‘Tropical’: novo pêssego de coloração vermelha-intensa e bem precoce para São Paulo

Enviado por Wilson Barbosa


 

RESUMO

‘Tropical’ é um dos pêssegos mais precoces obtidos no programa de melhoramento genético do Instituto Agronômico de Campinas. Amadurece em setembro nas condições ambientais do planalto paulista, após 80 ± 5 dias da plena florada, concomitante ao ‘Flordaprince’ e ‘Maravilha’ e cerca de 10, 20, 30 e 60 dias antes de ‘Rubro-sol’, ‘Jóia-1’, ‘Aurora’ e ‘Talismã’, respectivamente. Sua origem é: polinização natural de IAC P 371-2 (‘Tutu’ x ‘Rubro-sol’) F2. Os frutos são atraentes, com predominância de coloração vermelha-escura (90%) sob fundo amarelo-ouro; globosos, médios (85 gramas), de polpa amarelo-clara e caroço solto; sabor doce com equilíbrio bastante agradável entre os ácidos (pH 4,2) e açúcares (ºBrix 16,0). As plantas são medianamente vigorosas e bem produtivas, com alta adaptação ao clima subtropical-tropical. Possui ótimo comportamento fitotécnico sob cultivo convencional e inclusive em pomares compactos, conduzidos com poda drástica-colheita.

Termos para indexação: melhoramento genético, pêssego ‘Tropical’, novo cultivar, maturação precoce, película vermelha polpa amarela, adaptação climática.

‘Tropical’: New Early, Low-Chilling, Yellow Red Skin Freestone Peach For São Paulo State

ABSTRACT

Tropical is one of earliest low-chilling peaches obtained in the breeding program of the Instituto Agronômico, Campinas, SP, Brazil. It ripes in September, about 80 days after full blomming, simultaneously with ‘Flordaprince’ and ‘Maravilha’ and 10, 20, 30 and 60 days before ‘Rubro-sol’ (Sunred), ‘Jóia-1’, ‘Aurora’ and ‘Talismã’, respectively. Its parentage is IAC P 371-2 (open-pollinated) = (‘Tutu’ x ‘Rubro-sol’) F2. The fruit shows an attractive deep red coloration on a golden yellow skin; the light-yellow freestone flesh presents a very aggreable and equilibrated sweet taste – pH 4,2 and Brix 16,0. The trees are of medium size, very prolific, and well adapted to the subtropical climate privailling in the highlands of the State of São Paulo; may be raised either under conventional orchard management or compact, high density plots under drastic pruning.

Index terms: peach breeding, ‘Tropical’, new cultivar, red skin, early ripening, yellow flesh, climatic adaptation.

1. INTRODUÇÃO

Na década de 70, a persicultura paulista, após um longo período de expansão com base na seleção local ‘Talismã’, teve notável incremento, com o cultivo de seleções introduzidas da Flórida, EUA (RIGITANO et al., 1975), destacando-se o pêssego ‘Maravilha’ e a nectarina ‘Rubro-sol’. Os maiores méritos desses cultivares são a precocidade de maturação, a beleza dos frutos e a boa adaptação climática. Essas características foram em grande parte responsáveis pela rápida difusão desse material em várias regiões produtoras de pêssegos no Estado.

O Instituto Agronômico de Campinas, objetivando incorporar tais características em suas seleções que são sem dúvida de melhor paladar e aclimatação que as importadas – realizou durante a década de 70 uma série de cruzamentos controlados, envolvendo os principais pêssegos locais e as introduções mais adaptadas às nossas condições. Através desses trabalhos obtiveram-se híbridos de qualidades organolépticas e agronômicas superiores, a exemplo dos pêssegos tipo: ‘Jóia’, ‘Ouromel’, ‘Dourado’, ‘Doçura’ e ‘Petisco’, com ciclos variando entre 95 e 120 dias da florada à maturação dos frutos (OJIMA et al., 1986).

Em prosseguimento a essas pesquisas, selecionaram-se nos anos 80, em gerações F2, segregantes de coloração bem avermelhada e precoces. Vencidas as dificuldades iniciais encontradas na germinação das sementes (BARBOSA et al., 1984 e 1985), objetiveram-se plântulas que deram origem aos materiais altamente promissores, como ‘Josefina’ e ‘Centenária’, e dos pêssegos ‘Aurora’, ‘Régis’ e ‘Centenário (OJIMA et al., 1986; CAMPO-DALL’ORTO et al., 1987). O ‘Tropical’ (IAC P 180-1), de uma dessas gerações F2, com ciclo de 80 ± 5 dias, vem-se destacando tanto em ensaios regionais, quanto em pequenos pomares comerciais, qualificando-se assim para o lançamento oficial ao meio frutícola paulista.

 


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