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RESULTADO E A INFLUÊNCIA AMBIENTAL EXÓGENA

Os fenômenos que ocorrem no patrimônio e causam o resultado são influenciados pelos entornos.

Assim, por exemplo, a variação do dólar poderá trazer lucro ou perda à célula social.

A intempérie prolongada poderá trazer prejuízo a determinadas atividades (como a seca ou o granizo para a lavoura).

O calor poderá trazer lucro a alguns segmentos patrimoniais e perdas a outros.

A falta de energia elétrica causa prejuízo a todo patrimônio que depende dela para seu funcionamento.

A variação da inflação poderá causar perdas patrimoniais.

O ajuste monetário causa uma ilusão de aumento da riqueza e a correção monetária daquele dimanada não é lucro.

Se há um meio patrimonial e este se corrige seu valor de uma forma aleatória não significa que houve aumento real deste patrimônio.

Sabemos que a célula social para se perpetuar na temporalidade e ter saúde patrimonial necessita operar com lucratividade.

Um estoque de mercadorias que exista por um valor de $10.000,00 se sujeito a uma inflação mensal de 2% passa a ser expresso monetariamente em $10.200,00 o isto depois de um mês significa que houve um reajuste de $200,00. Estes $200,00 de aumento na expressão do valor são apenas um reajuste monetário e não um lucro efetivo. Aumento de valor não é aumento de essência do patrimônio, necessariamente e especialmente quando se deriva apenas de manobras ou ajustes em saldos de contas. O valor da conta pode não ser o valor real do patrimônio e assim o ensinou Zappa e o defendeu Lopes de Sá em suas argumentações contra o fantasioso lucro inflacionário.

Lucro é aumento efetivo de riqueza pela dinâmica do capital.

Se o capital for $500.000,00 e houver um aumento para $600.000,00 em decorrência da atividade econômica, com o concomitante crescimento da massa patrimonial, os $100.000,00 serão um aumento funcional real do capital e a este, sim, pode ser denominado de lucro.

Alguns empresários, principalmente em pequenas empresas, achavam que ganhavam com a inflação, mas na realidade o que havia era uma descapitalização patrimonial. O capital daqueles apesar de ter maior valor monetário na realidade tinha um valor patrimonial real menor.

Um meio patrimonial de valor $10,00 passando um mês sob um regime de inflação de 20% mensal terá seu valor reajustado para $12,00. Se ele estiver em $11,00 haverá uma diminuição de valor real do meio patrimonial e assim ocorre o fenômeno da descapitalização.

O preço de um meio patrimonial numa inflação de 20%, por aumento de produção, pode aumentar o valor só de 5%.

A fixação de valor do meio patrimonial não depende só da inflação e da produção, mas, também, da concorrência, pois, vencer o concorrente tornou-se mais importante que elevar o próprio lucro. Há casos que se vende meio patrimonial com perda para atrair o cliente e vencer o concorrente. É paradoxal, todavia, sob certas circunstâncias, admitir que o prejuízo é uma necessidade. Sobre o paradoxo da perda eficaz o Prof. Lopes de Sá (2000) ensina: "a perda só se comprovará eficaz se e somente se resultar em elemento futuro que venha a representar um acréscimo de valor na empresa e que possa, não só anular a redução momentânea, mas superá-la". A perda, portanto, só sob fortes condições de lucratividade potencial pode ser eficaz.

Existe uma teoria de valor na contabilidade como existe uma teoria de valor na economia.

Enquanto que a contabilidade estuda o patrimônio da célula social a economia estuda a riqueza em âmbito social. Ambas estudam a riqueza, mas com métodos diferentes.

MUTAÇÃO DO RESULTADO

O resultado é variável na temporalidade. Ele se forma com o passar do tempo. A demonstração do resultado se dá por um período ou evento. Normalmente o resultado é apurado anualmente.

Quando há lucro e este é bem distribuído na célula social há prosperidade patrimonial e assim há saúde da riqueza e quando há definhamento há doença do capital.

Quanto maior a velocidade na produção e de venda de meio patrimonial maior o potencial reditual.

O resultado, também é variável na espacialidade.

Uma loja de confecções situada em Porto Alegre poderá apresentar lucro e a situada em Santa Maria perda.

Um supermercado com sede em Copacabana poderá ter resultado positivo e sua filial localizada em Bangu um resultado negativo.

Há diferença de resultado em uma empresa com várias filiais. A filial em São Paulo poderá apresentar resultado positivo, a filial em Florianópolis perda.

DISTRIBUIÇÃO DO RESULTADO

É importante, sim, a célula social ter lucratividade, mas, o mais importante é saber investir corretamente o lucro na empresa.

A empresa pode ter dinheiro e ter prosperidade, assim como estar em processo de definhamento.

O conhecimento e a capacidade intelectiva dará uma melhor aplicação desta riqueza na atividade operacional da azienda.

A participação do lucro por parte do pessoal já é uma realidade em algumas empresas. Um pessoal que tenha participação na lucratividade da atividade econômica terá maior empenho no trabalho e no aperfeiçoamento pessoal.

INFLUÊNCIA DO RESULTADO NO ENTORNO

Quando há eficácia da resultabilidade na célula social há beneficio social.

Quando há ineficácia da resultabilidade há prejuízo social.

Isto ocorre mesmo que seja pouco observável.

Um patrimônio que apresenta lucratividade e este é bem distribuído na dinâmica patrimonial haverá aumento de riqueza. Havendo aumento de riqueza por meio da resultabilidade a empresa tende a crescer e com isto gera mais empregos, pode pagar melhores os trabalhadores e dar a esta participação nos lucros. Os empregados ganhando mais poderão comprar mais e gera assim uma corrente de prosperidade na sociedade. A resultabilidade gera prosperidade patrimonial. Isto é o normal. Pode ocorrer que a célula social tenha resultabilidade e não prosperidade. Quando o resultado é empregado em imobilizações que não dinamizam a célula social ou que seja desviado para outros fins pode haver ociosidade e isto tem levado empresas a falência.

O resultado deve ter compromisso com a dinamização patrimonial. Um patrimônio dinâmico beneficia a comunidade. Enquanto que o mau investimento prejudica a dinâmica da riqueza e o entorno. Há uma interação constante entre o patrimônio e a comunidade.

Há casos onde a empresa pode ter lucratividade e danificar o ambiente natural e sobre isto nos ensina Kroetz (1999), podemos ter um balanço patrimonial que apresente elevados resultados, mas que comparado com o balanço social demonstre atitudes negativas por parte da empresa, as quais mascaram o lucro auferido, ou seja, pode uma indústria ter lucro contábil, mas a forma de geração do resultado é altamente prejudicial ao meio ambiente.

Outra empresa pode ter prejuízo mas ter um excelente desempenho social com a direção investindo em qualidade de vida de seus funcionários, na capacitação funcional, na contribuição de instituições não lucrativas que beneficiam a comunidade e na preservação do meio ambiente natural.

O normal é que a célula social tenha uma resultabilidade eficaz, mas com preocupação social, com o bem estar do pessoal e do meio ambiente natural e que invista o lucro no patrimônio sem criar inércia patrimonial.

O investimento em excesso de meio patrimonial criará ociosidade patrimonial e assim inércia. Uma inércia prolongada causará ineficácia do capital.

Nestes tempos onde o mercado muda rapidamente, determinadas mercadorias, podem ficar em desuso e assim cria-se a obsolescência. Hoje a obsolescência é mais danosa a célula social do que a depreciação.

Sempre deve haver um planejamento de investimento com o resultado da atividade econômica da célula social para que esta possa aumentar sua atividade e gerar mais lucratividade.

O planejamento da atividade econômica da célula social é da área administrativa, mas interessa a contabilidade porque depende de um bom planejamento a lucratividade patrimonial.

Existe um limite de estudos entre a Contabilidade e a Administração. A Contabilidade interessa a eficácia do fenômeno patrimonial e a Administração às decisões que vão influenciar a dinâmica patrimonial.

É fundamental ao bom andamento da riqueza da célula social a correta decisão, baseada em modelo contábil eficaz. O profissional apto a criar este tipo de modelo é o contador. O patrimônio será beneficiado e, também, a comunidade.

É importante, sim, a empresa ter dinheiro, mas o mais importante é que seus dirigentes tenham conhecimento para fazer uso correto desta riqueza.

O modelo contábil é fundamental para direcionar, de uma forma correta, a dinâmica da riqueza para que esta possa gerar aumento de capital. Um bom investimento gerará a eficácia e um mau investimento a ineficácia patrimonial.

Sempre que houver investimento fora da atividade normal da célula social é uma disfunção da liquidez. A disfunção da liquidez gera ineficácia.

O investimento do lucro em máquina para aumentar a produção é um investimento normal.

Uma indústria que compra prédio e não o utiliza, fica ocioso sem função, é um investimento anormal. É uma aplicação ociosa que não traz resultado para a dinâmica da riqueza. Os investimentos anormais geram ineficácia patrimonial e com isto não oferecem benefícios sociais.

CONCLUSÃO

As influências ambientais podem levar a azienda a ter tanto lucro quanto perda.

É fundamental que a célula social tenha uma direção e pessoal competente para gerar lucratividade e que saiba aplicar corretamente esta riqueza no crescimento da atividade da azienda; esta atividade não deve só ter o objetivo do lucro como, também, o de possuir uma visão social, de valores humanos e de proteção ao ambiente natural.

O Neopatrimonialismo leciona como objetivo a eficácia da resultabilidade, criando-se assim a vitalidade e a prosperidade da célula social e gerando uma comunidade próspera e humana.

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Werno Herckert

wernoherckert[arroba]terra.com.br

Contador

Membro da Academia Brasileira de Ciências Contábeis

Membro da ACIN - Associação Científica Internacional Neopatrimonialista

Membro da Corrente Científica Brasileira do Neopatrimonialismo



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