Enraizamento de estacas lenhosas de porta-enxertos de pereira sob nebulização intermitente

Enviado por Wilson Barbosa


 

 RESUMO

Pesquisou-se o enraizamento de estacas lenhosas dos porta-enxertos de pereira: Taiwan Nashi-C (Pyrus calleryana Decaisne), D'água (P. communis L) e Manshu Mamenashi (P. betulaefolia Bunge), na ausência de reguladores de crescimento. As estacas lenhosas, medindo 20 cm de comprimento e contendo de 3 a 4 gemas, foram submetidas aos tratamentos com e sem incisão na parte basal e mantidas por 60 dias em ambiente de nebulização intermitente. As estacas de 'Taiwan Nashi-C' e 'D'água' apresentaram 53,8 e 51,8 % de enraizamento, respectivamente, nos tratamentos com e sem incisão. Em estacas de 'Manshu Mamenashi', verificaram-se excesso de brotações foliares e índice de enraizamento quase nulo. O método de incisão na base das estacas influenciou significativamente no enraizamento do porta-enxerto 'D'água'.

Termos para indexação: propagação, pêra e porta-enxerto oriental

Rooting Of Hardwood Cuttings Of Pear Rootstocks Under Intermittent Mist Condition

ABSTRACT

The rooting of hardwood cuttings in three pear rootstocks: 'Taiwan Nashi-C'(Pyrus calleryana Decaisne), 'D'água' (Pyrus communis L) and 'Manshu Mamenashi' (Pyrus betulaefolia Bunge) without growth regulators. Wood cuttings with 20 cm long and 3 – 4 buds were treated or not with a basal cut and manteined in intermittent mist condition for 60 days. The 'Taiwan Nashi-C' and 'D'água' presented 53,8 and 51,8 % of rooting, respectively, in treated and untreated cuttings. The 'Manshu Mamenashi' cuttings showed excessive bud bursting and almost no rooting. The basal cut was efficient on 'D'água' rootstock rooting. Index terms: propagation, Pyrus and oriental rootstocks. O consumo de pêra vem aumentando no mercado nacional. Com isso, nota-se novo estímulo no cultivo de pereiras, principalmente as do tipo asiática, em diversas regiões do Sul e Sudoeste do País. De acordo com Oliveira et al. (2000), existe a consciência de que se deve investir em novas tecnologias na cultura, objetivando aumentar a produção interna e, conseqüentemente, reduzir a importação brasileira de pêra, estimada em 130 mil toneladas anuais.No Estado de São Paulo, há condições adequadas ao cultivo de pereiras mais adaptadas ao clima subtropical. No entanto, verifica-se carência de cultivares-copa e porta-enxertos rústicos, totalmente testados e recomendados para às condições climáticas paulistas. Dentre os diversos acessos, dois porta-enxertos de pereira têm sido pesquisados, 'Taiwan Nashi-C' (Pyrus calleryana Decaisne) e 'Manshu Mamenashi' (P. betulaefolia Bunge) (Barbosa et al., 1998; Maeda et al., 1997). O grande interesse pela utilização desses porta-enxertos orientais, rústicos e vigorosos, deve-se à alta adaptação ao clima subtropical, tolerância a temperaturas elevadas e a solos úmidos e maldrenados, resistência a 'fire blight' (Erwinia amylovora) e ao 'declínio' e baixa sensibilidade a nematóides e pulgão-lanígero (Westwood, 1978; Childers & Zwet, 1982; Masseron, 1989). A cultivar porta-enxerto D'água (Pyrus communis L.), por sua vez, teve grande importância na cultura até fins da década de 80, pois apresenta boa fixação do sistema radicular e média resistência a nematóides. Diversos métodos de propagação podem ser empregados para a obtenção de mudas de pereiras. Destaca-se, no entanto, a estaquia de material lenhoso ou herbáceo, pela facilidade de formação de grande quantidade de mudas num curto espaço de tempo, com baixo custo e fácil execução. Além disso, as plantas originadas de estacas apresentam maior uniformidade do que as oriundas de sementes (Fachinello et al., 1995). O potencial de enraizamento das estacas depende das condições internas da planta-matriz e das condições ambientais a que elas são submetidas (Hartmann & Kester et al., 1990). O presente experimento foi realizado com o objetivo de se verificar o enraizamento de estacas lenhosas de três porta-enxertos de pereira, sob sistema de nebulização intermitente com e sem incisão na porção basal e na ausência de reguladores de crescimento. As estacas lenhosas e enfolhadas das cultivares porta-enxertos de pereira: Taiwan Nashi-C (P. calleryana D.), D'água (P. communis)e Manshu Mamenashi (P. betulaefolia L.) foram coletadas em 10 de agosto de 1999, no lote de germoplasma de pereiras do Núcleo Experimental de Agronomia do Sudoeste, do Instituto Agronômico (IAC), situado no município Capão Bonito-SP. As estacas de 20 cm de comprimento, e contendo de 3 a 4 gemas vegetativas cada, receberam dois tratamentos: a) sem incisão; e b) com incisão; de 2 cm na base, em sentido longitudinal. Todo o material, plantado em vasos plásticos de 10 cm de altura contendo xaxim moído, permaneceu em casa de vegetação por 60 dias, em sistema de nebulização, com intervalos de cinco minutos. Após esse período, as estacas foram retiradas dos vasos e avaliadas quanto à porcentagem de enraizamento.

 


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