Este artigo oferece uma discussão conceitual a respeito dos componentes do Ciclo Hidrológico. Ele apresenta definições de cada um dos seus componentes aceitos cientificamente na bibliografia nacional e internacional. Apresenta noções construídas coletivamente por diferentes autores em seus estudos e pesquisas relacionadas sobre o tema.
Ao final, os autores consideram que a definição mais adequada é formada por uma fusão das noções discutidas e apresentadas regularmente, em que se une a percepção das pessoas com os conceitos já estabelecidos na literatura. Assim abre-se espaço para aplicar e adaptar os conceitos apresentados conforme as pesquisas e/ou objetivos pedagógicos de cada atividade e de acordo com a área estudada.
Palavras-Chaves: Ciclo Hidrológico, Geografia Física, Climatologia
ABSTRACTThis article offers a conceptual discussion regarding the components of the Hydrological Cycle. It provides definitions of each of its components scientifically accepted in international and national literature. Presents concepts collectively constructed by different authors in their studies and research related on the topic.
At the end, the authors consider the most appropriate definition is formed by a merger of the concepts presented and discussed regularly, where it joins the perception of people with the concepts already established in the literature. So there is room to apply and adapt the concepts presented according to the research and / or educational objectives of each activity, according to the study area.
Key Words: Hydrologic Cycle, Physical Geography, Climatology
A quantidade total de água existente na Terra, nas suas três fases, sólida, líquida e gasosa, se tem mantido constante, desde o aparecimento do Homem. Distribuem-se por três reservatórios principais, os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma circulação contínua - Ciclo Hidrológico (PINTO et. al., 1979; WARD e ROBINSON, 2000; LIMA, 2008). Nas formas líquidas e sólidas a água cobre mais de 2/3 da superfície terrestre, e na forma gasosa é constituinte variável da atmosfera (podendo ocupar até 4% de todo seu volume). Sob tais condições, o vapor de água, ocorrendo se concentra em maior quantidade nas regiões tropicais e nas camadas mais baixas da atmosfera (CAMARGO, 2005).
A água é, portanto, constituída de moléculas que se atraem pela força de coesão. Essas moléculas no estado líquido estão em constante movimentação, movendo-se verticalmente no sentido da atmosfera terrestre e horizontalmente no sentido da superfície terrestre. Essa agitação molecular é proporcional à energia ou à temperatura da água. Se a temperatura aumentar, as moléculas mais agitadas da superfície tendem a escapar da massa líquida e ficar livres na atmosfera, em estado gasoso. Se a temperatura da água líquida diminuir, a movimentação das moléculas também diminui. Se chegar a zero grau centígrado, as moléculas serão fixadas e a água solidificará, formando o gelo.
Assim o Ciclo Hidrológico se constitui de uma sucessão de vários processos na natureza pelos quais a água inicia o seu caminho indo de um estágio inicial até retornar a posição primitiva. Este fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, é impulsionado fundamentalmente pela energia radiante e associado à gravidade e à rotação terrestre. Estima-se que cerca de 10% do total de vapor seja reciclado diariamente.
A superfície terrestre abrange os continentes e os oceanos, participando do ciclo hidrológico a camada porosa que recobre os continentes (solos, rochas) e o reservatório formado pelos lagos, rios e oceanos. Parte do ciclo hidrológico é constituída pela circulação da água na própria superfície terrestre, isto é; a circulação de água no interior e na superfície dos solos e rochas, nos lagos e demais superfícies líquidas e nos seres vivos (animais e vegetais).
O intercâmbio entre as circulações da superfície terrestre e da atmosfera ocorre em dois sentidos:
a) No sentido superfície-atmosfera, onde o fluxo de água ocorre fundamentalmente na forma de evaporação das águas oceânicas e evapotranspiração continental;
b) No sentido atmosfera-superfície, onde a transferência ocorre em qualquer estado físico, sendo mais significativas, em termos globais, as precipitações pluviométricas, o granizo e a neve (Figura 1):
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