TERRA E GRILAGEM NO MARANHÃO

Conceição de Maria Costa Wolff

RESUMO: O presente artigo analisa os conflitos existentes nas terras maranhenses entre posseiros e fazendeiros/grileiros. Tomando como ponto de partida o processo de ocupação das terras pelos posseiros, a grilagem das terras pelos fazendeiros, a resistência e conscientização política dos camponeses para permanecer nas terras.

Palavra- chave: terra, conflitos, posseiros, grileiros.

INTRODUÇÃO

A formação do campesinato e a expansão da pequena produção acontecem no período colonial, onde os camponeses eram obrigados a plantar nas terras do latifundiário. No Maranhão o número de terras livres era grande, motivo este que favoreceu a vinda de nordestinos que fugiam da …exibir mais conteúdo…

(LUNA, 1984, p.4). Essa ocupação fora imposta e limitada pela apropriação privada da terra, dentre os principais “donos” dessa terra estavam incluídos os empresários e pecuaristas, a propriedade privada se apoderou dessa terra, gerando diversos conflitos entre roça e gado nas regiões do Mearim e Pindaré se estendendo para a região Amazônica, dentre os interessados nestas terras se encontravam os pecuaristas que buscavam a” formalização legal” das terras, para o camponês o trabalho incorporado a essas terras garantia os direitos individuais sobre a propriedade, dessa forma gerava inúmeros conflitos com os grileiros e pecuaristas, esses confrontos aconteciam de forma direta ou por meio da justiça com manutenções de posses, indenizações e expulsões para com os posseiros. Esse processo ocorreu de forma rápida e violenta.
No final da década de 60 a briga pelas terras se torna mais intensa, principalmente para as chamadas terras devolutas que giravam em torno de interesses das grandes empresas. A lei de terras criada no governo Sarney, a lei de n° 2.979/69 previa que a terra pública do Estado se destinasse para os fins de exploração agropecuária, florestal ou extrativa. Essas terras se transformaram em alvo para grupos econômicos, que se apoiavam em