Avaliou-se a qualidade de pêssegos, cv. Chiripá, após o armazenamento refrigerado (AR) e em atmosfera controlada (AC). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com três repetições e a unidade experimental composta por 15 frutos. Os frutos armazenados em AC permaneceram na temperatura de 0C e os armazenados em AR foram mantidos em 0C e -0,5C. As condições de AC foram: 2kPa de O2 e 5kPa de CO2; 2kPa de O2 e 3kPa de CO2 e; 1kPa de O2 e 3kPa de CO2. Antes do armazenamento os frutos foram tratados com fungicida Benomyl (30g.100L-1 de águal). Após 20 dias de armazenamento, na análise realizada na saída dos frutos da câmara, constatou-se menor firmeza de polpa e acidez nos frutos armazenados em AR, enquanto que o armazenamento em AC permitiu pouca ou nenhuma perda de firmeza de polpa comparado com os valores determinados na colheita. Contudo após a exposição à temperatura ambiente, houve um acentuado queda na firmeza, em ambas as formas de armazenamento. O tratamento com 1kPa de O2 e 3kPa de CO2 apresentou a mais elevada firmeza de polpa e acidez, além disso, controlou a ocorrência de podridões.
Palavras-chave: Prunus persica Batsch., conservação, qualidade, pós-colheita.
STORAGE OF 'CHIRIPÁ' PEACH IN CONTROLLED ATMOSPHERE. The objective of the work was the evaluation of the quality of 'Chiripá' peaches after cold storage and CA storage. Fruits stored in CA were maintained at 0°C and fruits in cold storage at 0°C and –0.5°C. The evaluated CA conditions were: 2kPa of O2 and 5kPa of CO2; 2kPa of O2 and 3kPa of CO2 and; 1kPa of O2 and 3kPa of CO2. Before the storage fruits were treated with the fungicide Benomyl (30g.100L-1 of water). After 20 days of storage, at the opening of chambers, cold stored fruits had lower firmness and acidity that CA storage fruits. Which had little or no loss firmness compared with the firmness at harvest time. However after the shelf life there was an accentuated decrease in firmness, in both storage forms. CA with 1kPa of O2 and 3kPa of CO2 showed the highest firmness and titratable acidity and reduced occurrence of decay.
Key words: Prunus persica Batsch, conservation, quality, postharvest.
Nos últimos anos tem aumentado a produção de pêssegos tipo mesa na serra gaúcha e região de Porto Alegre (MADAIL, 1994). Dentre as cultivares produzidas, o pêssego ‘Chiripá’ é o mais plantado, por sua excelente qualidade visual e sensorial e por ser de maturação tardia, com colheita em meados de dezembro a janeiro.
A vida pós-colheita de pêssegos é caracterizada pela intensa atividade respiratória, que pode ser reduzida com a utilização de baixas temperaturas no armazenamento, obtendo assim, uma maior manutenção das características qualitativas do produto e um aumento da sua vida útil.
Os fatores limitantes da conservação são a perda da firmeza de polpa, ocorrência de distúrbios fisiológicos e podridões. Os principais distúrbios fisiológicos que ocorrem em pêssegos são o escurecimento interno e a lanosidade. Em ambos, a polpa afetada prejudica a qualidade organoléptica e visual e a aceitação do consumidor, embora o pêssego tenha aparência externa normal no momento do consumo. O escurecimento interno, ocorre próximo ao caroço e pode estar relacionado ao metabolismo anormal das células (FIDLER, 1968) e à oxidação dos compostos fenólicos através da enzima polifenoloxidase (SILVA & NOGUEIRA, 1994).
A lanosidade caracteriza-se por textura farinhenta,escassez de suco e amadurecimento irregular (CERETTA, 1999) e é considerado o maior problema afetando pêssegosarmazenados em frio (LUCHSINGER & WALSH, 1998). Estedistúrbio está relacionado ao desequilíbrio da atividadepectolítica (BEN-ARIE & SONEGO, 1980) que ocorre quandoos frutos são armazenados em temperaturas menores que 8°C(TAYLOR et al., 1994). De acordo com HALLER & HARDING(1939), a lanosidade se manifesta em frutas amadurecidas após uma a quatro semanas de conservação à temperatura de 0 a 10°C, dependendo da cultivar.
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