Ensaio "Agindo como Águia"



  1. Introdução
  2. Os Urubus
  3. Os Papagaios
  4. Os Águias
  5. Conclusões
  6. Bibliografia

Introdução

O presente trabalho, é parte integrante de ensaios relativos aos estudos sobre o comportamento dos empresários no exercício das suas actividades ante as mutações em que as suas empresas estão expostas.

O autor pretende fazer entender como alguns empresários se comportam e qual é a melhor escolha para a sociedade actual sem esperar que as coisas aconteçam. Na verdade esperar, tem sido a verdadeira causa das mortes actuais nas empresas.

Graças a uma boa competência e a globalização, o consumidor dispõe de várias alternativas e cada vez mais selectivo com a sua lealdade para com seus fornecedores, no sentido de suprir as suas necessidades ou desejos que crescem dia apôs dia. Nisto, exige de cada um dos empresários uma visão e missão flexível para aguentar as mutações próprias da concorrência, proactividade, inteligência e sobretudo conhecimento daquilo que está fazendo.

Hoje em Angola muitas empresas suicidam-se, outras são mortas, outras mesmo vivas são engolidas e que só se dão conta, depois de estarem lá por dentro de quem as engoliu. Ali só sai quem tem garras para tal. No meu pensar, existem três tipos de empresários com característica similares a: urubus, papagaios, e águia.

Os Urubus

Alimentam-se, principalmente, de carne de animais mortos. Porém, quando não encontram carniça (carne de animal morto), costumam caçar pequenos. Essas aves nunca disputam alimento com outros animais. Esperam respeitosamente que os outros animais se satisfaçam para então comer o que sobra. Por mais fome que tenha, espera cautelosamente durante uma hora. Então, convencido de que não há nenhum perigo, come até mal poder se mover. De barriga cheia, exala um cheiro forte, repugnante.

Assim estes empresários não enfrentam ou não suportam as dificuldades. Só agem em conformidade com aquilo que os outros fazem ou fizeram. Entram num negócio não de sua criação, mas aquele que já foi feito ou está sendo feito, não para arriscar. Só depois de ver que os outros estão lucrando ou pelo menos estão indo bem, é que seguem mais sem turbulências. Quanto ao risco, assim que o notam, fogem imediatamente – por exemplo, um empresário sem pensar em outras alternativas, começa a saldar os seus bens dizendo " só para tirar o dinheiro investido", ao invés de pensar em uma estratégia para sair do buraco - e se houver dificuldades afasta-se e procura encontrar outra facilidade. Só querem viver de facilidades. Quando têm fome, até voltam ás vezes aí onde tinha comida e pousa para lamber os pedacinhos. Se não tiver nada, baixa as assas, com cara de pena. Querem que os outros tenham pena deles. Este tipo de empresário não vai para lado algum, porque não possuem coragem, nem inteligência, inovação e nem persistência.

Muitos deles não conhecem essa nova realidade que é simplesmente usar os dispositivos de automação e comunicação, (terminais multiserviços da informática: telefone, e-mail, Internet de banda larga) para pouparem tempo e ganharem mais.

Os urubus precisam saber que os princípios para todos os dias da nossa vida " nada é sagrado. Tudo está aberto a questionamentos, frases como "sempre fizemos isso assim" estão proibidas. • Nada de defesa do território. Ninguém deve defender as suas fronteiras funcionais, mas examinar as questões pela perspectiva do Cliente. • Nada de culpabilizar, ou culpabilizar-se. O objectivo é melhorar as coisas, não encontrar vilões. •

Os papagaios

São Simpático, afáveis, espertos e muito "conversadores", é capaz de repetir uma enorme quantidade de palavras e sons, sendo frequente imitarem o toque de telefones, sirenes de bombeiros, sinos de igreja e despertadores de relógio. O senão destes animais é que não adoptam necessariamente o dono que os escolheu, adoptam um elemento da família, que pode ser alguém que de início nem mostrou grande interesse por ele. Outro ponto menos bom é entrarem em stress com muita facilidade, quando se sentem marginalizados ou abandonados, e aí tornam-se um problema sério, já que não permitem que ninguém se aproxime, fazendo muito ruído e abrindo as asas para afastar as pessoas

No entanto os empresários na condição desta ave só falam e pouco concretizam. Vejamos que existem empresários que ao invés de sentarem e pensarem no que fazer, como fazer e para quem fazer, para atingir os seus objectivos, passam quase maior parte do tempo junto da imprensa, falando das suas previsões ao invés de um plano – " cão que ladra não morde" - e até lança a tal primeira pedra que no fundo é adobe. Outras vezes, sempre querem que os chefes vejam os seus achados feitos inglórios. Estes empresários até são repetitivos nos seus pronunciamentos, fazem cópias de palavras e não de acções dos outros empresários - que tal isto? Ou será tal?, ou será a maior do que tal? … etc.,- mais que na verdade, apenas utilizam a linguagem que no momento ideal não sai aquilo que prometeram. Ainda nesta senda de papagaio, existem aqueles que prometem ser, os empresários sem nódoa, porque fazem com acções e na verdade estão cobertos de nódoas, ainda por cima de caju. Estes normalmente não aceitam ideia de ninguém, não sabem a palavra colaboração, por essência são prepotentes, gabarolas, vaidosos, arrogantes, habituados a trabalhar com pessoas do nível cultural, educacional e profissional mais baixo que ele. Só eles sabem; só eles podem. Facilmente caiem no poço. Sofrem de complexo de superioridade porque vivem na base de influências.

Ficam presos a velhos hábitos que lhes levaram ao sucesso e perdem oportunidades. Baseiam em experiências anteriores, deixando de ver as mudanças ao redor e ficam lutando inutilmente até afundar sob seu olhar silencioso. Estes esquecem que as soluções do passado em contextos diferentes podem transformar-se em problemas. Se a situação se modificou, dê um jeito de mudar.

No fundo, estes empresários trabalham apenas para mostrar que têm o que não têm. Trabalham para aparecer e não para realizar. Assim a empresa funciona com várias deficiências no domínio organizativo, de liderança, de controlo e inclusive só consegue ter isto ou aquilo através de cunhas ou graças, ou queimando os outros, bem como é um protegido para estar no topo. Depois não consegue realizar acções ou se as faz mal. Também os papagaios entram no negócio, só porque os outros estão entrando, para mostrar que também têm ou podem, que no fundo nem sabem medir, como este se sairá. Não consegue fugir ao risco e muitas vezes têm morte certa por falta de criatividade. Enfrenta o risco só porque os outros estão enfrentando e sai do risco porque os outros conseguiram sair.


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