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Consumo de medicamentos em adolescentes escolares: uma preocupação (página 2)

Clécio H. da Silva; Elsa R. J. Giugliani

4. Resultados

O número inicial de alunos previstos na amostra foi de 1.597, dos quais 73 foram excluídos por possuírem idade superior a 20 anos. Dos restantes 1.524 alunos, 210 (13,8%) estavam ausentes no dia do preenchimento do questionário, 30 (2%) não responderam à pergunta sobre o consumo de medicamentos nos últimos 7 dias e outros três extraviaram seus questionários (0,2%), o que resultou em uma perda de 16%. Desta forma, o número final da amostra foi de 1.281 alunos. A média de idade foi de 16,2±1,4 anos (14-20 anos), sendo observada uma maior proporção de alunos do sexo feminino (58,2 versus 41,8% do sexo masculino). O maior número de alunos encontrava-se na 1ª série e no turno da manhã (Tabela 1). Em relação à escolaridade dos pais, a maioria possuía o ensino médio completo (81,1% dos pais e 81,9% das mães de alunos das escolas particulares, e 49,7% dos pais e 43,6% das mães de alunos de escolas públicas).

O consumo de medicamentos nos 7 dias anteriores à aplicação do questionário ocorreu em 49,5% da amostra. Entre as declarações de consumo, o grande grupo de medicamentos de maior uso foi o de analgésicos/antiinflamatórios/antigotosos (32,5% dos fármacos consumidos), seguido pelos hormônios e análogos (12,1%) e medicamentos de ação sobre o sistema nervoso autônomo (11,6%) (Tabela 2). Quando considerados os grupos principais, mais específicos, destacou-se o consumo de analgésicos/antipiréticos/antiinflamatórios e de simpaticomiméticos. O subgrupo do ácido acetilsalicílico e derivados foi o de maior consumo entre os analgésicos/antipiréticos/antiinflamatórios, seguido pelos derivados do paraminofenol e as pirazolonas e pirazolidinodionas. As substâncias principais mais utilizadas foram o ácido acetilsalicílico, o paracetamol e a dipirona sódica. No grande grupo dos hormônios e análogos, os mais consumidos foram os estrógenos/progestágenos e os corticosteróides. Dos medicamentos de ação sobre o sistema nervoso autônomo, os simpaticomiméticos foram os mais utilizados, sobretudo os pertencentes ao subgrupo principal dos estimulantes alfa-adrenérgicos. As substâncias principais mais consumidas foram o cloridrato de nafazolina e o cloridrato de isometepteno. Quando observada a prevalência de consumo na amostra, merecem destaque os analgésicos (24,3%), os simpaticomiméticos (7,9%) e, ainda, entre as meninas, os estrógenos/progestágenos (10,2%).

Quando realizadas as análises bivariadas, houve um consumo significativamente maior (p a < 0,05) de medicamentos entre os alunos do sexo feminino da 3ª série do ensino médio, turno diurno (manhã e tarde), cujos familiares tinham o hábito de consumir medicamentos e cujas mães tinham menor escolaridade. A idade, a escolaridade paterna e o tipo de escola não mostraram associação estatisticamente significativa (Tabela 3).

Na análise multivariada com um modelo ajustado para regressão logística, meninas tiveram uma chance 2,2 vezes maior de consumo de medicamentos do que os meninos; os alunos cujos familiares tinham o hábito de consumir medicamentos apresentaram uma chance 1,4 vez maior de consumo, assim como os alunos de 17 anos ou mais. Em relação ao grau de instrução materna, uma escolaridade menor ou igual ao ensino fundamental mostrou um maior consumo de medicamentos entre alunos em cerca de 40% (Tabela 4). Na tentativa de avaliar se a utilização de anticoncepcionais orais pelas adolescentes poderia ser responsável pelo maior consumo de medicamentos entre os alunos do sexo feminino e os mais velhos, a mesma análise foi repetida excluindo-se esse tipo de fármaco. A associação entre maior consumo de medicamentos e sexo feminino se manteve (RC = 1,87, IC 95%: 1,45-2,41), assim como entre os alunos com idade igual ou superior a 17 anos (RC = 1,54, IC 95%: 1,14-2,08).

O hábito de consumir medicamentos pelos familiares dos escolares mostrou-se elevado (66,1%), sendo a mãe a maior consumidora (Tabela 5). Observou-se também que, dentre as 971 declarações de consumo de medicamentos nos últimos 7 dias, mais da metade (53,2%) não tinha indicação médica, e, nessa situação, a mãe foi quem mais indicou (42,5%), enquanto que a automedicação ocorreu em 12,3% dos escolares (Tabela 6).

5. Discussão

No presente estudo, foi bastante elevada a prevalência do uso de fármacos nos 7 dias que antecederam o inquérito entre adolescentes escolares do ensino médio. Aproximadamente a metade deles consumiu medicamentos. Na revisão da literatura, não foram encontrados estudos que avaliassem o consumo específico de medicamentos em adolescentes, particularmente com o período recordatório de 7 dias. O consumo na população infantil de diferentes faixas etárias foi pesquisado em dois estudos de Pelotas (RS), onde foram encontradas as prevalências de 65 e 68%, respectivamente, em crianças no primeiro e terceiro meses de vida9, e de 55,8% em crianças com idade entre 35 e 53 meses15. Um estudo feito na Espanha18 com crianças com menos de 15 anos revelou um consumo de medicamentos de 25,4%. Essas diferenças podem ser explicadas, em parte, pelas diferentes faixas etárias e também pelos distintos períodos recordatórios avaliados (15 dias nos dois primeiros estudos brasileiros e 2 dias no estudo espanhol). Também avaliando a utilização de medicamentos em crianças de 0 a 16 anos, uma pesquisa na Holanda observou que, na primeira infância, o consumo foi elevado, diminuindo na idade escolar e novamente aumentando na adolescência, e que aproximadamente 60% da população em estudo havia consumido pelo menos um medicamento naquele ano19.

Praticamente um terço dos medicamentos consumidos pertencia ao grupo de analgésicos/antiinflamatórios/antigotosos. O consumo elevado de analgésicos (24,7% da amostra) também foi observado em adolescentes africanos que freqüentavam o ensino médio e em crianças holandesas – 10%19,20. Diante desse volumoso consumo, questiona-se se realmente havia, para todos os casos, um substrato orgânico na gênese da dor. É bem provável que existam fatores emocionais envolvidos no processo. Além disso, o analgésico encontra um consumo favorecido pela facilidade de sua aquisição – é encontrado em vários estabelecimentos comerciais, farmácias ou drogarias, além de estar disponível nas "farmácias domésticas" ou até mesmo em escolas. Também possui uma publicidade massiva e, provavelmente, é o mais recomendado por familiares ou amigos.

No grupo dos hormônios e análogos, o segundo mais consumido, a maior utilização foi de estrógenos/progestágenos (10,2% entre as meninas). O consumo de anticoncepcionais, em se tratando de mulheres menores de 20 anos, apresenta-se dentro de uma realidade na qual estão inseridos os adolescentes. Estudo realizado com estudantes do ensino médio (2º grau) de escolas públicas de São Paulo21 observou que o início da vida sexual foi aos 15,7 anos, enquanto que, em Pernambuco22, 31,6% das estudantes universitárias até os 19 anos já haviam tido sua primeira relação.

O uso de glicocorticóides (2,7% da amostra) merece destaque. Esse consumo pode ser justificado pela alta freqüência de doenças respiratórias alérgicas no Rio Grande do Sul. Um estudo realizado em escolares de 5ª a 8ª série do ensino médio na faixa etária de 10 a 18 anos, em Porto Alegre, observou uma prevalência de 22% de asma ativa – com predominância nas meninas – e de 50,1% de atopia23.

Os medicamentos de ação sobre o sistema nervoso autônomo ocupam o terceiro lugar quanto ao consumo por escolares do ensino médio. O cloridrato de isometepteno, a segunda substância mais consumida desse grupo, é utilizado com freqüência no tratamento de cefaléias, sendo encontrado em especialidades farmacêuticas muito popularizadas e largamente difundidas nas farmácias e drogarias. É importante salientar aqui que as cefaléias são queixas comuns que, com freqüência, têm origem psicossomática.

O uso de medicamentos foi mais comum entre as alunas, o que está de acordo com os resultados da maioria dos estudos13,24,25-28. Entre as possíveis explicações para esse fenômeno, pode-se citar o estresse e a ansiedade gerados pelos múltiplos papéis intra e extradomiciliares assumidos pelas mulheres, muitas vezes já na adolescência. Além disso, sabe-se que as mulheres procuram mais os serviços de saúde, expõem mais seus sentimentos e têm mais sintomas depressivos e internações hospitalares do que os homens24. Todos esses fatores podem contribuir para um maior consumo de medicamentos pelas mulheres.

O consumo de fármacos também ocorreu com maior freqüência entre os alunos cujos familiares tinham o hábito de usar medicamentos. Aqui aparece a influência do ambiente familiar sobre o uso de medicações, seja por estímulo direto junto aos adolescentes, seja pelo exemplo. O consumo familiar (65,6% da amostra), que foi alto, especialmente entre as mães, pode representar uma mensagem que, inadvertida ou inconscientemente, é passada aos adolescentes: a de que o uso de fármacos é algo corriqueiro, que faz parte da rotina15.

Este estudo mostrou também que o nível de escolaridade materna influencia o consumo de fármacos entre os escolares adolescentes. É razoável afirmar que as mães com maior escolaridade, por possuírem maior acesso às informações e aos serviços de saúde, tenham uma maior conscientização na utilização de fármacos em seus filhos.

A falta de orientação médica para o consumo de medicamentos entre os escolares adolescentes brasileiros é preocupante: praticamente o dobro do verificado nas cidades de Lisboa e Porto em Portugal29. Na ausência de orientação médica, é a mãe quem mais orienta esse consumo, refletindo seu papel provedor e protetor junto aos filhos, que, em geral, encontram-se sob seus cuidados nas questões de saúde.

Alguns aspectos metodológicos do estudo merecem ser discutidos. O período recordatório ideal, segundo alguns autores, é de 24 horas, o que praticamente diminuiria o viés de memória9,30. Entretanto, o período utilizado nos estudos sobre consumo de medicamentos na infância tem variado entre 2 e 14 dias9,15,18. No presente estudo, optou-se por 7 dias com o intuito de verificar o padrão de consumo em todos os dias da semana, incluindo os finais de semana, quando o aluno está fora do ambiente escolar e, presumivelmente, mais próximo do convívio familiar.

Outro aspecto que merece ser ressaltado diz respeito à representatividade da amostra em relação à população de adolescentes de todo o município de Porto Alegre. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e na lista de alunos matriculados em instituições de ensino médio, estimou-se que 42% da população de adolescentes entre 14 e 19 anos freqüentavam a escola no ano em que foi realizado o estudo. Desta forma, torna-se necessário ter cautela ao fazer afirmações definitivas sobre consumo de medicamentos entre os adolescentes de maneira geral, pois, provavelmente, os adolescentes com nível socioeconômico mais baixo não estão incluídos neste estudo. É possível que o consumo de medicamentos entre adolescentes em geral seja maior ainda que o demonstrado neste estudo, pois aqueles adolescentes que não estavam matriculados provavelmente possam ser filhos de mães com menor escolaridade e, portanto, com uma probabilidade de maior utilização de medicamentos.

Finalizando, os resultados deste estudo promovem uma atitude desafiadora frente à questão. O tema é de responsabilidade geral. O papel da família, da escola, dos profissionais e gestores de saúde é imprescindível para a implementação de medidas que possam equacionar esse grave problema de saúde. Uma atitude de mudança e de transformação torna todos os segmentos da sociedade responsáveis pelo processo de reavaliação, conscientização, educação e racionalização do uso do medicamento e suas relações com as questões de saúde. Este é um dos caminhos concretos para que seja abolido o uso indiscriminado de medicamentos e para que os mesmos sejam utilizados apenas como uma ferramenta essencial na promoção da saúde e do bem-estar da população.

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Clécio H. da SilvaI; Elsa R. J. GiuglianiII - elsag[arroba]terra.com.br

IMestre; Professor adjunto e Preceptor da Residência Médica do Serviço de Pediatria, Curso de Medicina, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS. Preceptor do Programa da Residência Integrada em Saúde do Centro de Saúde-Escola Murialdo (CSEM) da Secretaria Estadual de Saúde/RS

IIDoutora; Professora adjunta, Departamento de Pediatria e Puericultura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS



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