntese de proteína microbiana, permitindo, assim, a substituição parcial dos concentrados protéicos nas rações para vacas em lactação.
O uso de uréia na dieta de ruminantes pode representar uma alternativa para atender parte das exigências nutricionais de proteína, permitindo a substituição parcial dos concentrados protéicos nas rações para vacas em lactação e consequentemente, reduzir os custos de produção. Entretanto, fatores como sua baixa aceitabilidade pelos animais (sabor amargo); a segregação quando misturadas a farelos (granulometria e peso); o risco de toxicidade e, principalmente, a tradição presente no meio rural de que a uréia, independentemente da quantidade e do modo de fornecimento, interfere negativamente na reprodução, limitam a sua utilização para um maior número de rebanhos.
A avaliação do efeito de um nutriente sobre a reprodução, deve se considerar, tanto o excesso quanto a deficiência. O efeito do excesso de proteína na dieta pode resultar em alterações hormonais no ambiente uterino (Swanson et al., 1989).
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