Este artigo visa apresentar um modelo de organização de serviço ambulatorial para dependentes de álcool, desde a chegada no tratamento até o processo de desligamento do mesmo. A linha cognitiva serve como princípio norteador nas diferentes fases do tratamento, que engloba: desintoxicação de álcool, acompanhamento individual, avaliação psiquiátrica, terapia de grupo para dependentes de álcool, terapia de grupo para dependentes de álcool com problemas físicos, terapia de grupo para mulheres, grupo de orientação familiar.
Esta proposta de tratamento foi desenvolvida na UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas), ambulatório de um serviço público da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), ligado ao Depto. de Psiquiatria. Trata-se de um programa de reabilitação desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, sendo a população atendida: pacientes com dependência de álcool com grau de severidade leve, moderada e grave.São discutidas algumas conclusões desta proposta de tratamento, bem como o organograma do serviço e o fluxograma do paciente no mesmo.
Palavras-Chaves: Dependência do Álcool; tratamento; reabilitação; ambulatório; serviço An organisation service to alcohol dependence: an outpatient proposal
Abstract
This article shows a model of outpatient treatment for alcohol dependent patients from the beginning of the treatment until the end. The main guiding points in the different phases of the treatment include: detoxification service, individual treatment, psychiatric evaluation, GROUP therapy for alcoholics, GROUP therapy for alcoholics with physical problems, GROUP therapy for women and groups giving orientation to the family.
This treatment proposal was developed BY UNIAD (Unit of Research in Alcohol and Drugs), clinic of health public service of UNIFESP (Federal University of São Paulo), linked to Department of Psychiatry. It concerns here a rehabilitation program developed by a team of specialists FROM several disciplines, whereby patients of the population who are alcohol dependent are attended in accordance with their degree of patient with dependence of alcohol with degree of severity: light, moderate and SEVERE serious. Some conclusions of this treatment proposal will be discussed, as well as the organisation of the service and a flowchart of patients in this program.
Key-Words: Alcohol dependence; treatment; rehabilitation; outpatient; service.
O "U.S. Department of Health and Human Services" define o tratamento do alcoolismo como: "...uma gama de serviços que incluem a avaliação diagnostica, aconselhamentos, cuidados médicos, psiquiátricos e psicológicos e serviços sociais para os pacientes com esses problemas. As atividades de tratamento envolvem intervenções após o desenvolvimento e manifestação do abuso do álcool e alcoolismo com O objetivo de deter o progresso ou prevenir doenças clinicas. O tratamento tem basicamente dois elementos, (1) o procedimento terapêutico, isto é, uma série de procedimentos e atividades, e (2) o processo terapêutico, ou seja, o meio ambiente e o contexto interpessoal em que o procedimento deva ser implementado para obter sucesso. O tratamento é uma combinação de procedimentos e processos que interagem de forma complexa".
Neste sentido ao pensar na dependência com um grau da severidade ao longo de um "continuum", o tratamento e a intervenção fazem parte de um "continuum" de cuidados. A seqüência e a diversidade de cuidados necessários numa comunidade depende da demanda da população e da capacidade dos profissionais envolvidos em identificar formas criativas de atender essa demanda (Institute of Medicine, 1990).
No Brasil, o álcool é responsável por mais de 90% das internações hospitalares por dependência, além de aparecer em cerca de 70% dos laudos cadavéricos das mortes violentas (Galduróz et al., 1997). Éstimado-SE que 15% da população brasileira é dependente do álcool (Almeida F.º et al., 1992), sendo uma das drogas que mais danos traz a sociedade, principalmente por ser uma droga de fácil acesso e baixo custo. Infelizmente não existem dados disponíveis sobre o custo social do álcool no Estado de São Paulo, mas nos últimos anos, os EUA têm produzido estudos que avaliam este custo (álcool e drogas) em torno de US$ 100 bilhões, em tratamento psiquiátrico, médico, acidentes, perdas de anos de vida, perda de produtividade, desgaste familiar, entre outros (Rice et al., 1991).
Neste sentido, o tratamento do alcoolismo tem sido visto como fator desafiador na organização de serviços. Este artigo se propõe a discutir um modelo de organização de serviço ambulatorial para dependentes de álcool.
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