ABSTRACT
Effluents generated by the textile industry are of environmental concern because of the presence of dyes with complex molecular structure, which confer them recalcitrant characteristics. Indigo is one of the most widely used dyes within the textile sector and studies have suggested that edible fungi may be capable of its biodegradation. A textile effluent was mixed with sugarcane bagasse and inoculated with Pleurotus sajor-caju, the decolorization being evaluated after 14 days, when the process was observed. Enzymatic activities of laccase, peroxidase and manganese peroxidase were determined, the production of these ligninolytic enzymes being evident and a synergism among them being likely in the decolorizing process.
Keywords: indigo dye; decolorization; ligninolytic enzymes.
Os processos têxteis são grandes consumidores de água e de corantes sintéticos, geradores de efluentes volumosos e complexos com elevada carga orgânica, aliada ao elevado teor de sais inorgânicos1. A grande diversidade e complexidade desses efluentes, aliadas a imposições da legislação que exigem tratamentos eficientes, têm levado ao desenvolvimento de novas tecnologias que buscam o tratamento melhor e mais adequado, considerando custos, tempo e eficiência dos processos existentes na reciclagem e eliminação de toxicidade2,3. A preocupação com a estética e qualidade do ambiente atingido por efluentes coloridos leva à busca de alternativas de descoloração, especialmente de corantes têxteis4.
Há diversas formas de tratamento para os efluentes têxteis: físicos, químicos e biológicos, sendo que os microrganismos têm sido intensamente estudados com a finalidade de remover compostos tóxicos do ambiente. As pesquisas de degradação de compostos químicos têm mostrado vários microrganismos extremamente versáteis em degradar substâncias recalcitrantes. Os caminhos atuais da biotecnologia indicam fungos basidiomicetos degradadores de lignina, como eficientes na degradação de grande variedade de compostos e de corantes, com alto potencial de ação na recuperação de ambientes contaminados5. O problema da remoção da cor em efluentes coloridos tem encorajado a busca de tratamentos biológicos para esta finalidade. Os fungos basidiomicetos denominados "da podridão branca da madeira" têm sido apontados como bons degradadores e eficientes na descoloração6,7.
De acordo com Banat et al.8, o mecanismo de descoloração de corantes poliméricos por fungos da podridão branca envolve as enzimas lignina peroxidases (LiPs), as manganês peroxidases (MnPs) e lacases. Entretanto, estes fungos diferem na habilidade e capacidade de degradar corantes com base nas diferenças qualitativas e quantitativas dessas enzimas9.
Balan e Monteiro10 empregaram os basidiomicetos Phellinus gilvus, Phanerochaete chrysosporium, Picnoporus sanguineus e Pleurotus ostreatus e constataram a degradação do corante índigo em meio de cultura líquido por estes fungos. Ranzani11 selecionou linhagens de Pleurotus capazes de degradar o corante índigo, utilizando meios de cultura líquido e sólido e constatou que o emprego de bagaço de cana misturado com folha de bananeira como substrato oferece condições favoráveis para a degradação deste corante presente em lodo residual, procedente de estação de tratamento de efluente de uma indústria têxtil.
Entretanto, as investigações científicas na área têxtil ainda são escassas. São necessários esforços em encontrar técnicas de bioestimulação e biorremediação para incrementar os conhecimentos, de forma a modificar a realidade que apresenta o ambiente atingido pelos poluentes.
O objetivo deste trabalho foi verificar o potencial de descoloração de efluente têxtil por duas linhagens de Pleurotus sajor-caju e se enzimas ligninolíticas estão envolvidas neste processo.
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