O trabalho de Lareau, faz uma discussão sobre o papel das desigualdades sociais (tocando um pouco nas raciais) no que se refere à transmissão de vantagens de classe e formas de criação dos filhos em famílias de classe média e classe trabalhadora e pobre norte –americanas.

Rebatendo a idéia de Kingston, de que a classe não distinguiria de maneira evidente os estilos parentais e o envolvimento das crianças na criação, Lareau procura demonstrar experimentalmente que a classe social não só cria o que ela chama de “estilos parentais” distintos, bem como que dependendo da classe os pais diferem na maneira como entendem a infância e seus papeis na vida dos filhos. A partir de seu estudo, Lareau chegou à conclusão de que pais de classe média, brancos e negros, criam seus filhos nos termos de um “cultivo orquestrado”, ou seja, preenchem a rotina dos filhos com diversas atividades organizadas e enxergam essas atividades como transmissoras de habilidades importantes para a vida adulta. Além disso, esses pais priorizam o uso de linguagem, desenvolvimento da razão e o diálogo como disciplina. Lareau pontua que essa forma de criação gera um culto ao individualismo dentro da família, bem como ênfase no desempenho dos filhos, sendo laborioso para os pais acompanhar o ritmo imposto pela rotina deles. Em oposição, as famílias das classes trabalhadoras e pobres criam seus filhos nos termos de um “crescimento natural”. Eles não tem como foco o desenvolvimento de habilidades especiais