Revolta de Carrancas

2090 palavras 9 páginas
A Revolta de Carrancas.

Em 1833, já se podia encontrar diversos processos de insurreição por todo o território do Brasil. O início do Período Regencial, com a renúncia de D. Pedro I em 1831, havia aflorado tensões econômicas e políticas entre diferentes repartições, instalando a instabilidade e abrindo espaço para todo tipo de conflito, inclusive revoltas escravas. Talvez o exemplo mais notável tenha sido a Revolta dos Malês, na Bahia, mas com devida atenção, a pouco estudada (devido talvez a escassez de fontes ou dificuldade de acesso a elas, que levou esse trabalho a ser uma análise mais historiográfica) Revolta de Carrancas possa constituir-se em um caso tão extraordinário quanto. O documento, na verdade, é o processo-crime iniciado
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Ele é retratado como um homem obdecido, realmente popular, e “a partir das informações apontadas nos autos, poderíamos especular que Ventura talvez tivesse sido um rei mina com grande ascendência sobre os outros escravos”(3). Slenes e Andrade parecem convergir em outro ponto: os escravos ouviam seus senhores, eles sabiam o que se passava nas fazendas e podiam muito bem se programar por isso, enquanto eram muito pouco ouvidos por seus senhores. Alguns especulam um preparo de dois anos para antes da insurreição por Ventura Mina, por isso é importante lembrar que em 1831 uma primeira ameaça de revolta já teria acontecido nesta freguesia e mesmo à época da revolta de Carrancas, muitos acreditavam que esta teria ligação com a de dois anos antes, explicitando um clima pesado durante esses dois anos. “Desde 1831 os proprietários de terra da região viviam sob tensão, amedrontados e desconfiados dos seus escravos e das ações de algumas pessoas livres, tidas como incentivadoras da rebeldia escrava.”(4). A explicação para isso seria que em 1831 Joaquim José Lobo, um padre da região, teria se juntado a outros homem como Francisco Silvério Teixeira, para incitar os escravos a liberdade. Os boatos teriam uma força grande nesse tempo, ainda mais quando diziam que o Imperador queria os escravos livres e que os donos das fazendas que escondiam isso. Apesar disso, nenhum escravo parece fazer esse

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